REVISTA O Menino Rei, 284, 285, 286, 287,288 289.
A Rua da Amargura que transforme
Em Rua de Lazer.
A Rua da amargura que transformei em uma Alameda pra mim. Eu cheguei na minha Rua precisamente em setembro1965. Era um lugar encantador, cheio de florzinha, a Rua não tinha rua, não tinha guia, e nem sarjeta, era de terra, com formigueiros pra todo lado, nas trovoadas as Saúvas voavam como tanajuras e nóis pegava pra comer, Cupins disputavam espaços no campo, com formigas os donos do lugar, um lugar encantador, a noite era iluminada, por Vagalumes de toda parte eles vinham nos ver. Era uma casa muito engraçada não tinha agua não tinha nada. mais tinha uma mulher muito guerreira que não enjeitava uma boa luta, foi um prazer ter lutado ao seu lado. ESSA MULHER SE CHAMAVA DONATA MELLO. Chegamos lá pra ficar, era, foi o nosso lar. Essa mulher se chamava Dona Donata, mãe extremosa dessas que merece nome de Rua. As Ruas Não tinham nome, tinha números, não eram Ruas ainda mais eu gostava das Borboletas que nelas eu via, das formigas saúvas saiam em forma de tanajuras, os cupins em forma de siriri, no meio de uma preparação de chuva forte. O meu quintal, que coisa linda, e as vizinhas que podiam chegar a qualquer hora, em qualquer dia, pra o meu coração solitário balançar, e eu ficar um pouquinho mais feliz, eu, eu ficava, eu achava uma flor bonita pegava a muda para plantar, queria um pé de manga. agora eu tinha um quintal, uma cisterna eu tinha tudo que precisava. Minha mãe arranjou um lugar que eu acho que tinha até onça, ia pegar varinhas para cercar o quintal, sim agora eu tinha um quintal onde as noite se enchia de vagalumes que lindo era, nóis tinha tudo e mais um pouco para viver, liberdade felicidade, tinha amor pra esbanjar e esbanjei. Não tenho que me queixar de nada eu nunca sofri nada. Comprei um som para ouvir musica, para ouvi musica, num tempo que estava acontecendo uma revolução de comportamento no mundo, tomávamos banho de balde no quintal puxávamos agua do poço e jogávamos direto na cabeça. Meu irmão montou uma granja onde vendia frangos vivos, comprei uma toca disco vinil. tocava The Beatles, The Rol Stony o quintal era uma festa sábado e domingo. São Miguel Paulista me via passar. A tecnologia se esparramava pelo mundo.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Estradas Reais.
As Estrelas iam se apagando do céu, eu era feliz e sabia. De casa eu avistava a velha São Miguel Paulista e o seu símbolo. Nitro-química Paulista. Continuo sendo feliz e não sabendo direito. É natural da idade que chegou: Mesmo assim continuo no galope. Eu posso dizer que transformei minha vida e minha Rua. Penso nas pessoas lindas que vi passar, nas mulheres lindas a me acenar, nos bons dias que recebi muitos Bons Dias! e muitos abraços, Flavinho eu amo você!!! até nas bebidas, nos tragos que há muito deixei para traz, foi prazeiroso. cheguei no Bairro ele era pequeno, recém nascido. Fui pioneiro. ''A minha vida era um Palco iluminado.''
'' O BORDADO''
Estava eu meio atoa
Pensando como Poeta
Imaginei minha vida
Bordada num grande pano
Fiz um projeto desenhei
E pensei eu vou buscar
Em Sergipe e Alagoas
As melhores bordadeiras
Vou também em Pernambuco
Vou buscar mulé rendeira
Autor: E.Gois. pg.285.
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''C'ONFISSÃO DE UM NORDESTINO''
Bordem em primeiro lugar
Minha mãe lavando roupas
Nas grandes pedras do Rio
E eu por ai brincando naquelas
Aguas tão limpas, brincado
Com os bichinhos, com os
Com os peixinhos os moradores
Do Rio as Borboletas os Grilas
São meus velhos companheiros
E cantavam por ali o alegre
Ben-te-vi o sabia laranjeira
Bordem muitas margaridas
Cravo de todas as cores
Bordem o Rio descendo
Lentamente para o Mar
Lá no alto bem no alto
Pontinho negros voando
São Urubus que enfeitam
O lindo Céu cor de anil
Bordem tudo quero ver
Tudo bordado no grande pano
PG.286.
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''CONFISSÃO DE UM NORDESTINO'''
Bordem caminhos estreitos
Bordem cruzes nos caminhos
Bordem Rios muitos Lagos
Os Pioneiros chegando
Vindo de todo lugar
Cá na morada do Sol
Eles também vem morar
Bordem os carros de bois
Um pé de Rosas Vermelhas
Uma casa de Sapé
Pra nosso pano enfeitar.
Bordem todas bricadeiras
Cabra cega esconde esconde
Pega pega Bordem os babas
Donaata contando Histórias
As histórias de Trancoso
Eram gostosas de ouvir
Nas noites de Lua cheia
As meninas do lugar faziam
Todos cantar meu limão meu
Meu limoeiro meu pé de Jacarandá
pg.287.
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'' REVISTA Menino Rei.
O Bordado
Ponha no pano também
O meu pé de Tamboril
E o meu jequitibá
Por favor Bordem o Cinema
O cemitério a Igreja da Matriz
Os fazendeiros chegando
nos cavalos machadores
Bordem Jasmi Ortelã
Pra o pano perfuma
Vamos abrir nosso pano
Para ver como ficou
Ficou lindo muito lindo
Bordadeiras minhas amigas
Não tenho como pagar
Levem Ouro leve Prata
Leve amor é assim
Leve pedras de Brilhantes
Leve Paz leve Amor
É assim que vou pagar.
Fim.
autor: E. Gois.
PG.288.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Estradas Reais.
Eu abri as cortinas do tempo! Era preciso acompanhar tudo direitinho as roupas, os Sapatos deram lugar para os Tênis, as Camisas deram lugar para as Camisetas. no pacote vieram os Bonés, os óculos escuros. Nas Escolas muita Indisciplina desrespeito aos Professores. A cidade de São Paulo estava sofrendo um massacre muitas ruas inteiras e avenidas foram extintas, para dar lugar as linhas do Metro. O Carandiru desapareceu da paisagem e no seu lugar apareceu um grande Parque, uma Biblioteca Publica. Mais pelas bordas da cidade Favelas e mais favelas, grandes ocupações gigantescas pra o lado Leste. No centro crescia a desocupação, centenas de prédios desocupados surgiam, milhares de trabalhadores desocupados também. Teve o evento dos grandes incêndios, edifício Andraus e o Joelma com muitos mortos, muitos. Os anos 60, 70,e 80 foram anos lindos trouxeram a grande Revolução cultural. Os homens deixaram os cabelos crescer, as mulheres encurtara os vestidos. Muitas guerras foram vistas pelo mundo. A guerra do Vietenã.
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PG.289.
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