terça-feira, 15 de agosto de 2023

Estradas Reais. 299, 300. '' Natureza Morta''                                                                                                                                              REVISTA.


Poesia

                                               Natureza Morta.


                             Caminho agora nesse solo acido

                             Sozinho nem uma sombra

                             Nem agua pra refrescar.

                             Sinto a ausência de todos

                             Os que ficaram:

                             Me cerca um silêncio mortal.

                             Tudo agora é natureza morta.


                            A quebrada ficou muda.    

                           Dilminha foi embora    

                           A caravana está passando.

                            Esta passando Sem alarido 

                            Sem algazarra

                            Os cachorros da vizinhança

                            Pararam não ladraram


                             Não ladraram pararam o samba 

                             Pararam o Funk a Dilminha se foi

                             Nem falou pra mim que ia

                             E  pra onde ia.

                             Perdi o apito perdi


                                                                                                                                              pg.299.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Estradas Reais.


                              Me desolei meus filhos 

                              Se desolaram e Deus?

                              Deus observa e cuida de nós

                              O Sol está quente 

                              Não tem uma sombra

                              Tudo é solidão

                              Não tenho mais a sua presença

                              Pra me completar 

                              Estou incompleto

                              Sem solo para pousar para pisar

                              


                              Estou a deriva  

                              Meu barco quebro o mastro

                              O pano da vela rasgou

                              Não tenho bote  salva vida

                              Não tenho remo                   

                              Tudo agora; é soliidão

                              Tudo agora sou eu e eu como nasci.


                                                 Fim. 


                                                                                                                                             pg.300.                      E. Gois.       

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quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

 Estradas Reais, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32.


          Naquele dia 5 de Novembro de 1961, Uma hora da tarde estava marcada a nossa saída para São Paulo, o dia amanheceu como qualquer outro dia, só que  nós os que iam viajar não era um dia como os outros, envolvia muitos motivos, muita boa  sorte e muita, muita fé. O meu coração ha mais de uma semana  estava aos pulos, a cabeça era só duvida A nave estava parada bem ali na minha frente e um sonho próximo a se realizar, eu me tornaria mais um Nordestino invisível  nas ruas, nas  terras de São Paulo. As pessoas iam chegando lentamente e subindo no caminhão e iam se acomodando nos seus lugares e  compondo a Opera daquela viagem inesquecível, todos com os olhos vermelhos de chorar as despedidas, muitos não iam mais ver os seus entres queridos por um motivo ou por outro, assim como eu não voltei a ver as minhas vizinhas queridas: a Arlete Cunha, a Gildete, e a Idalícia, também não vi mais o Quinda meu bom e velho amigo, o Quinda estava ali perto de nós era a ultima vez que eu estava vendo ele que foi o meu grande  companheiro de tantas travessuras, dai a pouco passou o dono do Mecedes cara chata com o caderninho de passageiro conferindo os nomes dos seu passageiros o meu nome e o nome do meu pai estava lá e ia ser riscado comprovando que agente já tinha chegado.  Me deu uma vontade grande de correr lá em casa pra tornar me despedir do meu povo mais me segurei, vim ser mais um pinhão de macacão, de biqueira de aço, nunca  mais eu fui o mesmo, perdi a minha baianez, sempre tive que reaprender a vida, a fala mudou, mudou o meu jeito de ser, mudou o meu andar, eu tentava  a muito custo ser mais um protagonista da vida  real. O meu coração estava há mil, a emoção tomou conta da minha pessoa, o povo passageiros  iam arrumando os seus quase nada num cantinho bem escolhido da carroceria do caminhão, eu procurei um lugarzinho na lona da cobertura do caminhão e pendurei minha sacolinha de farofa pra viagem, farofinha que eu iria perder dois dias depois, no estado de Minas, o caminhão ainda  continuava ali, estava parado no lugar combinado: Parado na praça principal da cidade. Eu fui um dos primeiro a chegar, com medo do caminhão ir embora sem mim.


                                                                                                                                       pg.26.

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Estradas Reais. 

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         Saímos umas três horas eu acho! Naquele dia fui na beira do Rio umas dez vezes me despedir das aguas, das pedras, me despedir e chorar, chorei muito, as minha aguas se misturavam com as aguas doce do Almada, acho que estão misturadas  até hoje. Eu era um pouco mais que uma criança, tinha largado a infância há poucos dias, nem o corpo, nem a mente estavam preparados para tão grande mudanças e eu estava ali na beira do meu Rio para me despedir de novo, olhava para todos os lados, todos os pássaros, todas as arvores, todas as pedras dai chorava, pegava um punhado de agua e bebia, olhava as mulheres que lavavam roupas e chorava não ia mais ver-las, tirava a roupa e de calção pulava dentro do Rio mergulhava para beber a agua do fundo e acariciar o fundo, a terra do fundo do Rio dai chorava muito. Tive que ser muito forte para não desistir da viagem, sabia que podia ser a ultima vez que fazia isso. Eu não estava pronto pra ser grande, não estava. Lembrei de olhar para o lado da casa de seu Pedro Procópio e fui lá me despedir dele, seu Pedro me viu crescer, ele me desejou uma boa sorte. Eu gostava muito de andar nas suas terras, tinha uma cacimba onde agente pegava agua para beber, nem precisava pedir, o Sr Pedro Procópio era uma pessoa muito do bem, ele tinha uma manga onde nóis soltava nossos animais  para pernoitar, ele cobrava uma taxa,  suas terras era banhada pelo nosso Almada, ele era um homem de sorte por isso. É não teve jeito deu duas e meia o homem ligou o caminhão e deu a partida dai ficou tudo pra traz, viramos viajante dai cortamos quase dois mil Kilométros de Estradas Reais, atravessamos três estados até chegar São Paulo.                                                                          Muitas estradas de terra no nosso caminho, passamos o estado de Minha Gerais de ponta a ponta, eu e meus companheiros vinhemos agasalhados no fundo do caminhão, em cima de umas bagagem, fazendo planos pra quando estivesse empregados. A década de 50 tinha acabado de acaba.  A década de 60 estava se iniciando, traria muitas mudanças para nossa vida e as vidas de todo o Planeta. A musica, a moda, os costumes, uma verdadeira Revolução cultural e tecnológica. 




