sexta-feira, 17 de junho de 2022

 Estradas Reais, 143, 144. 145, 146. 147.

Livro Revista.

Construção de ITAIPU BINACIONAL.


                 Vinha já cansado de outros trabalhos cruéis em metalúrgicas pífias, uma fabrica de molas e uma montadora de Truk. Beleza a vida não deve para, não pode para. cheguei na Badoni-ATB em 1973. Eu tinha 28  anos de idade, fiz um teste de qualquer jeito e pronto o homem encarregado de me dar o teste passou a mão na minha carteira de trabalho abriu abriu a li nas anotações olhou  e sumiu. Eu sentei ali num ferro de linha de trem e fiquei esperando, isso era hora do almoço. quando o homem voltou já passava das uma hora e me disse bem assim você começa a trabalhar amanhã, eu quase disse que não podiakkk. Me disse de novo! olhei sua carteira  e você vai entrar com 4,59 de registro, mais você com o tempo pode chegar a Soldador Especializado, falou tá bom? sim você vai fazer exame medico e segunda trazer chapa do pulmão. pode ir tá empregado ja esta ganhando. Tínhamos deixado para traz os atrasados anos sessenta, a fabrica era um galpão tenebroso. aberto, de chão batido, com os seus 15 metros de altura na parte mais alta, na cumeeira, e 12 metros os trilhos da ponte rolante, do lado Leste tinha ou ainda tem os trilhos da antiga  Central do Brasil hoje CPTM, do lado Oeste o Rio Tiete e Guarulhos. Eu acostumado trabalhar em lugares totalmente insalubre achava normal toda aquela precariedade, montada em cima da hora para construir as Hidroelétricas de todo Brasil, ali iria morrer vários trabalhadores, por motivo de respeito não vou citar os nomes dos que sucumbiram a toda aquela falta de cuidados com a vida dos trabalhadores, verdadeiros heróis. Trabalhadores com mais de trinta anos não resistiram. Eu entrei com meus 28 anos solteiro ainda acho que nem namorava, sai com 45 anos completo. Certa vez eu estava trabalhando, mascara de soldar no rosto, quando uma explosão atraz de mim junto com um incêndio, dei um salto para traz, na explosão houve um deslocamento de uma bola de fogo que passou a centímetros da minhas costas foi uma loucura, um corre corre. Mais tudo ficou bem. Entrei como Soldador de terceira categoria, sai como Soldador Especializado em Mig. Mag. A minha maquina era uma ESAB para solda mig. Chegava a desmanchar 30 k de arame 1,2. cobreado, foi sensacional ter isso no currículo para carregar, muito obrigado para o colegas de trabalho, que fizeram parte desse, daquele Time. 



                                                                                                                                         PG.143.

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Estradas Reais.

Livro Revista . 

              Entrei sem o fundamental hoje sai com o curso  Superior. Me Bacharelei em Comercio Exterior. Uma vitória Extraordinária. Acho que venci o que era extremamente invencível. Mais vamos tentar descrever mais as situações do dia a dia do nosso trabalho ali naquele ambiente de Italianos natos tintim por tintim: tudo lá era mito difícil, os soldadores tenha que levar a sua maquina de soldar para diversos lugares, para levar tinha que chamar a ponte rolante, que muitas vezes estavam ocupada, o nosso trabalho era muito essencial não podia acumular serviço, trabalhávamos com folha de serviço, isso era ótimo, pois nos garantia premio de produção. Ganhávamos, de cinquenta a setenta por cento acima do nosso salário de carteira. Nesse aspecto a Badoni-ATB era a melhor empresa de São Paulo posso garantir. Trabalhávamos sobre regime de revezamento de turno. Eu tenho muito orgulho de ter trabalhado nela e esta vivo, porque ela mesmo morreu no Brasil, o seu galpão esta lá no mesmo lugar com outro pessoal. fui muito feliz por lá, só que a jornada não era pra fracos, não era. Nesse tempo eu tinha uma ideia fixa na cabeça que não me deixava em paz. Eu tinha adquirido da primeira vez que eu fiquei desempregado, andando sem destino certo em busca de emprego fui parar dentro da Cidade Universitária. Sim lutei muito contra o preconceito depois convidei todos pra minha colação de Grau, ninguém foi é claro kkkkAgora Soldador Elétrico Bacharel em Comercio Exterior.  Me divertir muito com meus colegas amigos de profissão. Jair, apelido Garibaldo,  alguns esqueci o apelido, Rosca Fina, outros só lembro do apelido o meu era Azambuja, grande amigo Osvaldinho, Badoda, Umbigo de nenê, Camarão,  caçarola, Caçarolinha o irmão. As maquinas de soldar eram disputadas quase a soco. no vestiário cantávamos muitas modas Sertanejas. Parecia impossível uma greve ali, fizemos três. Acredito ter feito história nos quinze anos que trabalhei ali,  não deixei o coro la, ao contrario me redescobri, descobri um outro menino, um menino capaz, tolerante forte. Um forte, um negociador, capaz de conversar com qualquer um olho no olho.



                                                                                                                                           PG.144.

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-Estradas Reais.

Livro Revista. 

