Estradas Reais 245, 246, 247, 248.
Livro Revista.
Nas lembranças.
Trabalhando e pensando. Parei para ir no Banheiro e fumar um cigarro já volto. Pronto voltei. Estou soldando os módulos para as Prensas da Fiat do Brasil. As prensas para imprensar a lataria dos carros que será fabricado no Brasil, um serviço muito sofrido tinha-mos que entrar dentro dos módulos para soldar, respirava-mos só fumaça e poeira, impossível um homem não morrer lá dentro, enquanto soldava lembrava do meu começo em São Paulo, os pulos que eu dava para, para tentar me enganar, para tentar não querer voltar pra casa. Tinha saudade de todos os meus movimentos, tinha esperança de ainda ir lá na minha terra para casar é, para casar sim. mais o meu destino estava cravado aqui. Lembrava daquela infância de terra batida, da quelas casas de pra-te-banda, do meu pé de Tamboril plantado bem na frente da nossa casa, onde ia cantar os Ben-te-vi, os Sabiá coca, os laranjeira. saudade da ponte sobre o Almada, da barragem. do meu pé de catolé. ali embaixo da mascara de soldar as vezes eu chorava sem ninguém ver. Vez ou outra alguém tocava na minhas costas para dizer que eu tinha que ir na enfermaria, fazer o exame anual. No momento eu estou num lugar meio deserto, sem outros soldadores por perto, estava trabalhando em componente para escavadeira da Fiat, uma especie de trator com uma pá de limpar leito de rios e córregos, quando de repente uma grande explosão ali do meu lado, bem próximo de onde eu estava, levei um susto dei um salto para traz, bati a mão na mascara de soldar que vuoo longe, tinha explodido um tambo de 200 litros de tinta que era usada no pintura de ''bujão de gaz'' que a firma fabricava mas que tinha parado de fabricar, e tinha sobrado aquela tinta, e estava esquecida ali. Só sei dizer a explosão lançou uma grande bola de fogo que passou a uns dois palmos da minha costa e esbarrou numa pilha de massa refratário ficou queimando, enquanto tinha tinta. Era tinta alumínio altamente inflamável, tinha se incendiado e explodido em chamas.
245.
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REVISTA Menino Rei.
o fogo já estava perto do telhado, ouve uma correria para o local me encontraram branco, com o fogo me subindo pelas pernas e o povo da fabrica apagou, abafando, nunca passei um susto daquele, mais a vida continuava vibrante e linda. Tinha-mos a rédeas, era-mos trabalhadores, trabalhadores bem remunerados, estava-mos levantando o Brasil. já tinha-mos construído Ilha Solteira, uns 40 tanques da Petrobras, com chapas de duas polegadas, nos tinha-mos orgulho de trabalhar na quela nobre empresa, me casei trabalhando lá eu tinha 34 anos casei no dia que completara 34. ''Estou casado com a mesma mulher''.Ne perdoei por não ter ido casa na Bahia, me perdoei...Hé posso dizer que tudo foi flores naqueles 15 anos e meio que trabalhei ali, mais chegou o tempo de me aposentar e sai aposentado de lá, ai tudo foi espinho. Tive a minha vida estrangulada com a aposentadoria, meus filhos que estudavam em escolas particulares, só não os tirei no, na metade do ano porque achei desaforo, sete anos pagando escola, certinho quando fiquei sem o salário por causo de queda de rendimentos fiquei na encruzilhada entre tira ou não tira, não tirei, fui negocia com os diretores das duas escola, já que um estudava em uma escola e o outro em outra.
Eu queria saber por onde
Anda o meu sorriso alegre
Aberto largo descontraído?
Eu queria.
Eu queria saber onde anda
Aquele moço forte ligeiro Que jamais levou um desafora
Pra casa, não levou.
Eu queria saber cadê Aquele
Menino de olhos claros
Cabelos claros cheio de fé?
Meus bichos morreram mais
Restou a esperança...o meu
Bichi de estimação sempre.
Fim.
Autor: Euflavio Gois.
246.
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REVIATA Menino Rei.
Construi Auto forno, porto de Tubarão, Ilha Solteira, Itaipu Bi Nacional, hidroelétrica de Xingo, Prensas da Fiat, Três Marias, Petrobras, Siderúrgica de Cubatão, Siderúrgica CSN, Pedra Do Cavalo-BA mais agora tinha chegado a hora de descansar. foram quinze anos e meio, muitas amizades, muito suor, muitas risadas, muitas demonstrações de amizade, iria deixar alguns amigos de verdade e deixei. Sai chorando.Me despedir de todos. fica com DEUS Trivellato mestre, fica com Deus Vitório Castanheda e mais seus 150 ou mais de companheiros, heróis de todo dia, mais Fulano, Ciclano e Beltrano e o caralho. Adeus Badoni-ATB que eu já vou. Ai cantava:
''Nessa longa estrada da vida
Ja vou indo e não posso ficar...''
247
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REVISTA Menino Rei.
''POEMA DA SOLIDÃO''
Não falarei por três dias
Não sorrirei por três dias
Não cantarei por três dias
Não amarei por três dias
Vagarei sem destino
Voando no limite das
Altura além da imaginação
Descerei abaixo do nivel do
Mar me encontrarei com os
Deuses da terra com os
Demonios paraentes próximos!
euflavio gois
.
248
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