--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Estradas Reais. 


 

          Sou da geração dos anos 40, nós junto com as gerações dos anos 50 e 60 somos as grandes gerações do mundo, é mais já estamos indo embora. Essas gerações tomavam a bença dos avos, dos pais, dos tios e padrinhos. estamos deixando, para os nossos sucessores o ferro elétrico de passar roupas, o fogão a gás, o radio para ouvir musicas e noticias o celular, a internet. cantamos as melhores musicas, podemos comprar os nossos carros, o chamado carros populares, mais o meu sonho maior era ter uma bicicleta novinha. Eu sabia que nunca mais ia ver o grande pé de Tamboril, fincado bem em frente a nossa casa, a casa que eu cresci, com seus milhões de olhos a nos observar não ia! quantas coisas passavam pela minha cabeça naquela hora? acabavam ali as viagens para o ouro as quinta feiras, os olhares das meninas, já começava a dançar bailinhos e outras coisas de rapaz, como foi difícil. O meu irmão mais velho não estava em casa pra eu me despedir, não sei onde ele estava. E tinha um pouco de empolgação, muito medo e muita pena da deixar a minha vida, esquecer num sabe? apesar das dificuldades eu era muito feliz por ali: meu Rio, a barragem, as viagens pra o ouro, a serra de João Vital nosso caminho para chegar ao ouro, meu pesão de Jequitibá imenso, ficaria tudo e ficou. Meu amigo de todas as horas, Quinda onde andarar? Olhei muito para a Igreja, para o Rio correndo em correnteza, pensava eu sou essas aguas que desce. o meu espirito de aventureiro não falava nada, estendia meus olhos, para as montanhas que cercam a cidade,  parava os olhos em algum ponto mais conhecido da montanha e chorava. Eu pensava eu vou ser feliz! vou ser! Procurei ver e rever tudo que tinha me cercado até ali, todas as arvores, o meu pé de jambo, meu pé de carambola me perguntava  mais qual seria o meu futuro ali? o meu irmão me apagava,  ofuscava o meu pouco brilho. O Rio  estava coberto por agua-pé, e sem o George Canoeiro? o que eu ia fazer? a situação da minha família era muito ruim, o meu pai estava desorientado, quebrado os negócios dele na feira tinha quebrado, eu não tinha saída estava chegando os meus 18 anos e agora? Eu não podia andar em uma ''mula bem arreada'' eu não tinha. 



---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Estradas Reais. 


 

           Cai no mundo sem documento sem lenço vim parar em Guarulhos SP. Aonde comecei  organizar minha vida com ajuda de meu Tio. Eu vim com o coração partido como já disse. Não me despedir das minhas professoras, para me dizer: Euflavio estuda e boa sorte, nunca pare de estudar. Mais de um ano eu passava nos lugares conhecidos e pensava acho que nunca mais volto a passar por aqui, me tornei um rapaz triste, sem graça, não tive adolescência sem paixão, praticamente um zumbi.  Assim vivi em São Paulo, assim vivo, assim amanheci no dia 11 de novembro de 1961 sem os meus amigos, sem meus irmãos, sem a minha mãe com 18 anos de idade,  a noite o céu não tinha estrelas pra mim ver, pra mim conversar, cadê as três Marias, cadê os três Rei Magros, cadê o Cruzeiro do Sul? Me admirava esse céu pintado de cinza. Pensava muito na minha mãe, como ia viver sem mim por perto naquela vida nove sem meu pai também, O Regis era um repressor vivia brigando com ela, minha mãe sempre gostou de fazer uma fezinha no bicho, fazia escondido  dele. aEm casa todos tinha medo do Regis menos eu mais nunca procurei desagradar, ele e nem ele eu, cada um pra seu lado. Na minha Bahia  Estrelas conversavam comigo, me admirava os homens nos seus cavalos bem arreados, os vaqueiros tocando seus bois. Eram rei naquele lugar e eu era um fazedor de histórias, mais não podia mais ficar ali. Sei que não foi fácil minha mãe me ver sair pela aquela porta, não foi. Eu ouvia noticias dos grandes lugares pelo radio me brilhavam os olhos. Como eu estava dizendo em São Paulo sozinho sem amigos, sem mãe, sem meus irmãos e sem fé. Agora. correr pra tirar documentos, me alistar no Exercito e correr pra arranjar emprego, encontrei um anjo aqui que me ajudo, o meu primo José de Gois já falecido foi o meu protetor. Com pouco tempo eu estava trabalhando, e mandando um dinheirinho pra minha mãe, que era uma benção quando esse dinheiro chegava. Eu adorava as ruas da minha cidade, o nosso jardim, com os bancos, as arvores, em tempo de festas e nos domingos era muito bom os rapazes e as moças iam passear, os rapazes ficavam em grupos. Dali as vezes saia um namoro, e até um casamento.



