segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Estradas Reais Livro Revista, 145, 146,147,148.
Jesuíno meu pai.



              Tenho muito boas lembranças da primeira infância, muito boas, lembro de muitas coisas, coisas do arco da velha pra minha idade de de três,  quatro e cinco anos, mas poucas lembranças da presença do meu pai, lembro muito dos medo da época, medo de veio, de doido, tinha um veio chamado Zé Barateiro, que eu tinha muito medo, também com um nome desse o que vocês querem? minha: mãe se agente chorava e chorava muito por causa da sua ausência ela falava perai que eu vou chamar o Zé Barateiro, eu vou chamar Conceição doida, fomos cuidados por Sinhá Olinda,  Sinhá Terta e outras que eu era muito pequeno não lembro o nome obs. Embora pequeno eu sou até hoje.  A presença da minha mãe, embora também poucas, por motivo dela trabalhar fora, como já falei em outros post. ou textos, minha mãe trabalhava fora e nos éramos cuidados assim como as famílias moderna, só via a minha mãe a noite quando ela voltava da fabrica de tecidos. Meu Pai nessa época estava  trabalhando no Sul da Bahia, mais precisamente na região de Ilhéus,   não tenho nenhuma lembrança marcante dele, só lembro da minha mãe desesperada por quer meu pai o Sr Jesuíno tinha escrito em carta, dizendo que ia buscar a família pra o Sul, digo pra Bahia, que tinha encontrado um amigo que estava  lhe ajudando muito, esse homem se chamava Zezé  Meneses  um comerciante. Esse homem teria arranjado uma casa onde nos iriamos morar e moramos nessa casa sim, por pouco tempo.


                                                                                                                                              pg.145.

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           Esse período foi de grande horror para nós, para minha mãe pricípalmente. Minha mãe era uma pessoa de cabeça muito quente, ficou muito desesperada, teria que pedir as conta da fabrica de tecido onde trabalhava, nesse meio tempo passava por nossa região um grande surto de sarampo que levou numa pancada só três de nossas irmãs mais novas, não me pegou por pura sorte eu acho. Num período muito curto foram embora: Cleuza Gois lima,  Eunice e Maria Luiza Gois de LimaLogo depois dessas meninas morrerem meu pai apareceu para carregar nos para o Sul da Bahia, ai eu já tinha Cinco anos de idade, minha mãe largou tudo pra traz, familiares, pai, irmãos, amigos e empregos para conhecer o desconhecido total e ainda enfrentar preconceitos de toda sorte. Sim a nossa vida inteira foi lutando contra preconceitos, não arrancou pedaços somes pessoas fortes, todos da nossa família.
Meu pai sempre foi um homem muito temperado, não era um Leão nem um ratinho era um lutador nunca deixou passarmos muita dificuldade, sempre tivemos uma certa estabilidade, sempre moramos em lugar com chuvas regulares, era carpinteiro, com já disse não gostava muito da profissão, não gostava de receber ordens, nem eu, chegamos em Coaraci em 1949.



                                                                                                                                            pg.146.

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          Ele trabalhava fazendo esquadrilhas, janelas, portas, tudo que era madeiramentos em prédios, em Itábuna-BA ele trabalhou num prédio do Dr. Vito Marom, depois foi trabalhar por conta própria. Fez um carrinho bem feito, a final ele era marceneiro de profissão, arrumou um amigo e saíram pra o mato compra carneiro e tudo que se mexia, matava e colocava no carrinho a carne e saia vendendo nas ruas de Coaraci, logo lhe arranjaram um apelido de ''Carneiro Gordo'' 
que pelo que eu sei ele gostava muito  desse apelido, depois montou uma banca na feira e ampliou os negócios, passou a negocia com manteiga e requeijão. Ali eu e meu irmão já estávamos grandes e ajudávamos muito nesses serviços até que chegou os anos 60 e eu tinha virado a cabeça para vim pra São Paulo, dai os negócios dele não iam muito bem, ele resolveu de ultima hora vim também e veio comigo e aqui ficou até o ano de 1970 quando ele faleceu. O que posso dizer do meu pai?  Ele era bonito pra os padrões nordestino, era inteligente, um homem bruto, beirado ser ignorante, mas tinha o coração bom era devoto, cantava gostava de assovia, quando ele pegava a assoviar.


                                                                                                                                         pg.147.

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Eu acho que  tinha um pouco de vergonha dele era divertido, tinha preferencia por determinados filhos, bebia mas não era um viciado em bebida, muito vaidoso. morreu com 55 anos em São Paulo. em maio de 1970.












                                                                                                                                             pg.148.

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