Menino Rei. 261, 262.
Livro Revista.
Minha mãe ainda estava ligada
a Fabrica de Tecido
Filho de sertanejos, netos de sertanejo, nascido em plena ''Segunda Guerra Mundial'' na década de quarenta. Temente a Deus ele nasceu, cresceu junto com seus pais, pai aventureiro. Mãe era mulher Rendera, tecelã, trabalhava em tecelagem regular, digo carteira do trabalho, registrada e tudo mais. Sobre a minha infância vou estender mais um pouco, a cidade de Estância era pequena mais suportava três fabricas de tecido e mais outras pequenas fabricas de doces, charutos e varias fabricas de cerâmicas e também alguns engenhos de açúcar. Isso nós ainda em Sergipe. Estancia, cidade pequena, mais para mim grande, mais muito progressiva, respirava progresso, cidade encantadora, princesa de Sergipe minha mãe mulher de sangue no olho, analfabeta por que naquela época pobres, mulheres não iam na escola, só ia na escola as ricas, pobres não iam a escola. Estou falando de uma era de, de muita lutas, guerras mesmo seu moço, falando de gente brava, valente, rolava na Europa uma guerra devastadora, meu pai tinha ido tentar a sorte na Bahia, minha mãe estava só com dois filhos, eu ainda não tinha nascido. Nasceria em 1943. Meu pai na Bahia trabalhando de Carpina, nas matas do Sul da Bahia, só ia em Sergipe fazer um filho, deixava na barriga da minha mãe e voltava para as matas do Sul, fazer cancela, barcaça para secar cacau, aquele do chocolate que tomamos, que os Americanos tomam para espantar o frio, os Europeus etc, tomam. A Segunda Guerra matando na Alemanha, meu pai trabalhando escondido nas matas, outros rapazes cortavam até o indicador para não ir pra guerra. Eu esperando dar nove meses na barriga da minha mãe pra poder nascer. Dai chegou o dia, minha mãe trabalhou na fabrica de tecido o dia todo e ainda fez as duas horas como voluntaria caso da guerra, tinha que fazer o ''Brim Clark''para as fardas dos pracinhas da FEB: Força Expedicionária Brasileira.
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-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Estradas Reais.
Quando chegou em casa, sentiu as dores do parto chamou a parteira eu nasci, um menino forte como um bichinho do mato, que a mãe pare em qualquer lugar, derruba na mão da mãe-veia que vai cuidando de fazer os procedimentos da nascitura; a minha parteira se chamava sinha Olinda, que Deus tenha dado-lhe um bom lugar no Céu. Fui uma criança bem tranquila dizia minha mãe. Minha mãe era uma excelente contadora de história, uma Artista Popular eu não era menino chorão, mamava me colocam na rede eu dormia a noite toda. ela tirou a licença tirou o resguardo e voltou trabalhar, eu não sei com e com quem eu fiquei, só sei que estou aqui. Depois de nascido, os tempos correram veloz. A vida tem sido uma beleza pra mim.
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