--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Estradas Reais.

Revista.

 

         Eu ainda não era rapaz, era do time dos meninos, He! preferia me trancar na sala do cinema. Não sabia namorar, não sabia. Do meu cine Coaraci que esta em pé até hoje, depois virou igreja Universal do Reino de Deus, fechou e esta fechado até hoje. Eu que amava o cinema, com o tempo passei a gostar de outras coisas, a musica, o esporte dai fui me afastando do cinema, ou o cinema foram se apagando, as pessoas passaram a ver televisão que era a novidade da época, tinha muitos bares por aqui e em cada bar uma televisão. Os homens saiam do trabalho e já tinham cada um um bar para assistir televisão Adeus cinema! dos últimos filmes que assistir no cinema ''Sete Homens e um Destino'' ''Assim Caminha a Humanidade''  ''55 Dias em Pequim'' meus últimos filmes em cinema. Dois anos depois de chegar em São Paulo eu ja me encontrava vivendo como um da daqui, já bebendo cachaça, fumando e carregando um maço de cigarros no bolço. Sempre me vinha uma pergunta em mente: E se eu ainda estivesse lá? e não tinha resposta. Nos anos sessenta eu seria corrompido The Beatles e sua musica maravilhoso, seu cabelos, sua alegria, foram anos de muitas mudanças, também no Brasil a nossa MPB, com Chico, Caetano Betânia, Gal e a Nara Leão sagrados, sagrados anos sessenta  com sua força nas Artes, Tom Jobim e Vinícios de Moraes, a caneta Parker 51 e a velha maquina de escrever de George Amado, Graciliano Ramos, Carlos Drumond de Andrade não parava o trac, trac trac da maquina de escrever. Eu na minha fabrica de molas de carros, na frente de um forno e uma bigorna era um leão, era como um Leão. Saia de casa as cinco da manhã  e só. voltava as oito nove da noite. Me divertia ouvindo musica as melhores musicas dos fins dos anos sessenta, depois setenta, e oitenta. Anos oitenta tivemos uma boa safra de musicas Italianas que durou quase dez anos, eram musicas românticas. Foi uma delicia viver aqueles anos. Em Coaraci eu fui um Rei por dez anos. Deixei parte da minha rua chorando, deixei a minha rua vazia. Eu era visto em vários lugares ao mesmo tempo, no campo de futbool, no parque de diversões, no Circo e no Cinema.



---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Estradas Reais. 

           Mais tinha outros lazeres, como pescar e matar passarinhos, casar passarinhos só que nunca acertei em um, passarinho. Um dia em 1958 numa madrugada fomos acordados com grade movimento nas ruas próximo ao Rio, foi uma grande enchente do Rio, o Nosso Almada  transbordou, as ruas próximas ao Rio foram invadidas, nessa época o Brasil tinha ganhado o primeiro  campeonato mundial e Coarací teve a honra de receber um campeão do mundo, o Didi Folha seca, como ficou conhecido. Didi causou grande admiração para o povo da cidade e mais para os meninos ao se envolver e ajudar os povos a salvar os seu moveis, foi visto carregando pertences de casas inúdadas na cabeça. Didi não foi lá atoa, ele era casado com uma moça da nossa cidade. Foi uma grande alegria para todos da pequena cidade de Coaraci, Didi ia a todas as festas e festinhas da cidade, era entrevistado por todo, perguntas de todos os tipos. Lembro que alguém lhe perguntou qual o jogo mais difícil que ele encontrou? ele respondeu sem pestanejar: Pais de Gales. Ele disse. Mais o que mais me emocionava mesmo era as chegadas dos Circos, os circos causavam verdadeiras revolução nas nossas cabeças, principalmente o Circo Nerino, andou por lá duas vezes  com grande sucesso, com seus espetáculos em duas partes e o Palhaço Picolino, sua maior atração. E soube que picolino morreu faz pouco tempo, acho que em 2016 com 96 anos de idade. Tudo isso e muito mais foi a minha infância, uma infância espetaculosa graças a Deus. Eu me sentia um Rei nas ruas de Coaraci. Faz pouco tempo que estive lá revi tudo e nada estava no seu lugar, o campo agora era um estádio, o lugar onde era armado os circos e parques não dava mais pra armar nada, arvores e pés de cacau tinham crescidos no local. Deu vontade de chorar, fiquei vários minuto ali próximo a observar, conclui que não foi bom ter ido lá. Por  varias vezes passei na rua beirando o Rio, o meu Rio  e sozinho chorava, minhas professoras tinham morrido todas, só a professora  Carmem Dias estava viva mais não me reconheceu, muitos dos amigos de infância ainda estavam por ali, para mim a cidade era outra, não era mais minha cidade.



--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Estradas Reais.

Revista. 

