Estrqdq Reais Livro Revista 14.
Poesia
'' ROMARIA''
Fim de junho eu via aquele povo de fé
Arrumar seus quase nada
Pra botar seu pé na estrada,
Aquele povo de fé.
Chapéu de palha forrado de pano branco,
Fita verde de romeiro.
Aquele povo de fé!
Cacaio bem arrumado pra muitas coisas caber,
Uma mudinha de roupa da missa, pra missa do dia seis,
Uma tigela de barro cozido, um caneco, uma colher.
Franciscana, ou um terço no pescoço, um folheto de cordel.
Vamos promessas pagar...
Viaje longa de ida,
Mais longa ainda de volta,
Com os pés ensanguentados,
Aquele povo de fé.
Me lembro ainda muito bem,
Saída, da chegada, aquela estrada sem fim.
Aquela estrada sem fim aquele povo de fé.
Um Sol bem brasileiro , bem sertanejo,
Que já nascia retado quente num sabe?
Era de sete a dez o rebanho de romeiro.
Aquele povo de Deus.
Contava a finada Bibiana uma octogenária,
Mulher do século dezoito, uma pessoa de fé.
Contava Dona Bibiana que a Onça Pintada comia
Muitos romeiros naquele mundo de Deus.
Chapéus sem forro, sem fita era encontrado sem dono.
Os romeiros, as rameiras entravam no mato
Pra fazer o que era pra fazer não voltavam nunca mais.
O grupo voltava quebrado, voltava faltando um.
Chapéu sem fita sem forro branco era encontrado depois
Areião de riacho de Santana, na Lapa de Bom Jesus.
PG.14.
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