. Estradas Reais, 17, 18, 19, 20, 21, 22.
Livro Revista.
Rio Almada
LIVRO DE CONTOS.
O Almada de águas limpas como cristal, foi a minha casa, foi a minha Rua, o seu leito foi o meu jardim. Eu conversava com as pedras do Rio, elas cantavam para mim e meu amigo ''Coração de Borboleta'' não se afastava de mim, ao longo desse passeio recitei varias poesia. Eu ali era um Sertanejo que nunca tinha visto tanta agua, nunca tinha visto um Rio tão grande. Deitava pensando nele, acordava cedo pensando nele, nas suas pedras, nas suas vida, nos bichinhos que nele moravam, nos camarões, Pitus, que não eram abundantes por quer?. Os anos iam passando, vinham novos amigos, pobres amigos, cheios de histórias de pobreza, o pai não tinha profissão, a mãe lavava de ganho no Rio. Já o meu pai, tinha uma bela profissão e não gostava do que sabia fazer, como ninguém é perfeito ele não gostava. O meu pai era Carpina. Largou a profissão para ser comerciante, um péssimo comerciante, tratava mal os clientes, péssimo: não tinha paciência com idosos, quando um idoso ia lhe comprar qualquer coisa ele se irritava com muita facilidade, eu morria. de vergonha do comerciante que ele era, pobre do meu pai... O Rio Almada me fornecia vida, me fornecia prazer em atacado, eu sorria, achava que o Rio era meu e era, fui na sua beirada me despedir uma quinze vezes, para vim embora, acho que ele chorou, eu chorei, as pedras choraram. Ele esta lá do mesmo jeitinho acho que há mais de mil anos, não sei ou talvez dois mil. Cheguei por aqui um pouco mais que um menino, tinha dezoito anos, o Rio não saia de mim, não saia. Encontrei aqui outro Rio, um mais conhecido, muito mais famoso, mais não me conquistou, não encontrei sua margem, não encontrei suas pedras. Não encontrei nada seu. Meu coração continuou Partido despedaçado, pra eu juntar os pedaços foi bem difícil. Seguir sempre nos pensamentos, resgatando as lembranças, as histórias da minha vida, da minha infância com toda a sorte de coisas boa. Eu acho assim, tudo ali era vida, era boa vida, amigos, amigas, escolas Professores, até os tombos, até os ruins eram bons, as topadas que arrancava as unhas, era sempre difícil para causar sapatos se tivesse, pois os dedos estavam sempre arrebentados de topadas. Mais era bom.
PG.17.
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Estradas Reais.
Livro Revista.
Não guardei nada, ninguém guarda, uma roupa, brinquedo, uma foto. eu não guardei nada, nada... Menino Rei muitas vezes desci sozinho, subir sozinho a serra de João Vital, cheia de histórias de Assombração, diziam que era vistos em um ponto bem conhecido de serra de João Vital um Homem carregando nas costas outro, diziam...eu acreditava nisso. Eu sempre que passava por ali lembrava e corria como louco desesperado. depois que estava livre sorria. O sorri sempre foi a minha maior arma. Sorrio sempre que chego em algum evento, escolho as pessoas para jogar sorrisos soltos, até encontrar a pessoa que me convidou, ou ser encontrado por ela. Não eu não sou bobo e nem indiota. Como eu estava falando: Não consigo parar de pensar naqueles homens destemidos ou por necessidade se atiravam de corpo e alma vindo muitas vezes do Sertão atras de riqueza, as vezes encontravam, as vezes não viravam Pistoleiros, Jagunços mais os solteiros. Tenho pena do que sobrou, doque sobraram de tantas lutas, de tantas mortes até, aqueles homens no mato eram invasores de terras Indígenas, eles não tinham noção o que era isso, pra eles índios não eram nada, não era! Para eles os Índios eram os invasores, quando os invasores eram eles. Acredito que muitos Índios foram mortos assim, não só na Bahia, mais em todo o Brasil e em todo mundo, Na America toda por essa causa. Precisamos rever a nossa história, saber mais saber ela decifra a história verdadeira e justa. Não temos culpa, somos apenas povo, apenas povo, massa... Eu achava bonito tudo de dia e sonhava de noite. Lembro da minha emoção ao ver o Sr João Vital, que até aquele momento eu só o conhecia de nome. fiquei encantado ao ver aquele homem que tinha o nome de Serra estava ali bem na minha frente, e eu pequenino, caucas curtas mal feita e pés descalço. O tipo cinematográfico daqueles homens me deixou de queixin caído. Parece que ele me viu, ainda tenho essa duvida e penso: será que ele me viu? Ele era um grande mito para mim e para muitas outras pessoas, os meninos comuns não pensavam assim como eu. Falo ainda com uma neta dele ate hoje, me emociono ao falar e ela me tem como um grande amigo. Epônina. Professora Eponina, pessoa encantadora, brilha como as Estrelas, a Lua nas minhas lembranças. Quero aproveitar esse momento: Semana que o rio Almada esta recebendo um dos maiores volumes de agua de toda sua história recente, não tem nada registrada de outra enchente dessa envergadura, e com essa duração. Estamos em Dezembro de 2021. todo o extremo Sul da Bahia embaixo d'água. Coaraci em baixo d'água.