         Ninguém me reconheceu os que e nasceram depois que fui embora já estavam todos velhos, poucos jovens, poucos meninos. Encontrei uma cidade nova, uma cidade que eu era um estranho total. Fui ver a minha casa onde eu morei e fui feliz essa estava do mesmo jeito, pena que eu não pude entrar, tinha moradores e eu não pude me apresentar. para uma boa conversa e depois tomar um cafezinho com eles. A minha Coaraci não é mais minha cidade. O comercio nervoso  com um entra e sai de tropas carregadas de cacau não tem mais, os homens não exibem mais seus burrões e mulas esquipadeiras e seus Manga Largas Machadres. Eu que em Coaraci era visto em vários locais ao mesmo tempo, eu tinha brilho próprio, era como vaga-lume, em São Paulo eu me. tornaria invisível. Em São Paulo todos nordestinos era baiano naquela época. Mesmo  assim ''aqui eu era um Rei e meu Cavalo só falava Inglés.''









                                                                                                                                                  



 

   



                                                                                                                                        Pg.32..

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sexta-feira, 9 de setembro de 2022

 Estradas Reais. Livro Revista., 23,24, 25, 26, 27..

    


   Itaim Pedra pequena do Tupy Guarany.


             Cheguei no Itaim Paulista em 1965. E logo transformei no meu lugar. Um lugar amplo com uma boa paisagem como eu gosto de ver, ali terminei de me transformar em adulto. era um lugar vazio, amplo já com arruamentos. Fomos morar numa casa pequena de três cômodo, longe do meu trabalho pra xuxu, mais tinha o trem que me deixa ainda longe da minha primeira fabrica. Enfrentei vários anos pegando o trem das cinco e meia lotado! dando uma longa caminhada da estação onde eu descia até a fabrica de molas onde  eu trabalhava. Minha mãe arranjou um lugar onde ela cortava varinhas de madeira para cercar o quintal. Foi aparecendo vizinhos, aos poucos o bairro foi crescendo, se equipando assistir a fundação de uma ''Sociedade Amigos do Bairro  ''Fundada por alguns  homens, senhores entusiasta, numa época que não se tinha liberdade para nada, vivia-mos num regime Militar. Mesmo assim seguimos fazendo amizade  e conquistando benefícios como: Linha de ônibus, asfaltamento das Ruas, Luz Elétrica, Agua e Esgoto, para o lazer do povo a minha casa era pequena demais e baixa, eu cismei de subir ela mais um pouco, comprei o materiais e num fim de semana levantei vinte centímetros, foi um trabalho de gigante, mais consegui. continuou alta agora mais pequena com um só quarto , comprei matérias e fiz mais um cômodo. Agora falar um pouco da A  Sociedade Amigos do Jardins dos Ipês e Vilas Reunidas  promovia grandes bailes nos finais de semana. com Artistas da época. Trio Nordestino, Paulo Sergio e outros  não lembro mais. A Sociedade Amigos do Jardim dos Ipês e Vilas Reunida teve os seus dias de gloria. Também trouxe muitos benefícios  para o nosso bairro alias todos os benefícios como agua, luz  transporte publico, pavimentação. até hoje ela existe no bairro.Eu cheguei a ser o 23seu presidente pos alguma coisa em torno dos dez anos, levei o viva leite para as crianças que nasceram na época. coisa que me deixa muito feliz por ter feito isso junto com a minha diretoria. Mudei pra o Itaim em 1965, o bairro era bem abandonado pelos Prefeitos da queles tempos e pra complicar o regime de governo do nosso país era mais uma vez o famigerado regime Militar.



                                                                                                                                              pg.23.

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            O bairro do Itaim era dormitório, o trem saia da estação derramando gente pelo caminho, era um verdadeiro salve-se quem poder, quem quiser. Embora o Itaim Paulista seja um berço de assaltos e moradia de assaltantes eu nunca fui assaltado nos quase cinquenta anos que morei por la, quando solteiro não me preservava de sair a noite, sempre fui boémio farrista nato, grande caçador de bailes dos anos setenta, oitenta. Ali arranjei um irmão, o jardim dos Ipês era o meu Porto Seguro. Eu e meu amigo tinamos nossas mães rezando por nós em tempo integrau, dai nada de ruim nos acontecia. O meu amigo o Fabio Avelino um jovem alegre que gostava de caçar mulher, era um bom caçado, naquele tempo ele ja tinha uma linda profissão, ele era marceneiro, eu não tinha. ele é um homem preto, um cara muito honesto, certa vez um amigo em terceiro grau nosso queria passar droga pra nós, fizemos ele jogar a droga fofa, demos um ultimato pra ele, ele muito mais velho do que nós estava subindo para ir pra casa umas meia noite, nós meio bebedos ele e nós num certo ponto do caminho deserto ele se chamava Dito nos ofereceu a droga, nós recusamos os dois alem disso fizemos o ultimato pra ele: se você quiser seguir mais nós e ser nosso amigo você vai jogar essa porra fora agora. nunca esqueço dessa fita. Eu e esse Fabio fizemos uma aposta uma vez pra ver. quem casava primeiro, que se casasse primeiro ganhava um peru do outro. Isso lá na década de 70, ele casou-se primeiro eu perdi o peru. Eu paguei a aposta co dois frangos gigantes, no lugar do peru. Fiquei um tempo magoado por quer ele não me convidou para o almoço de casamento. Somos muito amigos, até hoje, passou uns tempos eu casei também e seguimos a vida de casados. Ele e eu seguimos bebendo só que agora cada um pra um lado, afastados. Uma madrugada acordei assustado com ele me chamando no portão, levantei abri a porta era ele bebedo falou: Flavio trouxe uma coisa pra você pegue aqui, um amigo meu matou um boi e eu comprei umas parte do boi e lhe trouxe esse pedaço. Era uns cinco quilos de carne. uma peça de alcatra. Ta bom Fabio obrigado ele foi embora. 




