sábado, 28 de setembro de 2013

Minha Vida! Um Livro Aberto


Sou uma pessoa do bem, as vezes um paspalho, outras vezes uma pessoa brilhante, com luz própria. pessoa de muitas fases, peço desculpa a quem vier ler esse texto por esta sempre falando de mim, sim falo de mim porque conheço muito do assunto, quando garoto trabalhei de sapateiro, não levei a profissão em frente por que vim pra São Paulo, e aqui me tornei um metalúrgico, teve uma época, que me senti acabado, isso na década de setenta, sem estudo, sem profissão, aprendi beber, sem estudo um prato cheio para o insucesso, a má sorte  era terrível para uma pessoa que veiou pra são Paulo com a cabeça cheia de sonhos, de ilusão, transbordando de esperança, vi a esperança ser a primeira a morrer, já tinha se passado 12 anos e eu estava no zero, na estaca zero ainda, não arrumara  um bom emprego porque os bons empregos eram reservados pra pessoas estrangeiras, com sobre nomes, boa aparência e estudo, isso eu não tinha, mais tinha o poder de observar isso, esse preconceito era uma coisa escandalosa contra o nordestino, que uma vez admitido não ia passar de um braçal, servente ou faxineiro, ou servente de pedreiro, quando  eram demitidos, ia sofre em busca de outro igual, ou pior. Vigorava naqueles dias o  Regime Militar, Uma Ditadura, nesses casos o pau arrebenta sempre nas costas dos mais fracos ou da queles que vivem vendendo o almoço para comprar a janta, aproveitados na construção civil. Não dava mais pra voltar pra casa, não dava, tinha que lutar muito para não deixar a alto estima morrer, foi quando surgiu os movimentos musicais como a Tropicália, de Caetano Veloso, Gil, Gal Costa, Tom Zé e sei lá mais quem, acho que os  maravilhosos excelentes Novos Baianos, com suas musicas maravilhosas: Alegria Alegria, Xodó, Sampa, Domingo no Parque, Procissão, o excelente Edu Lobo Cordão da Saideira, Arrastão etc. Tom  Zé, fazia agente se sentir um pouco eles, e assim os olhos brilharem novamente. Naquele tempo o Brasil era o pais que mais crescia no mundo, vivia o milagre econômico vivia. Estou contando par vocês jovens  que nasceram na metade dos anos 80 pra cá, que não viveram os anos dourados do Brasil, não curtiram a musica que nos tinhamos, as canções Italianas que invadiam as nossas casas, a explosão de rádio portátil, dos toca discos, dos toca fita em fim, a chegada dos fogões a gaz, das maquinas de lavar roupas nas casa de todo mundo, da TV, geladeira, ferro elétrico, liquidificador pouca gente tinha, agente assistia televisão nos bares, chegávamos em casa depois das nove, meio babedos assistindo televisão e jogando bilhar no bar costumeiro. Em 70 a copa do mundo nos trouxe a televisão a cores, uma vitória da tecnologia. O Brasil Tricampeão do mundo. foi numa dessas paradas num bar que arrumei minha Dilma. É  Foi lá que arrumei. O pai dela um mineiro das antigas, uma fera, gostava de esta atualizado, São Paulino roxo. gostava de falar sobre política, futebol, embora fosse proibido naquela época, mais agente sempre falava um pouco. Falávamos sobre assuntos diversos. Adrião era o nome dele. Uma pessoa que gostava muito de viver mais viveu pouco, morreu com pouco mais de setenta anos. Voltei na Bahia agora recentemente, é incrível como me sinto bem, a  ruas primeiro de Janeiro, também conhecida como rua do Campo esta igual, casas destiorada. calçamento  de pedra bruta. A  casa de Rochinha esta lá fechada,  cheia de fantasmas do passado distante. Rochinha viera com a primeira ou segunda leva de pioneiro quem sabe de Santo Antonio de Jesus, ou Santo Amaro da Purificação na Bahia, o Fato é que sua casa era frequentada pela nata da sociedade Coaraciense. Rochinha se celebrizou, tornando-se uma personalidade conhecida em toda região do cacau. Conheci pessoalmente essa mulher, era uma mulata baixa, muito respeitada no meio,  como dona de bordel como quase todos os coaracienses  Coaraci foi construída por esses bravos caboclos vindo  de longe em busca de fortuna, fundaram  o povoado. de Itacaré do Almada, e depois virou Coaraci. A Rochinha era respeitada por todos, inclusive pelas esposas dos clientes das suas cabritas. Muitos conseguiram dinheiro plantando cacau, nas terras da mata Atlântica do Sul da Bahia. No começo dos anos setenta ensaiei uma reação a esse estado de coisas  tinha trabalhado numa montadora de Truck, e conseguido uma profissão, uma boa profissão, foi ai que resolvi voltar pra escola. Voltei, estudei cheguei até a Universidade, me formei em Administrador de Empresa, mais continuei trabalhando como soldador. Hoje descobri a arte, na verdade a arte já estava dentro de mim, sou um escultor em madeira com varias exposições, de sucesso, Virei poeta, com algum sucesso já me apresentei na Câmara Municipal de São Paulo, na Assembléia Legislativa também de São Paulo. Hoje chego em Coaraci me sinto verdadeiramente em casa, saio andando pelas ruas quase intocáveis, o tempo parece que parou por lá,  os amigos envelheceram, o rio esta um pouco poluído, não vi mais boiadas nas ruas apavorando os moradores, a noite o céu ainda é muito estrelado, nunca mais tinha visto o Cruzeiro do Sul agora eu vi, que maravilha estar ali de volta, as pedras pareciam querer falar comigo, as pedras do rio. Meus amigos de infância, muitos ainda estão vivos. Amigos o poeta chegou.


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