PG.18.
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Esreadas Reais
Livro Revista.
Para mim como se ele fosse como as aguas do Almada. Era como a Lua lá no Céu, sua irmã Efigenia também encantadora, se não fosse pela minha idade baixa alem da conta, eu teria ficado para namorar e me casar come uma delas, pois eu amava as duas. Alem delas eu não enxergava outra mulher que ma fizesse enfrentar tudo or ela ai vim embora, larguei tudo por lá. Que a vi soberana amontado em um Burrão Esqúipadór em dia de Carnaval. Lembranças lindas maravilhosas. Girú era seu pai ele vinham do Teto, Duas Barras, Garganta para Coaraci por seus filhos no ginásio para estudarem, apesar de serem pessoas analfabetas deram muito valor ao estudo para seus filhos e Netos. A gente que era de outra classe não via os filhos dos Ricos, mais os filhos de Girú brincavam com agente normal. jogavam bola, pinhão, nadavam no Rio e cassava passarinho de gaiola. Eu admirava e admiro muito aquele povo quase extinto, como eu. Só uma grande saudade me invade a alma. Os dias, aqueles dias eram lindos, tinha o Carnaval na s ruas e eles. parecendo que tinham saído das fitas dos filmes do Cinema. Eles eram e sempre serão os meus protagonistas. Coaraci brilhava em baixo dos cascos dos seus Cavalos e Mulas.
Ouso o canto de varias
Especies irmã
Bugios, grilos, Cigarras
Cantos de pássaros diversos
Em versos adoro
De gias e rãs
Zumbidos.. Flores e botões.
Borboletas de todos tamanhos e
Cores.
As arvores gigantes muradas
De pássaros de vidas ativas
E de mistérios Florestas
Com Rios e lagos Ipes Amarelos
Brancos e roxos aonde o Sol
Nasce e se ponhe que Deus
Proteja da Stil.
PG.19.
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Estradas Reais.
Livro Revista.
''MAMÃE''
Da barriga da minha mãe
Vim para casa nem sentir
Quando vi estava eu ali
Deitado numa rede de pano
De pano de rede
Um candeeiro bico na boca
Pea não chorar
Lá fora um mundo novinho
Pra mim ouvi e ver
Um Sol a brilhar muitas cores
Flores amores mil
A Lua as Estrelas o Céu
Eu um menino iria crescer
Aparecer deram para mim um
Um nome de homem
Carrego alegre carrego feliz
Da barriga da minha mãe
Vim para casa nem sentir
Quando vi estava ali
Achei engraçado sentir
Cheiro sabor sentir dor
Sentir medo prazer chora
Sorri estudar escrever depois
Ler dizer sim dizer não e sai
E sai por ai...
\
FIM.
PG.20.
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Estradas Reais
Livro Revista.
''Confissão''
Queria ver-te Nua
Como vejo Nua as Flores
'' Não vejo as Flores vestidas ''
Meu amor eu não as vejo
Queria ver-te cantando sorrindo
Ao levantar .
Queria ver-te sorrindo para mim
Eu queria.
Ha mais não tenho mais todo
Esse tempo eu acho...
Mais se eu tiver verei
Verei por essa Luz.
Por essa luz verei.
FIM.
PG.21.
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Estradas Reais
Livro Revista.
Fui expulso da infância
Malhei em ferro frio
Dei murro em ponta de faca
Corri contra o vento eu corri
Nunca é hora de baixar a cabeça.
Bis neto de aventureiro exploradores
Carregamos a pesada Cruz
Mais os escravos acendemos as fornalhas
Dos engenhos de Açúcar tomamos
O chá amargo.
Os meus ancestrais
Não Patrões Não tiveram senhores
Vinheram no colo dos pais
Outros na barriga muitos nascemos
Em choupanas úmidas no meio da casa
Um fogo no chão para aquecer o corpo.
A lei! Ha a lei ninguém sabe cadê
Escondida na casa da Justiça talvez
De novo nosso povo mal nasceram
Os empregos estão sendo entregues
Aos Robos Crie vergonha Brasil
Crie vergonha America Caotica.
Que povo e esse um povo não pode
Ser tão desprezado tão escravizado
Somos uma Nação de marionetes
Tiram nosso direito de sonhar
Que pais é esse tiram todo
Os nossos direitos os direitos do
Seu povo.
PG.22.
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