                                                                                                                                                  pg.24.

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             Amanheceu o dia fui ver o presente, fiz um negativo com a cabeça, peguei a carne e fui levar na casa dele. O Itaim foi a minha morada por mais de cinquenta anos, lá construi os melhores amigos ao longo desses mais de cinquenta anos chorei a perda de muitos deles, foram ficando pelos caminhos, mais ainda tenho o Fabinho, Fabinho se converteu ao Cristianismo ficou muito reservado,  foi pra igreja do  Bispo Valdomiro ficou um cara muito apagado, ele teve dois filhos homens, mais perdeu um ficou uma pessoa muito triste. Mais foi uma pessoa muito marcante na minha vida.  Posso dizer que amei muito esse ser humano. E eu? ah eu virei Artista plástico, Poeta, Escritor e Pintor com pintura vista em NY. Israel. Boas Exposições em São Paulo, caminhado. Sigo sempre evoluindo, hoje faço da Arte o meu principal passa tempo. Estou finalizando. a casa dos setenta 70, em 2021 ganhei a minha primeira netinha, em 2022 o segundo netinho. Voltando a falar do Itaim Paulista, das suas paisagens dos anos sessenta, nos anos sessenta o Itaim atrasado mais sofria o privilégio de ter o Rio Tiete passando nas suas terras. Ou ao contrario o Itaim que teve o Privilégio de ser erguido nas terras banhadas pelo famoso Rio Tiete, eu fui muito feliz de viver e criar os meus filhos nesse senário cheio de verde ainda, bem perto de matar com o nosso famoso Rio Tiete passando praticamente ao lado da minha casa. Existia ali nos anos sessenta, setenta um refugio bem perto do Rio Tiete chamado de Boi Sentado que agente visitava. Eu e meu amigo Fabio gostava de ir lá, talvez pelo nosso espirito de aventureiro agente gostava de ir lá, agente pensava de encontrar a causa por quer aquele lugar se chamava boi sentado, acho que era por isso. Na verdade não tinha sinal nenhum de construção nenhuma esse local depois foi invadida por moradores sem teto, que forraram aquela várzea de moradia precária, mal construídas, não fomos mais lá o lugar perdeu também o seu nome, foi engolido pela história. Um bairro com a minha cara, longe de tudo nossa metrópole era São Miguel Paulista, mais tinha por lá dois  cinema, uma ou duas boates de quinta.



                                                                                                                                              pg.25.

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               Uma ou duas casa de mulher Dama. Parque de diversões com roda gigante, serviço de auto falante, e muita paquera, uma noite uma menina falou olhando bem em cima de mim: nunca namorei um moço de olhos verdes quase morri. Eu fui Pioneiro no bairro do Jardins dos Ipês, cheguei lá tinha umas dez casas, quando sai o bairro estava todo ocupado, foram bons  55, cinquenta e cinco anos ali, quando cheguei me encantei com os milhões de vagalumes a noite nos iluminando, que coisa mais linda. Vou falar do que era mora ali onde eu morei e trabalhar onde eu trabalhava era doze pra leão, eu tinha que andar todos os dias vinte e cinco minutos pra pegar o trem da cinco e meia, depois descer num estação antes da Penha, essa estação que eu descia nem existe mais, descia e caminhava mais trinta minutos até a minha fabrica de molas de automóvel. Jovem fazia isso e nem via, afinal eu tinha minha mãe e cinco irmãos pequenos pra olhar.  Fazia tudo isso num regime Militar horroroso e sanguinário se você reclamasse do governo você ia preso e ser torturado ou morto, existia olheiro em todo lugar que você estivesse, muitas vezes fui salvo por pouco, cheguei a ser preso por vadiagem, vadiagem foi uma causa que eles inventaram pra prender trabalhador, que eram encontrado em bares, na zona, em outros lugares do gênero. Na queles tempos a coisa era tão esquisita que você, ninguém podia ter um carro vermelho, as fabricas não fabricava carros vermelho, os escritores escreviam, os poetas, compositores, eram censurados. O Geraldo Vandré teve a sua musica linda censurada e ele  o Geraldo Vandré foi preso e torturado. A musica ''PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES''. Pedra Pequena é o nome da bairro aonde eu vivi a minha vida inteira em São Paulo, não tenho inveja de quem viveu a vida inteira em Paris, Grabetanha ou Dinamarca. Vivi como teria vivido em qualquer lugar. Falar de dois amigos marcante daqueles que henriquese a vida da gente: o Jimba moleque preto, alegre trigueiro, trabalhador exemplar grande companheiro nas saídas a procura de baile, fiquei muito triste quando ele partiu prematuro. O Julinho outro grande amigo, ele tinha uma vitrola em casa, bem na sala.


