sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Continuação da Grande Viajem.

Hora de comer vamos ver o que tem? uma farofa de galinha numa mochila de pano  que mamãe tinha preparado pra viagem. Uma galinha preparada com farinha e mais algumas cozinhas que eu não lembro mais, de tão pouquinho que era  pra aguentar cinco ou seis dias de viajem, peguei a mochila pra comer um pouquinho, mais os dentes estavam doendo muito, com o vento da viajem ,  não conseguir comer quase nada e também a empolgação daquela vigem tirava a fome, só pensávamos   no dinheiro que íamos ganhar, só sei que eu amarrava a mochila de farofa no travessão da cobertura do caminhão deixava lá balançando e voltava lá pra traz onde vinha a rapaziada jogando conversa fora. Eu pensava e o Quinda vai ficar lá até quando? pouco tempo depois eu fiquei sabendo que Quinda tinha vindo pra São Paulo e estava morando em Guarulhos,. como eu que morava também  lá. Entramos no Estado de Minas Gerais, interior de Minas, ficava admirado com tantas minas de ouro abandonadas, pensava se eu morasse aqui eu era rico, ia escarafunchar essa mina velha até achar ouro ia, do caminhão agente via as entradas das minas. Chegamos em Teófilo Otoni, nem sei que horas., o caminhão fez uma parada pra o povo descansar e ir no banheiro fazer as necessidades. Tomamos a estrada de novo depois de alguns tomaram até banho, e depois de terem descansado um pouquinho, pé no acelerador, Engenheiro  Caldas, muita chuva estrada em obra fila de caminhão  atolado, os viajantes cansados, motorista experiente conseguimos passar, mais umas quatro horas chegamos em Governador Valadares, mais ou menos meio dia parada para abastecer e descansar um pouco, fui pegar minha farinha que eu deixei pendurada no travessão da cobertura do caminhão, cadê? não encontrei provavelmente caiu no balanço do caminhão, fiquei sem minha ração farofa de galinha, perdi. e agora? falei com meu pai e ele me deu uma lata de farofa que trazia, mais ele foi num quiosque da beira de estrada e almoçou, eu fiquei só numas bolachinhas e pronto, não me abalei não normal, segui viagem, se ele não me ajudasse outros passageiros ajudaria. É por essas e outras que eu adoro a minha condições de do povo só quem é do povo que tem o privilegio de passar por uma aventura grandiosa como essa, vim num Pau-de-Arara do Nordeste até aqui, brincando e me divertindo isso é para fortes, guerreiros, valentes... faria tudo de novo, agora com uma câmara fotográfica e um bloco de papel. Rio Doce cheio e maravilhoso, Cidade pra mim de grande porte dum lado uma montanha que eu gostaria de escalar, era uma boa subida deve ter trilha até o topo. linda deve ser a vista lá de cima. Saímos de Governador Valadares era o terceiro  dia, pegamos de novo a estrada  no sentido São Paulo. Depois de umas duas horas de descanso saímos de Governador Valadares,tomamos a grande estrada Br 116. Que estava nos trazendo com destino a realização dos nossos sonhos, passamos por diversas cidades e povoados, volto a ver coros de onça pintada de novo e de  Sussuarana  onça parda muito comum naquela  época. Agora vamos chegar em Caratinga, Cidade para mim grande. nesse ano 1961 Caratinga tinha dado para o Brasil a mulher mais bonita do Universo. nesse mes de novembro isatamente quando nos estávamos passado por lá, estava tendo a festa pra festejar esse grande acontecimento. Sempre quando eu passo por lá lembro desse acontecimento e penso: onde andará aquela moça tão linda, que de tão linda virou a mis Universo. Nessa grande  viagem ficou marcado na minha  fita esse fato e a confusão do gagago lá de Ibicarai. Ainda hoje quando eu passo em Ibicarai lembro daquela confusão, algumas pessoas querendo arrancar a língua do gagago. Deus! como o Senhor tem sido bom comigo. Acho que o senhor gosta mais de mim, do que eu do senhor. Nunca esqueci da perda da minha comida naquele  momento que eu precisava tanto eu tava muito longe de casa, aquela era a única comida que eu tinha, voltava la no lugar e procurava, procurava pra ver se achava nada. as vezes penso: tem coisas que parece que só acontece comigo.


Texto de : Euflavo Gois


              



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