Estradas Reais.169. 170. 171.
Livro Revista.
Lembranças embaixo da mascara II.
de Soldar,
Ainda nas lembranças as terras inóspitas do Ouro, Serras e Veredas sem fim, eram nosso caminho da roça, não tinha quase animais para montaria os pouco que tínhamos eram de cargas, muitas léguas para converter em km. O Sol não era amigo, nos fritava naquele mundo de meu Deus, eu pequeno, topada sem calçados arrancava a unhas dos pés, ou os animais que nos pisava nos pés descalços, soltava a unha, o meio Sertão estava ali, bem ali na nossa frente por Km ainda, terra do gado Nerole, terra de agua salgado, milhares de pásaros pra viver nas terras dos Carcarás. O consolo era saber que o Circo Nerino estava lá na praça de Coaraci e Sábado eles iam apresentar pela primeira vez o Espetáculo ''Sansão e Dalila'' com um pouquinho de sorte eu ia assistir. Se eu tivesse sorte eu não ia ser retirado de dentro do Circo e de quebra não ia tomar um pescoção na saída. Mais a caminhada nas terras difíceis do Ouro estava apenas começando. Esse ponto onde estávamos era mais ou menos meio dia e só chegaria-mos no final as duas e meia da tarde, isso era sempre assim pelo horário que saiamos de casa. O Sol ainda ia esquentar muito, mais já estávamos acostumados, os animais também, animais adora agua salgada, eles bebiam a agua com muita vontade, não era o nosso caso passávamos muita sede nesse ponto da viagem, mesmo assim tenho muita saudades dessas aventuras naquelas terras tão hostil, terras bravas. Um Faroeste baiano. Eu conhecia bem dos filmes Americanos a qualquer momento eu achava que ia surgir Indios Apaches, kkk e nos atacar. Faço parte de um grupo de pessoas duras como pedras, pessoas que sorri quando é de sorri, que chora quando é de chorar. pessoas que só corre depois de ver o tamanho do Bicho, é só corre! pessoas que já mais vai deixar um amigo falando... Tenho um Farol me guiando em direção sempre ao mar navegável e seguro, minha mãe, meu pai construíram para mim, eu amei, sempre naveguei em aguas mansas, limpas e cristalinas, somos ótimos navegadores, de ancestrais Portugueses, esta no DNA. No nosso ser. Nasci em Estância-SE de família pobre, muitos irmãos, muitas falas, muitas bocas pra comer.
pg.169.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Estradas Reais.
Poucos roçados, nenhuma reis nos pastos, nem um pasto, nenhum rasto. Quando eu nasci alguém ali perto disse assim é home! é menino! vai ser um ótimo servente de pedreiro, eu chorei. Somos bons navegadores, os melhores. E pensava: meu Deus!. Lembrava de um pouco antes alguns anos antes. Euzinho ali naquele mesmo senário trazendo uma cabra, a pé pelo Sertão a fora, no meio do nada, sozinho e Deus numa aventura de tirar o fôlego. Não via uma sombra e nem um lago para refrescar, para lavar o rosto, nem um pão seco para comer e eu com a bichinha deitada, descansando um pouquinho pra retomar a viagem. Em um famigerado dia de Sol escaldante, naquelas viagens, da minha vida em finais de semana, descendo a serra pelada da Bahia descalço, dedos do pé ensanguentados, eu me enganei, pensei que tinha visto um Jabuti, eu que era'' louco por esses bichinhos, Gritei: ''PAPAI OLHA UMA TARTARUGA ALI OLHA! apontando com o dedo eu só tinha 13 anos, ele falou aonde? eu respondi: ali, ali ali...desci correndo do burro , mais não achei mais, procure, ele procurou e nada, levei um grito junto com uma varada nas costas que doe muito até hoje e vai doer para sempre, até o dia da minha morte vai doer. Tempos brutos. E meu pai era carinhoso com agente.
PG.170.
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Estradas Reais
Livro Revista.
Poema
'' Repente''
Me doe de ver o repente
Abandonado que nem
Peixe fora d'agua
Sem oxigénio morrendo
Me dói muito o Sertanejo h
Tendo que viver aqui com
As comidas daqui oh meu
Deus o repentista sendo
Chamado de Rep
Me doi de ver
Morando no mei da Rua
Assobiando pra Lua meu Deus
Isso assim me dói de ver
Meu Deus que vida é a sua?
Que vida é essa a sua me dói de ver
Fim.
E.Gois
PG.171.
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