Minha mãe continuava na fabrica trabalhando, meu pai voltou da Bahia mais pobre do que foi, ficou no marasmo sem nada pra fazer, fez mais três filhas mulher, minha mãe danada gostava de meninos novos e de pirão de galinha e de capão. sinha Olinda sempre de prontidão, ou sinha Terta que era a outra parteira de plantão kkkk. Bem ai nesse meio tempo eu já tinha quatro irmãos, meus Reginaldo, Maria Elza, Eunice, Creusa, maria Luiza e euzinho. Meu
pai deixou minha mãe gravida e voltou pra Bahia, ai logo nasceria mais uma irmã, a nossa vida continuava correndo, muita falta das coisas, agora era-mos minha mãe e mais seis filhos e ela guerreira lutando para não deixar faltar o básico. Meu pai na Bahia comendo o pão que o Diabo amassou, escreveu pra minha mãe dizendo que ia buscar agente, ai eu já estava com quatro anos, a guerra tinha acabado, estava-mos vivendo o pós guerra, faltava tudo. muitas pragas, era doenças de todos os tipos: Varíola, Febre Amarela, Sarampo e outras doenças. Meu Pai que tinha escrito que ia que ia buscar a gente foi, quando chegou pra buscar a gente nóis tinha perdido pra o Sarampo três irmã, as mais novas, imagina a loucura que foi, meu pai chega em casa de viagem, tinha perdido três filhas, que tinham morrido e sido enterradas, dizia vamos arrumar as coisas, vamos viajar, minha mãe coitada tinha que pedir as contas na fabrica, para ir para o incerto, o desconhecido com os três filhos que lhe restaram, com um marido que nem sei...Tinha-mos uma rotina segura, minha mãe trabalhava tinha o dinheirinho dela o salário, o que fazer? o que fazer? pedir conselhos pra os pais, os irmãos que diziam: Você tem que ir eles diziam tem que ir com seu marido, não tem outro jeito, tem que pedir as contas para ir pra Bahia. Nós já nos sentindo grande chorava de deixar o nosso rio Piaitinga onde íamos com minha mãe lavar roupas nas folga dela, ia só para brincar na agua limpinha do rio e procurar semente de Eucalipto perfumado para brincar de carrapetinhas, o meu irmão era três anos mais velho do que eu, era meu chefe, passávamos horas brincando com as carrapetinhas.
PG.41.
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REVISTA Menino Rei.
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Agente perguntava pra gente mesmo: Será que lá em Bahia tem carapeta? sem resposta: Será que lá em Bahia tem carrapetinhas? Asim os dias iam passando, novas duvidas iam aparecendo nas nossas cabeças. Passaram os dias, meses e ainda estávamos chorando a morte das menininhas, nossas irmãs, que morreram de Sarampo, no meio dessa confusão toda, no meio. dessa arrumação toda para a viagem que mudaria toda a nossas vidas para sempre. Eu o Regis e a Elza os mais velhos fomos salvos por milagre. Nesse tempo éramos cuidados por cuidadoras, pois minha mãe como já disse trabalhava em fabrica, era operaria, provavelmente não éramos cuidados direito, o Sarampo passava de um para o ouro facilmente, e as meninas morreram. Bem chegou o dia da partida, tudo pronto, despedidas demoradas, caminhão na porta vamos que vamos viaje de cinco dias, Brasil sem estradas, sem ponte, tinha saído de uma Guerra com as mãos abanando, muita fome pelo por esse mundo afora e la vai nóis pra o Sul da Bahia, Coaraci terra rica do Cacau, chegou em Itabunas paramos pra dormir, para chegar em Coaraci com o dia amanhecido, meu irmão cai do caminhão ainda andando, bate a cabeça no cão da estrada. Tratamento na hora uma agua fria no galo e só, e pronto sarou. Em Coaraci, fomos morar em uma casa que um amigo do meu pai lhe arranjara sem cobrar nada de aluguel. Ficamos pouquíssimo tempo, o homem pediu a casa para derrubar, que ia construir, fomos morar na barragem, já com idade de ir pra Escola , fomos pra Escola. Ainda bem! ai a infância corria a ''cem a mil por hora''.
PG.42
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