                                                                                                                                             pg.26.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Estradas Reais.

 

Comprava um disco e já me chamava pra ir na sua casa ouvir. Naqueles tempos ouviámos muitos vinis discos vinis. Eu ia pra não desfazer, ouvia o disco tomando vinho com ele, ele tinha  Avô, e contava que seu Avô tinha vindo da Bahia a pé. O Avô dele era um preto velho O Julinho era de uma família excelente tina mais dois irmãos. era torneiro mecânico, casou com uma menina dali mesmo do bairro, gostava muito dos bailinhos, ele morreu prematuramente eu fiquei sabendo dias depois. Salve Julinho onde você meu grande. Ali eu também conheci a menina que viria a ser também a minha esposa, casei em 77. Não apostei peru, por isso não ganhei. Outro amigo dos bons, o Aurílio, esse não casou, os amigos dele assim como eu foram se casando, ele ficando, não aguento o fato dos amigos ter se casado ele não entrou em depressão e se acabou no vicio do alcool, não desprezamos ele. eu sentia muita tristeza quando o encontrava naquele estado. Um grande amigo ficou morando na casa da mãe ate morrer. São Paulo perdeu assim um grande trabalhador, perdemos um grande amigo dos anos 70 Com toda a sua bagagem.






                                                                                                                                                pg.127

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Estradas Reais. 28.29.




                                                                      ''O Dito pelo não Dito'' 

  

                                                              Criança gostava de olhar 

                                                              os homens fumando

                                                              Não sabia o que era fumar

                                                              Achava que eles chupavam cigarros

                                                              Não sabia o que era cigarro e

                                                              Nem chupar não sabia o que era 

                                                              Nada. O que é nada?

                                                              Sabia que Nada não é nada 

                                                              Ou nada é tudo

                                                              Ficava encantado de ver  

                                                              Os homens soltando fumaça 

                                                              Pela boca pelo nariz acho

                                                              Que pelo ouvidos  

                                                              Penava: Um dia vou soltar 

                                                              Fumaça vou evoluir vou 

                                                              Soltar fogo pela boca pelo 

                                                             Nariz eu dizia saia a dizendo

                                                             Até deixar o dito pelo não dito

                                                                         

                                                                                    FIM.

                                                                                                                                          PG.28.

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Estradas Reais Livro Revista 


      Poesia 


                                       Preciso de azas para voar

                                              Preciso de ar

                                           Preciso de sonhos

                                        Preciso da matematica 

                                  Tenho que recontar meus dias

                                              Minhas horas 

                             Ver o que tenho ainda quanto tempo

                                              Preciso saber


                                             

  


;

                                                                                                                                    PG.29.

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quinta-feira, 11 de agosto de 2022

    Estradas Reais.,30,31,32,33,34,35.36,37.

 Livro Revista.          

Poesia .  Coração Continente.

                                                              


                                      O meu coração é um continente                                                                  

                                      Carregado de amigos, de paixões.

                                      Continente virgem, sem Cidades.                                    

                                      Cheio de amores de sorriso 

                                      Cheio de Crianças brincando

                                      De Sabores de Musicas 

                                      Camadas de delicias                                     


                                      Repleto de paixões de camadas de pássaros

                                      Camadas de Sol, Camadas de Sertões 

                                      Camadas de Arte Poesias 

                                      Camadas de Lua Estrelas  

                                      Camadas de Luz,  de Azul 

                                      Camadas de Cores de Flores 

                                      O meu coração é um Continente.

                                                                                                                                                                  


            Euflavio Gois. 

                                                                                                                                           pg.30.

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Menino Rei. Livro Revista.

                                                                                                                    

            Eu estava exato com 45 anos de idade, minha  filha, a mais velha estava com 10 anos, eu tinha perdido dois terços do salário  o que fazer? também tinha me formado em Comercio Exterior mais nunca esperei trabalhar na área, estudei para ter o saber, para me diferenciar. Gastei minhas garantias muito rápido, assim num piscar de olho foi. Passei a arrumar subemprego, tentei negócios, não deu certo, não podia dar, sou um ex pinhão de fabrica. Vou tentar ser funcionário Publico, prestei concurso e fui ser, trabalhei dez anos como Funcionário Publico. O problema financeiro fui ser como já disse: Funcionário Publico. Mais uma revolução na minha vida pacata de pinhão de fabrica, porem foi muito bom, muito boa essa nova experiência, barbara experiência na vida, eu precisei passar por ela. Conheci muitos novos amigos, muitas novas amigas, amigas queridas  e lindas: Lindaura José Cruz, Celma, maravilhosa, d. Elza, Tania Benevides. outras eu esqueci os nomes. Os homens Orlando, Aderson, Policarpo, Paulinho, Vicente, Carioca, Marina, mais outros que me fugiram os nomes. Lindaura, Celma. Elzinha. Nos comandava uma unidade da fundação. Foi muito bom os dez anos que estive ali. alguns amigos mantenho contato ate hoje. O Policarpo era um dos nossos coordenadores, trabalhava-mos em regime de plantão. Eu tenho saudade da queles tempos. O Vicente, o Paulinho. Esse era parte do plantão noturno. Era como uma musica, nós e os menores. Como uma orquestra. Falar um pouco dos amores da minha vida, pessoa intensa sujeito a grandes amore, improváveis, impossíveis, tive amores, tive algumas aventuras deliciosas, com mulheres maravilhosas. Me apaixonei por uma, eu não era vacinado, não sou... Fui pego pela letra ''D''. Sempre fui uma pessoa, um ser muito solitário, não conhecia o amor verdadeiro, não conhecia ...até o dia que conheci a letra ''D''. Eu tinha uma esperança de me casar na Bahia, ei a achar impossível, as coisas nunca foram fácil. chegou uma hora que eu tive que descartar essa ideia, mais uma coisa para mim era certo: Eu tinha mais uma vez me superado. Agora estava feliz e renovado.


