Estradas Reais. 125, 126. 127. 128,
Livro Revista.217A Arte por acaso
poesia
DA BARRIGA DA MINHA MÃE
Da barriga da minha Mãe
Vim para casa e nem sentir
Quando vi já estava eu deitado
Numa rede de pano de rede
Candeeiro bico na boca 6ff
Pra não chorar
Lá fora um mundo novinho
Pra eu um Sol a brilhar
Muitas cores flores
Amores mil a Lua
As estrelas o Céu
E um menino iria crescer
Cresci apareci deram para mim
Um nome de homem
Carrego alegre carrego feliz
Da barriga da minha mãe
Vim para casa nem senti
Quando vi estava eu ali
Deitado numa rede de pano
De rede um candeeiro
Um bico pra não chora
Fim.
125.
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REVISTA Menino Rei. 120, 121, 122.
Um Pouco de Arte não Faz Mal a Ninguem.
Agora em casa sem nada, começou a doer. O estranho é que eu não sentia missão comprida, ainda não tinha escrito um livro, não tinha marcado território não tinha, levantava sedo estava ali meu cachorro me olhando, ia dormi meu cachorro me olhando, peguei um amor tão forte por ele inacreditável aquele cachorro enorme me dando amor, me dando a paz, me inspirando. me transformando. Todos os dias eu colocava o seu colar e saia para dar uma volta com ele era encantador, as pessoas me abordavam para falar com ele, ele me olhava pedindo permissão para dar atenção para a pessoa, ele era um Pit-bull medio porte, branco com manchas marrom, a cabeça muito grande, muito carinhoso dócil, vivia solto, vivia dentro de casa, quando eu pegava o sapatos ele já sabia, sentava na minha frente eu pegava a chave do carro ele me seguia eu abria o portão ele sentava do ladinho eu tirava o carro ele ficava me olhando pra ver se eu chamava ele, eu fechava o portão ele voltava para dentro de casa dormir, dormia muito quando acordava o primeiro lugar que ele olhava era onde eu me sentava, eu sentava em um lugar só por causa dele, eu nunca lidei com um ser tão especial, tão singular. Morreu tratamos com um da família temos a cinza dele guardada. Depois escrevo mais sobre Frank o meu cachorro, falar um pouco de outra paixão da minha vida: O cinema e de outras coisas interessantes. venho de uma era bem lá no passado cheguei a conhecer ex escravos, gentes que viveram no período da Monarquia, gente que lutou na guerra do Paraguai. encontrei na sala, na geral do Cine Teatro Coaraci com pouco mais de 8 anos de idade um mundo de sonhos. O mundo que eu queria, as cidades, os astros do Cinema, ali eu aprendi a ser esse que sou, eu estava em formação de caráter, aprendi sobre justiça, sobre injustiça, sobre o bem e sobre o mal.Aprendi sobre a guerra, sobre a paz. pus em pratica, eu queria ser um Rei. O cinema me fez querer ser o melhor dos seres humanos, aprendi sobre a generosidade, sobre a compaixão, a genialidade, não sei mais eu aprendi. Eu ia pra o cinema escondido, da minha mãe, eu só tinha oito ou nove anos de idade.
126
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REVISTA Menino Rei.
assistir Durango Kid, Bill Eliot, Kin Novak, os brasileiros Grande Otelo, Oscarito, Milton Ribeiro. Os filmes O Ultimo Por do Sol, Asim Caminha a Humanidade, E o Vento Levou. Lampião o Rei do Cangaço, 55 Dias em Pequim O Mais Longos Dos Dias e muitos e muitos outros, o cinema moldou o meu jeito de ser e eu embarquei, aprendi muito para usar e estou usando mesmo que inconsciente. Através do cinema conheci o mundo, os desertos, Londres, Egito Africa suas Savanas os animais selvagens os limites o cinema é uma Universidade, a Faculdade onde você fica duas três horas aprendendo. Não ia pra o cinema puramente pra me divertir. No cinema vi Opera vi Teatro vi Cassino vi Sertão e Desertos, Florestas, vi Tarzan. Aprendi sobre paixões sobre a guerra sobre a paz. Vi Pablo Picasso, Vicent VanGog, vi Monet, Michelângelo, Portinari sua Artes. Um menino tão pequeno andando naquelas ruas desertas de Coaraci Onze horas, onze e meia da noite vindo do cinema sozinho, acho que dez ou onze anos de idade, o cinema longe de casa, dava um medo, mais como minha mãe dizia nas horas de aperto: Por cima do medo Coragem e seguia em frente, atravessava a ponte só ouvia o barulho da agua na correnteza em baixo da ponte, o cinema ainda esta de pé, era um prédio bem construído é um prédio bem solido chegou a ser ''A Igreja Universal do Reino de Deus'' nos anos 80, 90. Sou grato a tudo isso, a minha mãe que na sua sabedoria não me batia por isso, eu chegava a contar os filmes pra ela, que era uma excelente contadora de história, ficava me ouvindo e não brigava e nem me batia eu era muito feliz muito, Digo para todos que nunca sofri na minha vida. Um menino que podia soltar no meio do deserto e ir embora que ele ia chegar em casa nem que fosse no fim do mundo. Vivi o auge da era de Ouro do Radio , com programas de auditório e tudo com os cantores do Radio, O Programa Cersa de Alencar, participações obrigatórias das cantoras Emilhinha Borba, Dalva de Oliveira, Angela Maria Dircinha Batista, Araci de Almeida, Francisco Carlos, Orlando Silva, a chegada da Televisão continuo assistindo. Passaram Chacrinha emigrara do Radio pra Televisão.
127.
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REVISTA Menino Rei.
A chegada da nova musica popular brasileira, Chico Caetano, Gal, Bethania Edu Lobo, O lendário Geraldo Vandre Os Festivais da Musicas. Algumas musicas que ficaram marcadas, cravadas no inconciente das pessoas: Alegria alegria, Domingo no Parque, procissão, Cordão da saideira, Disparada, Construção, A Banda, Irene, p\\or um poema para descontrai: Como eu estava falando eu vim para mudar isso tudo como disse cheguei aqui em 1961, encontrei uma cidade linda, com muito verde ainda, muitos sinais de antigamente, a cidade era muito mais acolhedora, embora o seu povo muito frio, as meninas bonitas, as casas bonitas, o Bonde enriquecia a paisagem, a região do Ibirapoera muito vazia ainda a sua importância era só o Parque e o Quartel a onde eu me alistei. tinha algumas fabricas e residências comuns, nada de mansões. Nosso como o tempo passou, tinha o Hospital dos servidores bem afastado quase isolado. eu lembro. Curiosidades bem legais: O lixo em alguns bairros eram coletado em carroções puxados por um par de Mulas bem cuidadas. Os rapazes e moças da época iam muito nos parques de diversões, lá eram oferecido musicas nos alto falantes do parque os locutores caprichavam na dedicatória, agente pagava para isso. era muito massa. a gente vestia a melhor roupa. brincava nos Balanços do amor e carrocel roda gigante coisa linda segunda feira estavam todos nas fabricas que enchiam a Mooca. Tinha a Caribe que empregava quase todas as moças do Itaim. A gente vinha de trem trabalhar. Para se vestir tinha as Lojas Ducal roupas Masculinas, José Silva, loja Mesbra, Duton são algumas Garbo que sobre-vive ainda, o decorre desses anos, São Paulo se tornava, recebeu o titulo de a cidade que mais crescia no mundo, nos anos setenta. Na próximas paginas falarei de uma mulher, uma mulher não uma Lenda foi minha vizinha. aqui do outro lado da rua no século 18.
PG. 128.
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