Estradas Reais. 265, 266, 267
Livro Revista
O Passageiro. 130, 131, 132.
Sou um passageiro dessa nave chamada vida, ainda estou encontrando gentes maravilhosas nos meus caminhos, agora estou caminhando, no mundo da Arte, da Poesia, mais não foi sempre assim, caminhei em caminhos pedregoso, caminhos espinhosos, Mais sou abelha fazendo mel. Mesmo nos caminhos tortuosos eu fui vibrante feliz, tirei muitas pedras do caminho, usei outras para saltar os córregos sem molhar os pés. Quando menino tudo era encanto, tudo era uma grande festa, um menino de pedra, que conversava com as pedras, adorava ir ao cinema, tinha liberdade para ir, minha mãe achava que o cinema ensinava coisas ruim, engano, alguns acham que quem é ruim já nascem eu também acho. no Filmes aprendi ser bom como os mocinhos, quando virei rapazinho parei de brigar na rua, tenho alguns ídolos entre ele ''Gentileza'' andarilho poeta e filosofo que viveu nas Ruas do Rio de Janeiro e que lá no Rio morreu, Antonio Conselheiro, Lampião, Lula, Luiz Inacio Lula da Silva, Jesus Cristo e o Papa Francisco. Corri de Jagunços nas rocas de Cacau, adorava o fruto do cacau, saboroso, arriscava tudo por um, dentro de uma roça de cacau eu era um Rei, subia em pede jaqueira para tirar jaca, catava coco de catolé, também chamado de babaçu, dentro das roças encontrava pé de tangerina carregado, tudo isso era maravilhoso pra gente, quando é criança. Vou voltar agora pra dentro da fabrica com licença. Como já disse minha primeira experiência dentro de uma fabrica foi na Cindomel, lá eu cresci, fisicamente e cresci como homem, surpreendi os meus patrões um dia. Sofri um acidente, fui castigado, superei tudo e fui pra justiça do trabalho, os donos da empresa não acreditaram que eu tivesse coragem, _onde já se viu? cuidamos dele, damos emprego, remunerado, cuidamos da família deles e depois eles colocam agente no pau. Eu já recuperado do acidente com alta, mais devendo pra empresa, tendo que ser remanejado para outro serviço, me colocaram na seção de pintura, na expedição.
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---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------REVISTA Menino Rei.
Cinco horas se troque que queremos conversar, cinco horas tomei banho e me troquei e fui pra o matadouro. A queles homem me chamarem pra conversar! o que será? eu pensei e já me preparei, falou um deles falou: passe ali no novo escritório que queremos conversar, precisamos conversar. Cinco e meia, trocado, bati na porta do novo escritório eles abriram a porta eu entrei sem pedir licença, encontrei os dois homens de um lado pra outro, dei boa tarde eles mal responderam e foram direto ao assunto: Então senhor Euflavio lembro do seu parente aqui no portão da fabrica querendo falar comigo disse seu Vencerlau, eu lhe atendi, para ele pedir emprego para o senhor, me disse na ocasião que o senhor tinha chegado do Norte e que sua família estava passando fome, eu mandei ele mandar você aqui, e lhe dei o emprego que salvou sua família e você me paga assim pondo a nossa firma no pau. Ficou olhando na minha cara como cachorro magro eu respondi: Pois é eu tenho três anos aqui trabalhando. vocês ficaram comigo um ano sem registra, tenho dois anos de carteira registrada. sofro um acidente que quase levou o meu braço, vou pra o seguro, o seguro é fechado não sei por quer cargas d'agua, eu fico sem receber o meu salário, cade o meu salário? Venho aqui não sou recebido, falo com o seu chefe de pessoal ele sorri na minha cara, eu sinto muito. Um deles me perguntou bem assim: quanto você quer pra ir lá amanhã retirar a reclamação? eu falei nada, dei as costas o outro me chamou e disse se você ganhar a causa aqui recorremos. e você perde, isso eu já estava, já tinha voltado a trabalhar, eu tinha recebido alta, já estava com meus salário em dias, se perdermos, recorremos no Rio, se perdermos no Rio vamos pra Brasilia eu falei ótimo, se vocês ganharem a causa palmas para vocês se eu ganhar palmas para mim e sorri. No outro dia eu estava trabalhando tranquilo, no meu posto, na seção de pintura das molas de automóvel. Foi sensacional a minha postura diante daqueles Tubarões famintos.
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REVISTA Menino Rei.
Ali sem saber eu garanti mais quatro anos co o meu emprego, até que um dia me chamaram no Foro para um acordo e eu fiz o acordo, recebi o acordado, no dia seguinte fui dispensado, mandado embora. Deduzir que se eu tivesse aceitado o dinheiro dela na ocasião que me chamara pra conversar no novo escritório eles já estavam com o meu aviso prévio pronto na mesa. Fui embora dessa firma com a cabeça erguida, vinte ano depois voltei lá pra agradecer ao Senhor Vencerlau, pelos tempos que fiquei lá ele sorrio, eu sorri Num sabe? Tempo que em São Paulo não tinha o Metro, não tinha Rodovia dos Trabalhadores, que eu insisto em chama-la assim ''RODOVIA DOS TRABALHADORES'' Não fui consultado quando trocaram o nome para rodovia ''Airton Senna.'' Não tinha Radial Leste, não tinha as Marginais, São Paulo não passava de uma grande Província cara de Metrópole Sem rumo certo, sem segurança, Metrópole de um povo nariz pra sima. Cheio de sotaques estrangeiros, que joga bituca de cigarros nos próprios pés, que joga o lixo pelo muro. que cospe em qualquer lugar. Não dão educação para o pobre. Vivemos pior do que os nossos irmãos Indígenas, pelo menos eles tem uma cultura refinada, nós não. Nós os pobres Nordestinos viemos de uma cultura de pau a pique. É....
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