sábado, 25 de agosto de 2012

Uma Aventura nas Terras do Ouro.

O Circo foi embora. A vida na cidade de Coaraci continuava como sempre tranquila, uma paz, nois todas as quintas feiras íamos pro ouro buscar requeijão e manteiga pra fazer a feira no sábado, mais uma vez eu tinha faltado na escola, pra ir com meu pai, a Professora agora era Liana Rocha, filha da professora  Ilda Rocha e Pedro Rocha. Eu sempre gostei de Tartaruga, até hoje eu tenho elas em casa, nois ia terminando de descer  a serra pelada, para esclarecer; essa serra pelada não é aquela do Pará cheia de ouro não, é outra, no trotar da mula eu olhei de relance e vi uma tartaruga no meio dumas pedras andando, e gritei: Papai olhe uma tartaruga! ele falou cade? ali, ali... Paramos a viagem eu desci correndo e fui onde eu tinha visto, procurei, procurei e nada, nada meu pai procurando também e nada, perdemos uns dez minutos ali, não achamos tartaruga nenhuma, montamos e meu pai não perdoou me deu uma varada nas costas que me dói até hoje. Meu Deus, como os pais daqueles tempos eram estranhos, não me perdoou, eu me enganei pensei que tinha visto mais não vi. Por causa dessa e outras foi nascendo em mim uma grande vontade de sair de casa de ir embora  pra o Rio de Janeiro, ou São Paulo, e essa vontade se transformou num projeto que foi se materializando, materializando, aos quinze anos uma coisa muito forte ia tomando conta de mim, sempre fui um aventureiro criei alma de aventureiro nos cinemas, nos filmes de aventura como: Uma Aventura na Africa um filme de aventura lindo que eu assistir quando eu era criança. Como minha vida tem sido uma grande aventura digna de um livro estou escrevendo esse livro, que é a história da minha vida sem tira nem por. Tenho o grito de meu pai até hoje: Tartaruga o que seu capadócio!!! isso acompanhada de uma varada de tocar os burros chorei muito, eu tinha uns treze anos nessa época, não de dor mais de sentimento, se meu pai soubesse como eu o amava acho que não tinha feito aquilo sem motivo, não sei como classificar aqueles tempo.pra mim bom mais tinha essas coisas na criação mesmo assim não tirava o amor da gente pelos pais, a brutalidade era muito grande as crianças daqueles tempos tomava uma pisa todos os dias, motivos banais, ou sem motivo, se um pai ou a mãe tivesse conversando, os  meninos não podiam ouvir a conversa de jeito nenhum, meu pai levava couro do pai dele quase todo dia, ele contava pra gente que na infância  dele tinha uma senhora que se chamava dona Clara, uma vez ele falou não sei o que lá, dona Clara de ovo, levou uma surra de criar bicho por causa disso, ele só queria fazer uma graça. Era um desrespeito muito grande com a pessoa das crianças, A vida não era fácil não era.

            TIRÁ DINHEIRO DO CHÃO:
Se acreditava na quela época, e ainda algumas pessoas acredita ainda, que tem muito dinheiro enterrado esperando ser arrancado.
Antigamente não existia bancos em todo lugar como hoje, e mesmo se tivesse os fazendeiros antigamente  não confiava em ninguém, muito menos em bancos.
Então eles enterravam o dinheiro, era muito dinheiro muito! eles vendiam safras e mais safras, e mais safras de cacau, João Vital por exemplo tinha malas e malas de dinheiro em sua casa de fazenda, deu muito trabalho pra o gerente do banco Econômico da Bahia convence-lo a guardar seu dinheiro nesse banco. João Vital deve ter enterrado muito dinheiro em sua grande fazenda. Então: Dizem que quando o dinheiro era enterrado ,em três dias o dinheiro encantava, ou seja: o dono do dinheiro tinha que enterrá o dinheiro pessoalmente, se não o dinheiro não encantava. A coisa funcionava assim mais ou menos; O dono do dinheiro escolhia um bom lugar num ponto estratégico, que podia ser embaixo de uma velha jaqueira, ou perto de uma cancela ou barcaça, enterrava o pote de dinheiro ali sozinho a noite três dias depois o dinheiro encantava e não deixava nenhuma marca e nem sinal de escavação. Quando essa pessoa morria, passava meses ou anos e ele vinha dar o dinheiro pra um escolhido tirá. Ele aparecia em sonho, e mandava o escolhido no lugar marcado cavar o pote o lugar era marcado assim; você vai em baixo da jaqueira do lado que o sol se ponhe, dar cinco passo pra o lado que o sol nasce vira pra direita ou esquerda dar três passos cave que você vai encontra o pote.Na cidade era comum quando uma pessoa começava a melhorá de vida, diziam fulano tirou, cavou botija e foi a botija de João Vital ou de outro, até meu pai diziam que tirou botija. coitado rum.
Um dos lugares mais escolhido para enterrá a botija era embaixo dum pé de gameleira, essas botija eram recheadas com muitas moedas, jóias, e pedras preciosas.
A pessoa escolhida tinha que ser muito corajosa se não, não conseguia tirá o dinheiro.
Era tantas visões tantas pantómias que a pessoa largava tudo pra traz, dava uma dor de barriga tão grande, que a pessoa se desmanchava toda em ...
Teve um tempo que meu pai deu uma melhorada de vida, ai pronto: carneiro gordo tirou uma botija kkkkkkkkkk
Isso se alastrou de um jeito na cidade que eu nem sei.
As pessoas boateiras na praça falavam assim: sabe o carneiro gordo? -Sim! ranco a botija de fulano, e foi! Foi, cabra valente aquele, o cabra não tinha nada, vivia trabalhando de carpina por ai , hoje anda montado em cavalos bom de arreio.  Pois é... Na hora que o cabra começava a cavar aparecia tantas coisas, era veia mijando, demônios, cancão de fogo, demônios soltando fogo pelas ventas, galinha choca, porca parida, a vela que apagava, assobio terives, revoada de morcegos e até o próprio diabo em pessoa, a maior parte dos premiados largava tudo pra traz e saia correndo quinem louco.
Feliz foi Antônio Rodrigues, que achou uma pedra boiando numa correnteza, vendeu essa pedra construiu o prédio mais alto da cidade, ficou muito rico, morreu rico, já meu pai não arrancou botija nenhuma, veiu pra São Paulo na década de 60 morreu pobre em 70 e pronto.







Nenhum comentário:

Postar um comentário