Estradas Reais. 163, 164, 165, 166.
Livro Revista.
A TERRA PROMETIDA. CONSOLIDAÇÃO EM SP
Já consolidado em São Paulo, com meus 14 anos aqui na terra, com profissão qualificada, caboclo forte, pronto pra enfrentar essa vida difícil, enfrentar todo tipo de preconceito, tirar tudo de letra, eu me casei em outubro de 1977. Estava a todo vapor na Badoni-ATB do Brasil, construindo A maior Hidroelétrica do mundo, Itaipu, estava ganhando muito bem, tinha o melhor salário da profissão em São Paulo, tinha emprego garantido até o final da obra, o Brasil vivia o chamado milagre econômico, não ia faltar serviço, a companhia estava cheia de encomendas. Dai então eu já noivo marquemos data de casamento, que ninguém é de ferro casei. Fizemos uma festa estrondosa, digna de um grande trabalhador. Teve até Lua de Mel. Minha Dilma tirei licença pra casar, casei, a Dilma ficou, logo gravida de uma beleza de menina, a nossa menina linda. Eu estava vivendo os anos mais importantes da minha vida, no campo profissional estava tudo bem, nessa época tinhamos um Chefe Italiano, homem de valor um Técnico doutor em Hidráulica era muito bom com os seu comandados, humano, coração generoso foi um grande prazer ter trabalhado sobre as suas ordens. Itaipu era uma super Hidroelétrica com 18 com portas que foram feitas por nóis sistema hidráulico e tudo entregue abrindo e fechando. Terminamos Itaipu, entrou Tucurui no Pará, obra gigantesca. Eu trabalhava com satisfação tamanha, eu pegava as ordem de serviço, preparava tudo em volta, baixava a mascara de soldar e viajava nos pensamentos, muitas vezes em pensamento eu voltava para minha Coaraci, para minha infância, para o meu Rio Almada tomar longos banho, nadar muito, ali embaixo da mascara de soldar meus pensamentos não tinha nenhum limite, pensava naquelas ruas calçadas de pedra tão minhas, nos loucos da cidade, pensava nas meninas moças se criando pra nóis e eu as tinha deixado pra os outros que ficaram lá, pensava nos meus irmãos mais novos que eu tinha que cuidar com minha mãe, as duas meninas ficando moças... Eles que tinham ficado para traz, um na casa de um, outro na casa de outro, para diminuir as bocas para comer .
PG.163.
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Estradas Reais
Livro Revista.
Estavam voltando, a nossa pequena casa estava ficando muito pequena. Minha mãe uma Leoa, para não correr o risco de ver os filhinhos passar fome arranjou uma companheiras e iam para o Mercadão do P. P. Pedro, pegar restos caído dos caminhões, e cabeça de peixes nas bancas de peixes, tinha vez que trazia até frutas. Quando eu chegava de noite ela estava feliz. Eu tinha que construi mais um quarto, me incomodava aquela casa muito baixa sem personalidade, inventei de levantar o telhado e levantei para mim era tudo festa, também eu era jovem não podia abri mão de mim, rapaz com todos o gaz dos jovens da época, estava acontecendo uma Revolução no mundo das Artes, da musica eu não podia ficar de fora não podia, não queria que destino fosse desviado, mais pensava que eu podia ter ficado por lá, ver o que acontecia, ver quem sabe eu teria virado um professor, entrado para a politica quem sabe né? levantava a mascara pra descansar, pra respirar, eu teria sido feliz por lá, mais quando volto lá vejo um da quele meninos companheiro da minha infância dar do, numa porta de aço concertando eletrodoméstico, paro com ele ali tenho pena de ver o que foi feito daquele menino inteligente que escolheu ficar lá meu Deus... meu irmão mais velho que ficou por lá, também não brilhou, o que fez? aquele que caiu do caminhão na viagem de Sergipe para Bahia. Falo brilhou por quer acho que nascemos todos para brilhar. Eu acho isso. Eu seguia em frente, ainda não pensava em ser Artista, não pensava, me via montado num burro ou mula indo pra o Ouro, eu amava tudo aquilo. O Sol forte no rosto, ''Sol de Brigadeiro'', Sol das duas da tarde, estávamos chegando no destino, no mesmo instante eu estava com minha turma de ''Comércio Exterior'' na Faculdade. parava pra beber agua e fumar um cigarro e voltava, ao trabalho, nosso chefe era cidadão, pessoa fina que não nos deixava faltar nada, ele via quando agente estava precisando ser requalificado e requalificava com uma letra da sequencia de letras que era A, B, C. OS SOLDADORES INICIAVAM COM A LETRA C, IA GALGANDO ATÉ CHEGAR NA LETRA A, PRA CADA LETRA UM SALÁRIO DIFERENTE.
