Estradas Reais 191 192.
Livro Revista.
Década de 50 estava se despedindo.
A década de 50 foi uma década muito especial foi onde eu passei toda a curta infância, e adolescência, embora o termo adolescência ainda não fosse usada do lado pobre da humanidade, as coisas chics não eram. Eu estava lá na festa de emancipação da minha cidade, quando ela passou a de maior, eu participei, desfilei, fui destaque na fanfarra, eu era da tocava na, ou fanfarrão na pequena fanfarra pra mim grande.. a minha linda professora Irene que não me deixe mentir kkk. Eu todo de branco, roupa e tênis ires branco comprados por minha mãe, que lindo, não guardei nem uma foto. ''1952'' Tenho ido lá visitar minha segunda paixão, Coaraci dos meus encantos. Eu e meu pai na quelas viagens locais interminável, meu pai cantava as musicas da época naqueles caminhos desertos da Bahia Abria abria a voz: Hé, mais década de cinquenta estava se despedindo, eu já me preparando e preparando meus amigos e minha me para a grande viagem, não lembro de muitas coisas de 1959, ano eu com dezessete anos, pequeno, preocupado com o tamanho, achava que não ia crescer um sofrimento a mais, se eu não crescesse não viria pra São Paulo., o ano todo de mal humor, não era mais criança só cara feia, meu pai tinha nos abandonado, minha mãe sofrendo muito o abandono, com quatro crianças pequenas, etc. estou contando nessa ''confissão'' a parte mais triste, onde eu não via mais possibilidades, entrara numa especie de beco sem saída, não tinha mais a escolas, os colegas de classe, a professora. Eu já conheci o lado escuro, parece que o Sol deixará de brilhar, não tinha mais os banhos demorados de Rio, não sabia e nem tinha cabeça pra namorar, não tinha, a minha casa ficara muito triste, nesse meio tempo perco mais dois irmãos, uma irmã e um irmão, conseguir atravessar o duro 1960. Entramos em contagem regressiva para a viagem, esse ano também tinha tudo para ser um ano muito ruim e foi. Entrei para o time dos de maior de idade. Eu ia fazer dezoito anos em outubro. Ano de muita preparação de tudo, prepara para deixar minha mãe sofrendo sozinha no abandono, minha mãe não reunia mais ninguém para ouvir suas histórias.
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Chegou setembro, de 60 vamos, fui buscar o cabritinho que tinha crescido, fui buscar, meu pai preparou, vendemos a carne, apuramos mil e uns trezentos cruzeiros, procuramos Quidinho um caminhoneiro que viajava uma e até duas vezes por mês com um Pau de Arara cheio de gente, compramos a passagem, fizemos o que tinha pra fazer, agora era só esperar o dia da viagem. Eu olhava pra traz não via mais nada pra me encher de esperança e eu tinha tantas coisas para dividir com aquela Cidade, com aquela gente, tantas...
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