Estradas Reais., 142,143, 144, 145.
Livro Revista.
A CURTA INFÂNCIA DOS MEUS TEMPOS.
A infância tinha ido embora logo cedo, chegou os seis anos de idade, com dez o sujeito já era adulto, ja tinha que dar conta do recado, de arrumar um jeito na vida. Fomos pra Escola da professora Carmem Dias, da famosa família dos dias das Duas Barras, lá ia eu e Regis pra Escola assim que chegamos em Coaraci. Nóis era muito cabeçudos, o povo de Sergipe são, as cabeças servia de gozação para os meninos da nossa idade, era briga todo dia na volta da Escola, agente não aguentava mais, um dia batia outro apanhava e vamos que vamos, naquele tempo agente tinha que aprender o ABC, depois decorar a tabuada agente não era pessoa de ficar muito tampo num lugar, ficava agoniado. meu irmão aprendeu a ler e escrever abandonou a Escola só fez o primário, eu continuei, era tantas lutas que agente não tinha cabeça para estudar, não tinha seu moço. Escola longe de casa, Boiada que entrava numa ponta da cidade saia na outra ou ia direto pra pra o matador, sim por quer o matadouro ficava na outra ponta da cidade, os vaqueiro trazia do Ouro dez quinze cabeças de gado de corte que atravessavam a cidade tocada por vaqueiro, as vacas se enfureciam e era uma correria danada, as mulheres lavadeira de ganho não me deixam mentir. tocada por homens a cavalo. Aboiando e tocando a boiada, como na musica, boiada que estourava e sai correndo saída do controle boiadeiro, vaqueiro correndo a traz. As pessoas eram outras eu lembro, os tempos hoje são outros, eu tenho saudades muitas. Aprendi a sai de casa sozinho com seis anos de idade: apanhar caroço de cacau que caia, sacos rasgado, derramava agente apanhava pra vender, dai veio onze doze treze anos, agente cresceu. ai com quatorze anos eu já era rapaz duro na queda, com quatorze comecei a pensar em Rio de Janeiro e São Paulo. pequeno, com quatorze ano eu pensava bem alto, bem assim eu pensava: quando eu crescer eu vou embora, veio os quinze, depois dezesseis e eu pequeno, infantil, não estava fácil para minha cabeça grande, meu pai um homem bruto. Eu já não estava mais aceitando apanhar, passa tempo preferido dos pais daqueles tempos distantes. Qualquer coisa: Venha ca seu cachorro, seu corno, seu capadócio, não ele sei de onde ele tirou esse capadócio? deve ser dos nossos antepassados, desmoralizava agente em qualquer lugar.
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Estradas Reais.
Livro Revista.
E tome o que tivesse na mão, ou tirava o cinturão, bainha de facão meu senhor. Sim para não esquecer os nossos vizinhos mais próximos era uma filha de Sr. Tiano. Homem do coração bom, muito querido, pioneiro de Coaraci, rico sua filha Maricota era a nossa vizinha querida que nos ajudava muito, agente estava assim meio triste na hora da janta, chegava uma das filhas dela com feijão e falava: mãe mandou. O melhor feiJão que eu comi em toda minha vida estava ali dentro daquela tigela e tinha que dar pra todo mundo um pouquinho, muito bem temperado que eu não esqueci nunca. Nesse tempo eu tinha um cabritinho filho de uma cabra que o meu pai tinha comprado pra o corte, e o meu pai tinha o mal costume de compra os bichinhos para mata, largou da profissão de Carpinteiro para fazer isso, e eu era o seu ajudante. Eu lhe dava assistência. Sempre tinha uma cabra, uma ovelha que paria antes de ser abatida. Estou contando isso por quer é fatos históricos da nossa família, na verdade na verdade esse filhote conforme já contei em outro relato foia minha passagem para São Paulo. Como eu ajudava meu pai sempre sem reclamar, meu pai falou o cabritinho da cabra preta é seu Flavinho, como eu era chamado ali na família. O cabritinho e seu cuide dele e da mãe dele pra nóis, ai pronto estava ali minha passagem pra São Paulo ou Rio o que eu resolvesse. decidir por São Paulo. Dai eu fiquei com o cabritinho cuidava dele e da mãe, o cabritinho era preto e marrom tinha pequenas manchas brancas na cabeça, e na orelha esquerda. Eu amava ele, não pus nome para não virar da família. um dia apareceu na feira, o Senhor Zacaria Bonina, homem muito bondoso fazendeiro nas Duas Barras, e Sábado conversando com meu pai que tinha uma banca de requeijão manteiga e outras bugigangas, Peixes etc. Na feiram O seu Zacarias era freguês do meu pai, meu pai tinha matado a cabra pra vender a carne na barraca, conversa vai conversa vem, meu pai fala do cabritinho que ficou sem a mãezinha, e estava órfão e falou pra Seu Zacarias homem muito bondoso, ficou comovido, com o cabritinho ter ficado sozinho disse: seu Jesuíno, peça pra o menino levar o cabritinho pra ficar lá na roça, eu tenho uns bichinhos.
