Estradas Reais. 22, 23, 24. 25.Livro Revista.
lembranças em baixo da Mascara.
As lembranças de infância são muito boas: brincando um dia, subir num pé de laranja cheio de espinho, cai lá de cima fiquei caído lá no chão, quando as dores passou fui pra casa e nunca falei com ninguém. Na queles tempos tão distantes os meninos já velhos de 12, 13 anos eram tratados com rispidez, tratados na chibatada pelos pais pobres ignorantes, analfabetos, as crianças sofriam todos tipos de maus-tratos, inclusive castigos de ir dormir sem comer. Eram chamados de cachorros, e outros animais ainda choro quando me lembro dessas coisas. ''Menino velho'' eles também não tinha limites, tinham coro calejado no lombo de apanhar, como tinham os escravos, os pais eram homens rudes os meninos se tornavam iguais, quando iam ser também pais. Os meninos viviam, serviam seus pais como criados. Viviam correndo atras de bicho ou na frente deles, subiam em jaqueira, mangueira e em tudo que terminavam com eira. O pais não cuidava da educação dos seus filhos numa Republica récem Proclamada. Mal Proclamada. diga-se de passagem. Vivíamos correndo de tudo que fosse feio, os pais nos ensinaram a sermos agentes covardes, não devia enfrentar, nada que fosse maior do que nos, mesmo assim alguns destemidos sobrevivíamos as tempestades, corríamos de Jagunços nas roças de cacau, de vaca braba ate de empregados de Circos quando paravam na nossa Cidade. He.! Com tudo isso saiamos atras de Palhaços de Circos, pescavam no Rio, caçava passarinhos e outros bichos. Formamos assim mesmo uma Elite de meninos foda. Não eram todos os meninos que eram aceito na Elite. Não era! filho de Giru, Zé Cabelinho que foi embora pra o Rio de Janeiro, em 53 eu acho, Eu, o Quinda, Edesio, Josemar de Borjinho, Paulinho de Pedro Rocha, Zé Reis de Pedro Procópio, tinha menina que agente chamava de menina homem, Jane de Pedro Rocha é a que eu lembro, mais elas não sabiam tinha algumas no grupo que eram aceitas. vou citar só uma a memória esta procurando mais, Maria sobrinha de Pedro, Procópio, Jane de Pedro Rocha, os irmãos dela lhe chamavam de Jane por causa de ''Jane de Tarzan '' Mais ai a idade limite estava chegando, dezesseis pra 17 anos eu já estava me sentindo homem, já tinha uma grande bagagem de vida.
PG.20.
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Livro Revista.
Tinha que arranjar uma oficina para aprender uma profissão, toda semana tinha que ir para no Ouro buscar requeijão e manteiga para vender na feira. Escola? só se desse! se não desse: fazer o que? tempos bons aqueles. Se encontrava muita gente sabidas ainda. Gente do tempo do Império. Escola só ia quem estava predestinado a ser os que mandavam, os que iam obedecer não precisavam estudar, se podemos hoje berrar e espernear, foi através de muitas lutas, de muitos enfrentamentos nas ruas, devemos muito a homens rudes, que apesar de pouco estudo não se acovardaram. Muitos pobres acreditavam na bondade dos ricos e não levantavam os olhos tristes enquanto o ferro lhe penetrava na carne, assim como tratamos os animais, lembro de quando tirávamos a cela do cavalo que montávamos estava lá embaixo uma ferida, que chamavamos de pisadura, soltávamos o animal e nem colocávamos remédios mais no outro dia estávamos lá de novo montado nesse mesmo animal que não reclamavam. Fazer o quer? Tempos bons aquele, se encontrava muita gente sabida, ainda do tempo do Império. gente que falava sobre Canudo, que teve parentes envolvidos, conheci pessoalmente, cheguei a ver-lo sentado na área da casado seu filho Girú, tinha vindo da fazenda fazer tratamento era um homem já muito velho, ''João Vital'' primo carnal de Antonio Conselheiro, mais eu era muito criança ainda, acredito que lá pouca gente conhecia essa história, falarei mais sobre essa lenda depois. Minha mãe era uma excelente contadora de história, em noite de Lua Cheia sentavam na frente da casa os vizinhos para ouvir minha mãe contar história, naquele tempo ainda não tinha Televisão, não tinha. Poucos Rádios nas casas. Minha mãe contava muita história de Reino, hoje me lembrando das história que ela contava muitas histórias, me vem a mente o grande escritor do Maranhão ''Câmara Cascudo''. Teve também uma senhora muito sabida, veio do Sertão da Bahia contava muitas história do Cangaço de Cangaceiros, de Jagunços. Contava elas as histórias de Romeiros que iam a pé de todo parte da Bahia para a festa de Bom Jesus da Lapa e desaparecia no areião de Riacho de Santana já perto de Bom Jesus da Lapa.
PG.21.
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Estradas Reais.
Livro Revista.
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As pessoas iam em comboio, paravam pra descansar, são setecentos kl de distância, alguns iam no banheiro, digo no mato, demorava a voltar, os companheiros, iam atras e não achava mais, só encontrava o chapéu de romeiro, com a fita verde meio que estraçalhado, a onça tinha comido o dono. contava muito da seca que tinha enfrentado em tal ano, agente ficava encantados ouvindo as historias dela, falava de Lampião, do Jesuíno Brilhante outro cangaceiro antes de Lampião. Sm por quer a Republica trouxe com ele esse fenômenos que se espalharam pelo Brasil a fora se dizendo Justiceiros, também os Conselheiros. no Nordeste e no Sul.
PG.22
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Livro Revista.
Poesia
O Maior acontecimento de vida
É a morte, é a morte.
PG.23.
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