                                                                                                                                              pg. 31.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Estradas Reais. 

       Eu tinha que casar e ter filhos, não me admitia não deixar sementes, acabei nessa maratona deixando se perder o meu principal sobre nome, o  ''Gois'' ficou de fora dos nomes dos meus filho pra o meu desespero o meu GOIS foi trocado pelo ARCHANJO da mãe deles. A minha vida esta dividida em ciclo: O primeiro foi de Zero a 18 anos, o segundo  de 18 a 45 anos, O terceiro  ainda estou vivendo. No terceiro  círculo virei o jogo, sai da condição de um senhor aposentado, para praticar A Arte, praticar viver A Arte. Para mim, tirei da manga a Poesia que estava condenada a não sai pra fora, com minha mente fotográfica virei Escritor. Sim estou já no meu quarto livro  escrito e dois publicado, morando fora da periferia, mais minha vida esta e sempre teve na periferia, onde eu posso sorrir com meus amigos do peito, onde sou fã de todos, muitos amigos e amigas. onde eu sou um Pioneiro, onde ajudei criar meus irmãos e meus filhos, onde eu me criei. Sou uma pedra de edificação, nunca corri do meu destino vejo sempre o lado Poético das coisas de todas as coisas, o lado doce da vida, eu nunca tive lado amargo. 





 


                                                                                                                                            pg.32.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Estradas Reais.                                                                                                                             .


Poesia.


                                                

                                                   ENCALHE.

                                     Estou encalhado! meu barco 

                                       Encalhou em aguas razas.

                                       Tive que descer me virar 

                                    Quase me perdi sem comida

                                Sem agua. Meu coração ha tempo

                                      Encalhou por um amor.


                                A minha fé encalhou, a esperança!

                                            Há a esperança!

                                   Não tenho mais, só me resta 

                                 Olhar para o Céu e pedir a Deus

                                    Espera a Lua derramar um

                                     Pouco de sua luz em mim          

                                     Dai eu choro o Rio enche 

                                 O barco desencalha e eu sigo.

                                       Cantando e remando

     

                                           FIM.

                                                                                                                                            PG.33.

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Estradas Reais Livro Revista.






                                                     A morte é o maior acontecimento da vida.














                                                                                                                                           PG.34.

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Estradas Reais Livro Revista.










                                          A cada segundo somos outra pessoa.









                                                                                                                                            PG.35.

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Estradas Reais.Livro Revista.









                                                A Felicidade é uma chuva passageira.






                                                                                                                                         PG.36.

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Estradas Reais Livro Revista.







                                                   O Sol joga com toda sua força na terra sua Luz

                                                       A causador do calor, da vida, das cores

                                                                           das flores.







                                                                                                                                            PG.37.

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.      Estradas Reais.38.39,40,41,42,43,44.

Livro Revista.

                           Rio Almada

 LIVRO DE CONTOS.

 

           O Almada de águas limpas como cristal, foi a minha casa, foi a minha Rua, o seu leito foi o meu jardim. Eu conversava com as pedras do Rio, elas sorriam e cantavam para mim.  Meu amigo Quinda não se afastava de mim. Eu ali era um Sertanejo que nunca tinha visto tanta agua, nunca tinha visto um Rio tão grande, deitava pensando nele, acordava cedo pensando nele, nas suas pedras, nas suas vidas, nos peixes, nos bichinhos que nele moravam, nos camarões, Pitus, que não eram abundantes por quer? as pessoas pobres não deixavam os peixes se criar. Os anos iam passando, vinham novos amigos, pobres amigos cheios de histórias de pobreza, os pais não tinha profissão, a mãe lavava de ganho no Rio, já o meu pai, tinha uma bela profissão e não gostava do que sabia fazer, como ninguém é perfeito ele não gostava. O meu pai era Carpina. Largou a profissão para ser comerciante, um péssimo comerciante, tratava mal os clientes, péssimo: não tinha paciência com idosos, quando um idoso ia lhe comprar qualquer coisa ele se irritava com muita facilidade, eu morria de vergonha do comerciante que ele era, pobre do meu pai... O Rio Almada me fornecia vida, me fornecia prazer em atacado, eu sorria, achava que o Rio era meu e era, fui na sua beirada me despedir uma quinze vezes, para vim embora, acho que ele chorou, eu chorei, as pedras choraram. Ele esta lá do mesmo jeitinho acho que há mais de mil anos, não sei ou talvez dois mil. Cheguei por aqui um pouco mais que um menino, tinha dezoito anos, o Rio não saia de mim, não saia. Encontrei aqui outro Rio, um mais conhecido, muito mais famoso, mais não me conquistou, não encontrei sua margem, não encontrei suas pedras. Não encontrei nada seu. Meu coração continuou partido, despedaçado, pra eu juntar os pedaços foi bem difícil. Seguir sempre nos pensamentos, resgatando as  lembranças, as histórias da minha vida, da minha infância com toda a sorte  de coisas boa. Eu acho assim, tudo ali era vida, era boa vida, amigos, amigas, escolas Professores, até os tombos, até os ruins eram bons, as topadas que arrancava as unhas, era sempre difícil para causar sapatos se tivesse, pois os dedos estavam sempre arrebentados de topadas. Mais era bom.