PG.164.
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Estradas Reais.
Livro Revista.
Com isso agente estava sempre estimulados, maravilhoso foi trabalhar ali naquele ambiente rico, eu fui muito feliz nesses 15, 6 anos que trabalhei com esses Italianos. Trabalhamos na construção de obras das Plataformas Submarino, Complexo Pedra do Cavalo com seus mais de 20 quilômetros de tubulação de grosso calibre, para a Bahia. Grandes obras pelo Brasil a fora. Ai começamos perder concorrência uma atras da outra. Quando ficamos sem serviço mais da metade dos trabalhadores fora dispensados, os que ficaram eram colocados para fazer manutenção nos equipamentos. nesse meio tempo pegaram uma grande obra do Governo da Bahia. ''Complexo Pedra do Cavalo, com seus mais de vinte quilômetros de tubo de mais de 2 metros de diâmetro, me segurei por mais de dois anos, me mudaram de função passei de Soldador para Caldeireiro foi. nesse meio tempo se aproximava o meu tempo de serviço, eu já estava pensando em aposentadoria, estava me formando na Universidade. também, para fechar com chave de ouro. Cheguei foi? me perguntei! Nunca fui cara de chegar e parar, nunca fui. Tenho que recomeçar outra jornada eu pensava. ''Me formando Bacharel '' Dando essa alegria pra meu coração e dos meus amigos e parentes. A caminhada foi imensa mais valeu a pena, a alegria foi maior, me aposentei em 1989. um ano depois da constituinte, tive problemas por isso, problemas sérios financeiros e tal.
Trecho da Musica ''Disparada '' festival da Canção .1965.
''Prepare o seu coração
Pra coisas que vou contar
Eu venho lá do Sertão
Eu venho lá do Sertão
E posso não lhe agradar...
Aprendi a dizer não
Ver Aa morte sem chorar
A morte o destino todo
Estava fora de lugar
Eu vivo pra consertar...
Na boiada já fui boi
Mais um dia eu montei''
Nem por mim nem por
Ninguém nem qualqur
Coisa de seu nem qualquer
Querer mais ser doque eu...
PG.165..
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Estradas Reais.
Livro Revista.
A TERRA PROMETIDA.
Ali com aquela mascara de soldar no escuro e na solidão com os meus pensamentos viajava, pelas ruas da cidade, as vezes invisível, não dava e nem recebia um sorriso, um olá de ninguém eu caminhava ia em frente. sempre pensando alto, pensando forte. Chegarei aonde eu quiser no topo chegarei, aonde eu quiser chegarei... A vontade de vencer era e é ainda muito grande, por que eu não tenho limites, não tenho. Sou um burro empacador de uma burreza tão límpida que dar pra ver a olho nu. Saído da mais irreal história cara atento a tudo, tudo que for fatos que envolver seres vivos da terra eu quero saber, participar das decisões. Como estava falando, não sou cara de chegar e pará, dizer pronto cheguei. não sou, afinal eu só tinha 45 anos de idade, meus filhos o mais velho estava com 9 anos. E eu Aposentado! ''E agora José''? Com um Salário minguado, que minguo depois que aposentei, aposentadoria por tempo de serviço! me vi naufragado. vou partir de novo pra luta, arrumei um camarada de Faculdade, colega que montava Box de banheiro, me chamou pra trabalhar com ele eu fui, não ganhei nada, larguei, chamei um amigo que fazia gelei DÁGUA COLORIDA PRA VENDER EM BAR, Não achei que dava certo pra dois, chamei ele pra ir em Minas comprar queijo pra vender de porta em porta, não deu certo, tinha que ser um negocio para dar resultados imediato, esse não era, talvez mais a longo prazo. Posso dizer que foi uma luta muito bruta, posso dizer que foi uma luta do cão, não foi fácil. O camarada sair do certo, de uma empresa Multinacional para a Rua, para ganhar a vida na rua. sentir isso aqui na carne meu compadre. Eu um péssimo vendedor achar que ia me dar bem vendendo na rua kkk. Pensei em prestar concurso publico para trabalhar em repartição publica e fui, entrei na Fundação do Bem Estar do Menor ai deu tudo certo como ja disse trabalhei dez anos por lá.
PG.176.
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