PG.143.
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Estradas Reais.
Livro Revista.
Cabra carneiro, galinhas e porcos, ele fica bem lá quando crescer vocês vão buscar ou o menino vai buscar, ai ficou certo, segunda feira eu levei o bichinho pra fazenda do seu Zacarias Bonina, voltei mais triste do que menino ''cagado atras da casa.'' Mais a vida continuava veloz, muito e logo ia aparecer outra aventura para mim e apareceu. Nós tinha uma rapaz que ajudava meu pai, tinha os dias certos para ele nos ajudar, se chamava Tonho, ele ia pra o ouro, vira e mexe, fazia outras coisa corriqueiras, chegou a quinta feira, dia de ir pra o ouro, meu pai chamou ele na casa dele e disse: Tonho amanhã eu não vou poder ir pra o ouro, então você vai ter que ir. Tonho falou: Pronto! Meu pai falou tem uns pacotes de cigarros para levar, quinta cedo chegou Tonho em casa, pegou os animais na maga arrumou uma pequenas coisas, tinha que sair cedo por quer a viajem era longa, arrumou os pacotes de cigarros e partiu, era seu trinta e oito quilometro puxado, num indeterminado lugar, que o Tonho não soube dizer, ele perdeu o burro ouro preto, justo o que levava o cigarro, ele foi embora sem o burro. Quando o Tonho chegou no outro dia foi falando: seu Jesuíno era o nome do meu pai, não sei se esse nome foi uma homenagem que meu avô fez ao Cangaceiro Jesuíno Brilhante. Que tinha brilhado no comecinho do século passado, bem voltando seu Jesuíno não sei como lhe falar isso: ''o burro ouro preto se perdeu no caminho ''meu pai ficou louco, meu pai era estourado de mais, justo o que levava os preciosos cigarros. saímos todos como loucos procurar o burro, vai aqui, vai acolá, lá pelas tantas horas da tarde eu encontro o burro, tranquilo no campo de futebol podando a grama farta do campo, me aproximei do bicho já com um plano diabólico na caba, eu estava aprendendo a fumar, com muito jeitinho conseguir parar o bichinho quieto, abri a carga e tirei um maço de cigarro. corri pra casa feliz da vida para avisar que eu tinha achado o dito cujo, digo, o burro foi uma alegria, geral, eu disse a meu pai, o bicho esta muito arrisco, não conseguir chegar muito perto. fomos todos no campo inclusive o Tonho buscar o animal os, tiramos os arreio, agora vamos ver se alguém mexeu, pegaram o pacote de cigarros: mexeram esta faltando um maço de cigarro.
PG. 144.
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Estradas Reais.
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O Tonho era um rapaz distraído, brincalhão, gostava de contar história logo me arrumou o apelido de Mostarda é ele me chamava de Mostarda, era mostarda, vem aqui que eu vou lhe contar uma história e contava histórias intermináveis de assombração histórias de arrepiar, ele morava bem em frente o cemitério de Coaraci. O Tonho perdeu um burrinho da tropa chamado Ouro preto meu pai não perdoou mandou embora e não o chamou mais, o tempo passou eu nunca mais vi o Tonho, o que será que aconteceu com ele? eu vim embora pra São Paulo passei muitos anos sem voltar e nunca mais vi o Tonho.
Estradas Reais.
Livro Revista.
Moraes Moreira.
Abre a porta e a janela
Quero ver quem é que sou
Sou aquele que passeia
E não quer mais avoar.
Eu sou um pássaro que vive
Vive avoando vive avoando
Sem nunca mais chegar
Vem cá saldade não venha
Me matar vem cá saudades
Não venha me matar
'''dos cantos popular'''
PG. 145.
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