Estradas Reais. 194. 195, 196, 197.
Livro Revista.
Você é um Cara Retado
Disse Meu Irmão.
Sempre estive muito perto da minha mãe, em quase todas as horas, nas tristezas principalmente, Tudo era eu, flavinho faça isso, flavinho você já fez o que mandei? era assim o tempo todo, e eu crescendo, as responsabilidades também cresciam junto, eu mais pequeno, ela ia para o rio lavar roupas me levava, ia lavar fato de carneiro, a famosa buchada num sabe? me levava. Para mim parecia que só tinha eu, mais era assim e eu gostava, não lembro ter reclamão. Com meu pai a mesma coisa, ele matava carneiro e eu era o seu ajudante, o meu irmão maior Deus tenha colocado ele em um lugarzinho bem lindo, para ele nos esperar, bem pertinho dos nossos pais e irmãos que foram antes amém.
Em 1961 eu vim pra São Paulo sozinho com 18 anos como já disse, aqui eu tinha promessa de trabalho, mais só promessa num sabe? Vim assim mesmo espirito aventureiro, deu 18 anos não esperei nem um mês e já estava na estrada. Minha mãe ficou, só viria um ano depois. Veio com os meninos mais novos, o mais velho, o mais velho só veio trazer ela e voltou em seguida, aqui estava eu e meu pai que já era separado da minha mãe, chegaram aqui em 1962 não lembro o mês, ai eu já estava trabalhando, ganhando o salário mínimo que na época era bom, sim era bom não lembro quanto equivalia se trazido par os dias de hoje, só sei que dava pra pagar um aluguel e fazer mais algumas compras, só eu tinha idade de trabalhar formalmente, tinha um irmão e duas irmãs, tinha três irmãos homens também um grandinho e dois pequenos. Ana Maria que estava ficando mocinha foi trabalhar em casa de família, os patrões também pobres, só que estabelecidos a Eulina também, era só pra diminuir as bocas, o Evilásio também era danadinho também arrumou um jeitinho de sé encostar em alguém em troca da comida, só restava eu, minha mãe e os dois pequenos fomos se virando como dava, meu pai ajudava um pouquinho, também. Nessa vida vivemos três anos, eu trabalhava pertinho de casa vinha almoçar em casa, almoçava ouvindo novela de radio, sim novela do meio dia no Radio. kkk eu achava aquilo uma delicia, eu apesar de tantas dificuldades nunca atrasei um aluguel, mais não tem nada tão ruim que não possa piorar
PG.194.
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Estradas Reais.
Livro Revista.
O dono da casa pediu a casa, e agora? eu fiquei sem saber o que fazer, procurei meu pai para falar com ele que tinha mais tempo de procura outra casa pra nos, meu pai deu ajudou a procurar, casa para alugar o dono da casa que nóis morava tinha uma certa pressa, meu pai estava demorando de arrumar outra casa, eu não podia faltar no serviço, também era muito besta não ia saber conversar, com donos de casa de aluguel, não ia. Nesse chove e não molha, meu pai me contou meio vacilante, que tinha comprado um terreno num lugar muito remoto, que chovia quase todos os dias, o lugar se chamado Itaim Paulista, alivio. Me disse ele bem assim: ''Flavinho eu comprei um terreno estou construindo dois cômodos já está coberto de telha você quer ir com sua mãe e os meninos pra lá? já marcamos o dia de eu ver a casinha com ele, ai fui com ele fiquei encantado com aquela possibilidade de não pagar mais aluguem era um lugar alto, sem nenhuma possibilidade de enchentes. Lugar totalmente desabitado, pouquíssimos moradores, eu iria me tornar um Pioneiro naquele lugar que morei até 2015. Quero dizer que chegue no jardim dos Ipês em Setembro de 1965 e fiquei até outubro de 2015, Cheguei em um bairro sem nenhuma estrutura e deixei totalmente urbanizado, lutando junto com dona Donata minha valente mãe.
Vou relembra uma das maiores façanha feita por minha mãe: Ainda lá na Bahia o meu irmão mais velho amanheceu um dia gritando de dor como um louco, foram chamado todos os benzedores do lugar, feito tudo que era de reza e simpatias para curar a dor desse meu irmão que se chamava Reginaldo e que é falecido hoje. Minha mãe amarrou um pano na cabeça como ela fazia sempre que ia sair e saiu como louca buscar o Dr Edelblando na casa dele na Rua Vasco da Gama se não me engano, e trouxe ate em casa, Edelblando era uma pessoa tão do bem que não precisava muita coisa para tira-lo de casa numa emergência.
o Dr pegou sua pasta medica ou maleta onde é guardado os equipamentos médicos e correra lá para casa sem carro, sim ele tinha uma paralização num dos braços.
PG.195.
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Estradas Reais
Livro Revista.
com um dos braços meio que balançando sem muito controle, era uma meia que paralisia não sei, eu não o vi mais depois que vim pra cá, espero ver-lo ainda, mesmo sem carro, naquela época carro era coisa só de rico. Chegando em casa o meu irmão estava gritando de dor o Dr o examinou e falou pra minha mãe mande os meninos ir brincar na rua e esquente uma água, arrume uns panos limpos. o menino esta com um tumor interno grudado no osso da cocha, fêmo vamos rasgar a perna dele! Pegou o bisturi acho que o bicho se chama isso e tirou o tumor. Meu irmão se tornaria um grande amigo da família Pires. eu vim pra São Paulo logo em seguida e aqui tivemos eu e minha mãe outras lutas de tirar o fôlego. Dona Donata foi uma honra muito grande ter lutado ao seu lado, sobre o seu comando.
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