                 A minha maquina de soldar nunca era desligada antes da hora. fizemos muitas obras extraordinárias citarei as mais importantes: soldamos as comportas de Itaipu 18 comportas gigantescas, Tucurui-PA, Xingo-SE. Esclarecendo: uma Hidroelétrica não é feita por apenas uma Empresa, são varias Empresas, cada Empresa fica responsável por uma leva de componentes, nós ficávamos sempre com as comportas e os seus acessórios que lhe permitia fechar e abri, tudo isso hidraulicamente. Fizemos as prensas da FIAT do Brasil, um Auto forno da CSN, Porto de Tubarão, nas empresas em que trabalhei sempre fui um vaqueiro, sempre quis ser eu, nunca quis ser quem eu não sou. Tenho um grande trauma na minha vida, o de não ser, não ter sido um Professor de História. Eu gostaria muito de ter sido. Bem a Badoni-ATB foi o grande emprego da minha vida. Trabalhei lá com grandes, grandes mecânicos da Industria Pesado do Brasil. Sr Vitório Castanheda, Sr Trivellato. Tive a honra de trabalhar diretamente com eles.  Trabalhei lado a lado com grandes Soldadores Elétricos imensos Soldadores Elétricos, grande Caldeireiros. O Senhor Vitório infelizmente sofreu um infarte fulminante e morreu morreu nas dependências da Empresa. Eu tinha e ainda tenho o maior orgulho de dizer que trabalhei nessa Empresa. Lá eu casei, lá eu tive os meus três filhos. Depois de trabalhar nessa empresa, ter me aposentado nela, fui fazer o S E N S O do IBGE de 1992. Depois fui ser por dez anos Funcionário Publico. Depois fui ser Poeta, Escritor, fui ser Artista Escultor. Morando no vigésimo terceiro andar em um prédio construído no alto, nas terras do Regente Feijó perto do casarão da fazenda onde hoje é o Campos de uma Universidade posso observar com os meus olhos de historiador um Tatuapé sem prédios, com alguma casinha, muitas chácaras, criadoros de  cavalos, de porcos, momentos em que BrazCuba adquire e loteia uma gleba que se transformaria do Tatuapé de hoje em dia.


                                                                                                                                             PG.145.

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Estradas Reais.

Livro Revista.

 

             A Ferrovia  Central do Brasil foi muito. importante nessa investida de Braz Cuba. Esse visionário que veio de Santos e se embrenhou entre Mugi das Cruzes e a pequena São Paulo. Voltando a minha Badoni-ATB empresa Italiana diz a lenda que era ligada ao Vaticano, seus Diretores eram nomeados na Italia e mandado pra car, muitos deles eram ex seminaristas.  pessoas que se quer olhavam para nos. Um ou outro olhavam para nós. Um ou outro nas dava um bom dia. Nesse ambiente tão hostil deixei quinze anos e meio de minha juventude, mais eu era  acostumados com o desprezo dos patrões das outras Empresas nem ligávamos, achávamos natural e bola pra frente, mais nesse meio tinha o Sr Vitorio que era diferente, conversava e bebia cachaça com agente. Vitorio é quem dava classificação para nós. A nossa Badoni-ATB era muito descuidada com a nossa aparência funcional, as vestimentas de trabalho nossa era de péssima qualidade, lembrando que uma vestimento de qualidade, com um belo logotipo no Bolso do macacão acrescenta muito o nosso Auto estima isso eles não estudaram. Mais tive as maiores alegria ali que foram os nascimentos dos meus três filhos. lembrando que nos anos setenta e oitenta fizemos as obras mais importante do Governo. Complexo Pedra do Cavalo Bahia, eu emendei mais de 20 quilometro de tubo para transportar agua potável para a grande Salvador. trabalhávamos cantando e seguindo a missão naqueles tempos de Ditadura Militar, mais sempre de olho nos movimentos do Sindicato, e nos das Diretas Já. Pegamos uma temporada de falta de matérias,  as siderúrgicas não chapa de aço, não tinha nem parafuso ficávamos os escolhidos dentro da fabrica sentados nos cantos escuros, sem fazer nada, muitos foram mandados embora, Lembrando que em 86 para 87 pegamos uma encomenda de um casco de Iate de 35 pés em alumínio, fizemos autos testes em solda alumínio para essa obra, A Badoni-ATB fez grande diferença na minha vida hoje, minha vida é regida por esse tempo de grandes lutas.


                                                                                                                                              PG146

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Estradas Reais.

Livro Revista.


 

                 Disputa por um lugar a sombra, outra hora por um lugar ao Sol, brigava as vezes por uma maquina de soldar, por uma folha de serviço que desse melhor premio, que tivesse mais horas. os nossos serviços era por empreitada, cada peça tinha um determinado tempo pra fazer. Agente trabalhava pra gente mesmo se que você me entende. Me sinto um Camaleão. Hoje sou Poeta. Na minha vida eu tinha uma coisa que eu não gostava de dizer: Era o não, mais dizia as vezes constrangido. nunca tive grandes problemas com o sim. Os 16 anos decisivos foram esses sem desprezar os anos da década de sessenta super importante na minha formação. Tive como já disse foi o grande monitor, foi o capacitor no comportamento humanitário que regeu a minha vida. Hoje uma pessoa super resolvida sigo.

 


   


Euflavio Gois.



                                                                                                                                         PG.147.

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