Num cantinho de São Paulo, ali
bem ali onde cantam os bem-te-vis,
tem a linha, tem o trem.
Uma grande chaminé, de quem sabe?
de uma fabrica, sei lá...
Olhe, ollhe o trem, serpenteando eh vem,
há pessoas nesse trem, Onde irão?
Não sei. Estou ali há horas...
Naquele terreno mexido.
Uma chaminé em pé, em cima um urubú,
que me olha, olha! ele me olha
estou vendo, engraçado, ele
Ele me olha, ele me olha.
Lá longe vem outro trem, serpenteando
he vem, cheio de gente , he vem,
que cruza com outro trem, zarrrr....
Agora eu paro de olhar no alto da chaminé,
urubu não tá mais lá, urubu não tá mais lá.
Voou, voou, bateu asas e voou...
O sol queimou o meu rosto,
meu sorriso se queimou.
Há maquinas mexendo na terra,
e na paisagem também.
Olha! o urubu voltou está lá em cima.
Voltou, está olhando pra mim.
Olha ele olha pra mim, eu olho pra ele,
é bom ser olhado por ele num sabe?
Estão mexendo na terra,
nas minhocas, nos vermes da terra,
na paisagem, pra que? pra que?
Agora ele desceu, está na boca,
na boca da chaminé, olho lá dentro,
vejo filhotes, é um ninho, um ninho de urubu.
Bem plumados, plumas brancas, algodão.
São três. Estão mexendo na terra, na paisagem,
eles vão viver cem anos, estão olhando pra mim,
bem ali onde cantam os bem-te-vis,
estão olhando pra mim, os urubuzinhos,
ali bem ali está a USP Leste,
agora um trem de carga, leio assim num vagão...
M.R.S. É de minério de ferro, é de ferro.
O céu está ficando cinzento,
ouso de novo bem-te-vis, cantando perto da li,
quando surge no meu céu, um avião,
penso: quem estará lá voando? e onde irá?
Meu coração se estremece, parece que vou chora.
não choveu, mais o céu está cinzento,
pego minha Canon, fotografo, fotografo tudo,
tudo em volta tudo até uma borboleta solitária.
Autor; Euflavio Gois
em São Paulo Março de 2013
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