Estrada Real. 180, 181.
Livro Revista.
Os Soldadores Elétricos são geralmente homens rudes, com pouco ou sem estudo algum, pelo menos eram no Brasil do século 19. Não era exigido estudo para um soldador, muito menos curso de especialização, não precisava ser bem afeiçoado, pelo menos e ainda bem. Os meus melhores tempos dentro de um galpão de fabrica foi como soldador elétrico tenho muito orgulho disso. Eu que antes ganhava migalhas, ganhava o salário mínimo jamais ia ter nada aqui ou em qualquer outro lugar, num pais de escravocrata igual o nosso. Mesmo assim depois de aposentado, eu que ganhava a sima de dez salários mínimos tive que conviver de novo com o fantasma do salário mínimo. Depois de correr muito por sindicatos de aposentados sem conseguir nada, por meio de acordo de executivo e câmara dos Deputados tive o bendito salário corrigido. Lembrava das andanças naquelas estradas feita por escravos há mais de cem anos, me via como uma escravo moderno que só tinha mudado a forma de castigo, hoje não tem mais os feitores com as velhas chibatas eu vinha pensando: um dia eu vou ser gente, vou lutar, estudar, vou ser doutor, abaixava e pegava um pouco de terra e pedras das Estrados Reais que eu sempre passei, a pé ou a cavalo. quilômetros e mais quilômetros em baixo de um Sol escaldante, de repete o tempo virava e caia uma tempestade, rios enchiam e tínhamos que parar a viagem e esperar as aguas baixar para podermos continuar a viagem. Os nossos animais se chamavam: Paquinha, uma mulinha pequena mais muito forte, Boneca outra mula de carga, e o Ouro preto cresci de junto deles. Quando baixava as aguas, pegávamos a estrada Real podíamos estar muito longe de casa, mais a sensação era que estávamos chegando, sabíamos que jamais um Rei tinha passado por ali. A Estrada Real que nos levava pra o Ouro era a minha paixão, embora andasse seis sete horas de relógio a pé era a minha paixão. No nosso caminha quase não tinha agua para nós beber, os rios eram de agua salgada própria para animais. que tempos deliciosos vivemos, era só aventuras, eu tinha o nosso caminho de cor na cabeça, na serra de João Vital tinha uma corrente de agua que vinha dento do cacau, vinha quase gelada.
PG.180.
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Estradas Reais.
Livro Revista--
Os animais ali não bebia. Os animais parecem que se concentravam para subir a dita serra de João Vital, essa serra. Agente não via a hora de chegar nela, agente tomava agua com a mão em forma de cumbuca, e ainda faltava uma duas horas pra chegar em casa. O meu pai era um homem muito alegre, cantava ou assobiava a viagem toda meu senhor. A nossa luta era muito intensa, a vida não era fácil por lá. Meu pai ia gostar muito do homem que o seu filho se tornou, da profissão que ele conquistou, eu que tinha me iniciado em sapatarias, pulei para o ramo de metalurgia sendo Soldador Elétrico com certificado do SENAI. Consegui fazer uma bela jornada de mais de vinte anos na profissão. conseguir ser um Soldador com curso superior para quebra protocolos. A profissão me deu a paciência que eu iria precisar para ser o escultor que sou hoje, a Universidade me deu o conhecimento para ser o Poeta que sou hoje, a concentração para trabalhar como Soldador me permite que eu seja um Escritor.
Trabalhar para mim era com eu exercício fisico, era como me sentia muito bem naqueles ambiente de produção industrial, todos tinha a sua maquina, chegava no local de trabalho era só ligar regular e trabalhar, dividia a tarefa com um, dois ou mais soldadores. ficávamos felizes ao finalizar um serviço. entregava para os técnicos do controle de qualidade que faziam a expeçào e aprovava. Assim foram mais de quinze anos. tempos bons aqueles! hoje não não tenho do que me queixar, me aposentei e sai sorrindo feliz e aqui ainda estou brincado de ser Artista, Escritor e Poeta.
PG.181
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