Estradas Reais. 154, 155.
Livro Revi Lembranças em baixo da Mascara.
Na queles tempos tão distantes os meninos já velhos de 12, 13 anos eram tratados com rispidez, eram chamados de ''Menino velho'' eles também não tinha limites, tinham coro calejado no lombo de apanhar, como tinham os escravos, os pais eram homens rudes os meninos se tornavam iguais, quando iam ser também pais. Os meninos viviam, serviam seus pais como criados. Viviam correndo atras de bicho ou na frente deles, subiam em jaqueira, mangueira e em tudo que terminavam com eira. Os pais não cuidavam da educação dos seus filhos numa Republica récem Proclamada. Mal Proclamada. diga-se. Vivíamos correndo de tudo que agente não devia enfrentar de Jagunços nas roças de cacau, de vaca braba ate de empregados de Circos quando paravam na nossa Cidade. He.! saiamos atras de Palhaços de Circos, pescavam no Rio, caçava passarinhos e outros bichos. Formava-mos uma Elite de meninos foda. Não eram todos os meninos que eram aceito na Elite. Não era! Deusdedite filho de Giru, Zé Cabelinho que foi embora pra o Rio de Janeiro, em 53 eu acho, Eu, o Quinda, Edesio, Josemar de Borjinho, Paulinho de Pedro Rocha, Zé Reis de Pedro Procópio, tinha menina que agente chamava de menina homem, Jane de Pedro Rocha é a que eu lembro, mais elas não sabiam tinha algumas no grupo que eram aceitas. vou citar só uma a memória esta procurando mais, Maria sobrinha de Pedro, Procópio, Jane de Pedro Rocha, os irmãos dela lhe chamavam de Jane por causa de ''Jane de Tarzan '' Mais ai a idade limite estava chegando, dezesseis pra 17 anos eu já estava me sentindo homem, já tinha uma grande bagagem de vida. Tinha que arranjar uma oficina para aprender uma profissão, toda semana tinha que ir para o Ouro buscar requeijão e manteiga para vender na feira. Escola? só se desse! se não desse: fazer o que? tempos bons aqueles. Se encontrava muita gente sabidas ainda. Gente do tempo do Império. Fazer o quer? Tempos bons aquele, se encontrava muita gente sabida, ainda do tempo do Império. gente que falava sobre Canudo, a guerra de Canudo.
PG.154.
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Antonio Conselheiro, teve parentes envolvidos, conheci pessoalmente, cheguei a ver-lo sentado na área da casa do seu filho Girú, tinha vindo da fazenda fazer tratamento era um homem já muito velho, ''João Vital'' primo carnal de Antonio Conselheiro, mais eu era muito criança ainda, acredito que lá pouca gente conhecia essa história, falarei mais sobre essa lenda depois. Minha mãe era uma excelente contadora de história, em noite de Lua Cheia sentavam na frente da casa os vizinhos para ouvir minha mãe contar história, naquele tempo ainda não tinha Televisão, não tinha. Poucos Rádios nas casas. Minha mãe contava muita história de Reino, hoje me lembrando das história que ela contava muitas histórias, me vem a mente o grande escritor do Maranhão ''Câmara Cascudo''. Teve também uma senhora muito sabida, veio do Sertão da Bahia contava muitas história do Cangaço de Cangaceiros, de Jagunços. Contava elas as histórias de Romeiros que iam a pé de todo parte da Bahia para a festa de Bom Jesus da Lapa e desaparecia no areião de Riacho de Santana já perto da Lapa, as pessoas iam em comboio, paravam pra descansar, alguns iam no banheiro, digo no mato, demorava a voltar, os companheiros, iam atras e não achava mais, só encontrava o chapéu de romeiro, com a fita verde meio que estraçalhado, a onça tinha comido o dono. contava muito da seca que tinha enfrentado em tal ano, agente ficava encantados ouvindo as historias dela, falava de Lampião, do Jesuíno Brilhante outro cangaceiro antes de Lampião, Padre Cicero Romão. Sim por quer a Republica trouxe com ela esse fenômenos que se espalharam pelo Brasil a fora se dizendo Justiceiros, também os Conselheiros. no Nordeste e no Sul.
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