Estradas Reais., 145, 146, 147
Livro Revista.
Lembranças embaixo da mascara
de Soldar,
Ainda nas lembranças as terras inóspitas do Ouro, Serras e Veredas sem fim, eram nosso caminhas da roça, não tinha quase animais para montaria os pouco que tinha-mos eram de cargas, muitas léguas para converter em km. O Sol não era amigo, nos fritava naquele mundo de meu Deus, eu pequeno, topada sem calçados arrancava a unha, ou animal que nos pisava nos pés descalços, soltava a unha, o meio Sertão estava ali, bem ali na nossa frente por Km ainda, terra de gado Nelore, terra de agua salgado, milhares de passos pra dar, nas terras dos Carcará. O consolo era saber que o Circo Nerino estava lá na praça de Coaraci e Sábado eles iam apresentar pela primeira vez o Espetáculo ''Sansão e Dalila'' com um pouquinho de sorte eu ia assistir. Se eu tivesse sorte eu não ia ser retirado de dentro do Circo e de quebra não ia tomar um pescoção na saída. Mais a caminhada nas terras difíceis do Ouro estava apenas começando. esse ponto onde esta-vamos era dez pra onze horas e só chegaria-mos no final as duas e meia. isso era sempre assim pelo horário que saiamos de casa. O Sol ainda ia esquentar e muito, mais já estávamos acostumados, os animais também animais adora agua salgada, eles bebiam a agua com muita vontade, não era o nosso caso passa-vamos muita sede nesse ponto da viagem, mesmo assim tenho muita saudades dessas aventuras naquelas terras tão hostil, terras bravas. Um Faroeste baiano. eu conhecia bem dos filmes Americanos a qualquer momento eu achava que ia surgir Indios Apaches, kkk e nos atacar. Faço parte de um grupo de pessoas duras como pedras, pessoas que sorri quando é de sorri, que chora quando é de chorar. pessoas que só corre depois de ver o tamanho do Bicho é só corre! pessoas que já mais vai deixar um amigo falando... Tenho um Farol me guiando em direção sempre navegável, segura, minha mãe , meu pai construíram para mim, eu amei, sempre naveguei em aguas mansas, limpas e cristalinas, somos ótimos navegadores, de ancestrais Portugueses, esta no DNA. No nosso ser. Nasci em Estância-SE de família pobre, muitos irmãos, muitas falas, muitas bocas pra comer.
145.
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Estradas Reais.
Livro Revista.
Poucos roçados, nenhuma reis nos pastos. Nem um pasto, nenhum rasto. Quando eu nasci alguém ali perto disse assim é home! é menino! eu chorei. Somos bons navegadores, os melhores. E pensava: meu Deus!. Lembrava de um pouco antes alguns anos antes. Euzinho ali na quele mesmo senário trazendo uma cabra, a pé pelo Sertão a foro no meio do nada, sozinho e Deus numa aventura de tirar o fôlego. Não via uma sombra e nem um lago para refrescar, para tomar, nem um pão seco para comer e eu com a bichinha deitada, descansando um pouquinho pra retomar a viagem. Em um famigerado dia, daquelas viagens semanais sem fim, descendo a serra pelada da Bahia descalço, dedos do pé ensanguentados, eu me enganei, pensei que tinha visto um Jabuti, eu que era louco por. esses bichinhos, Gritei: papai olha um Jabuti ali! apontando com o dedo eu só tinha 13 anos, ele falou aonde? eu respondi: ali, ali ali...desci correndo do burro , mais não achei mais, procure, ele procurou e nada, levei eu grito junto com uma varada nas costas que doe muito até hoje e vai doer para sempre, até o dia da minha morte vai doer. Tempos brutos.
147
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Estradas Reais
Livro Revista.
Poema
'' Repente''
Me doe de ver o repente
Abandonado que nem
Peixe fora d'agua
Sem oxigénio morrendo
Me dói muito o Sertanejo h
Tendo que viver aqui com
As comidas daqui oh meu
Deus o repentista sendo
Chamado de Rep
Me doi de ver
Morando no mei da Rua
Assobiando pra Lua meu Deus
Isso assim me dói de ver
Meu Deus que vida é a sua?
Que vida é essa a sua me dói de ver
Fim.
E.Gois
148
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