quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A Terra que viu GeorgeAmado Nascer.

Perto desse cenário todo, tinha nascido, nada mais e nada menos, do que George Amado. Ali bem perto de nois foi o cenário de quase todos os livros do querido George Amado. Cerqueiro  Grande, Pirangi, Agua Preta, Itabuna, Banco da Vitória, Ilhéus; Barro Preto, Palestina, agora Ibicarai.
Pra mim, viver alí foi como fazer parte dos romances deles, embora meu nome não apareça nos livros dele e nem de ninguém. As histórias contadas por ele engradece o povo baiano e eu também.
Ali naquele fim de mundo, chovia todo dia o rio Almada era cheio de meninos pescando, mulheres lavando roupa de ganho, canoeiros tirando areia, jegue carregando essa areia para as construções, raparigas tomando banho nuas e a gente escondido, encolhido atraz de alguma pedra olhando, isso era uma beleza.
Bem enfrente a minha casa tinha uma rancharia, as quintas feiras comessavam chegar as tropas de burros ou mulas carregadas de carne do sol, feijão milho e etc. Lembro de um tropeiro um só no meio de tantos, porque? porque esse parecia diferente dos outros, se chamava Antônio Balizeiro, ele contava que tinha sido Balizeiro quando jovem. pra quem não sabe, balizeiro era o rapaz que levava a baliza nas grandes medições de terras, medindo e demarcando as divisas das fazendas antigamente, ele fazia uma comida de tropeiro maravilhosa, aquela carne no feijão, com toicinho, ele usava um tempero magico, sentavam todos no chão em volta do fogo de lenha com trempe de pedra, e tome história. Antônio Balizeiro contava as histórias de quando ele trabalhava de balizeiro nas matas faixadas do sul da Bahia e no sertão, das onças que passavam por perto deles, dos rebanhos de caititus, das suçuarana, onças pardas que tinha como o diabo por lá, e tome água na panela, meu pai que tinha ido pro sul da Bahia lá pela década de trinta e trabalhado naquelas matas também conhecia um pouco do perigo, daqueles tempos, contava suas histórias também aumentado, é claro, vamos ver se a comida tá boa? destampava a panela o cheiro subia e tomava conta. Vamos comer, vamos comer seu Jesuíno? come!!! eu tava ali nem piscava, foi ai que eu experimentei uma comida boa, e tomei gosto pela cozinha, e aprendi fazer comida boa também.
O dia a dia por lá era assim . tropas pra lá e pra cá carregadas de cacau pra os armazém, pra ensacar e levar pra Ilhéus pra os navios levar pra Europa e Estados Unidos. Tó falando nesse moço Antonio Balizeiro porque de certa forma tanto tempo se passaram e eu me lembrei dele. Foi certamente um bom homem, que Deus o tenha em um bom lugar no céu com toda sua tropa de burros e mulas. Mas só depois de muitos anos que eu vim saber algo sobre esse grande escritor da nossa terra, Jorge      Amado, na verdade foi com o livro que virou novela ''Gabriela Cravo e Canela'' depois disso passei a acompanhar sua obra mais de perto. ler suas historias, como '' Capitães de Areia', ''Tieta do Agreste'' e outros ''São George dos Ilhéus'' Quincas Berro Dágua. Isso aumentou muito a minha auto estima, levantei a cabeça, comecei a ter o domínio da palavra sem medo, sem timidez.
Obrigado George Amado, obrigado Caetano, obrigado Gil. É nos na fita.

Essa uma história verdadeira, que entrará para o meu livro com muita força.
euflaviomadeirart. autor.

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