                                                                                                                                              pg.38.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Estradas Reais.




 

              Não  guardei nada, ninguém guarda, uma roupa, brinquedo, uma foto. eu não guardei nada, nada... Menino Rei muitas vezes desci sozinho, subir sozinho a serra de João Vital, cheia de histórias de Assombração, diziam que era vistos em um ponto bem conhecido de serra de João Vital um Homem carregando nas costas outro homem, diziam... Eu acreditava nisso. Eu sempre que passava por ali lembrava e corria como louco desesperado, depois que estava livre sorria. O sorri sempre foi a minha maior arma. Sorrio sempre que chego em algum evento, escolho as pessoas para jogar sorrisos soltos, até encontrar a pessoa que me convidou, ou ser encontrado por ela. Não eu não sou bobo e nem índiota! Como eu estava falando: Não consigo parar de pensar naqueles homens destemidos ou por necessidade se atiravam de corpo e alma vindo muitas vezes do Sertão atras de riqueza, as vezes encontravam, as vezes viravam Pistoleiros, Jagunços por pura necessidade, mais os solteiros é claro. Tenho pena do que sobrou, doque sobraram de tantas lutas, de tantas mortes até, aqueles homens no mato eram invasores de terras Indígenas, eles não tinham noção o que era isso, pra eles índios não eram nada, não era gente! Para eles os Índios eram os invasores, quando os invasores eram eles. Acredito que muitos Índios foram mortos assim, não só na Bahia, mais em todo o Brasil e em todo mundo, Na America toda por essa causa. Precisamos rever a nossa história, saber mais saber ela decifra a história verdadeira e justa. Não temos culpa, somos apenas povo, apenas povo, a massa...  Eu achava bonito tudo de dia e sonhava de noite. Lembro da minha emoção ao ver o Sr João Vital, que até aquele momento eu só o conhecia de nome. fiquei encantado ao ver aquele homem que tinha o nome de Serra estava ali bem na minha frente, e eu pequenino, calças curtas mal feita e pés descalço. O tipo cinematográfico daqueles homens me deixou de queixo caído! Parece que ele me viu, ainda tenho essa duvida e penso: Será que ele me viu? Ele era um grande mito para mim e para muitas outras pessoas, os meninos comuns não pensavam assim como eu.  Falo ainda com uma neta dele ate hoje, me emociono ao falar e ela me tem como um grande amigo e sou. 


                                                                                                                                            pg.39.

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Estradas Reais.

 

               Professora Eponina, pessoa encantadora, brilha como as Estrelas, a Lua  nas minhas lembranças. Quero aproveitar esse momento: Semana que o rio Almada esta recebendo um dos maiores volumes de agua de toda sua história recente, não tem nada registrada  de outra enchente dessa envergadura, e com essa duração. Estamos em Dezembro de 2021. Todo o extremo Sul da Bahia embaixo d'água. Coaraci em baixo d'água. Para mim João Vital era como se  fosse um Rei e sua neta como as aguas do Almada. Era como a Lua lá no Céu, sua irmã Efigenia também encantadora, se não fosse pela minha idade baixa alem da conta, eu teria ficado para namorar e me casar com  uma delas, pois eu amava as duas. Alem delas eu não enxergava outra mulher que ma fizesse enfrentar tudo, ai vim embora, larguei tudo por lá. Muitas vezes  a vi soberana amontado em um Burrão Esquipadór em dia de Carnaval. Lembranças lindas maravilhosas. Girú era seu pai ele vinheram de Itamotiga  para Coaraci para por   seus filhos no ginásio para  estudarem, apesar de serem pessoas analfabetas deram muito valor ao estudo para seus filhos e Netos. A gente que era de outra classe não via os filhos dos Ricos, mais os filhos de Girú brincavam com agente normal. jogavam bola, pinhão, nadavam no Rio e cassava passarinho de gaiola. Eu admirava e admiro muito  aquele povo quase  extinto, como eu. Só uma grande saudade me invade a alma. Os dias, aqueles dias eram lindos, tinha o Carnaval nas ruas e eles. Parecendo que tinham saído das fitas dos filmes do Cinema. Eles eram e sempre serão os meus protagonistas. Coaraci brilhava em baixo dos cascos dos seus Cavalos e Mulas  Burrões com seus arreios de prata de lei, isso era lindo, muito lindo década era a de 50.  Sinto muita saudades daqueles tempos.

  

                                                                                                                                         pg.40.

  -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Estradas Reais  


Poesia.

                                                                         O Canto da Floresta. 


                                                                 Ouso o canto de varias 

                                                                 Especies irmã 

                                                                 Bugios, grilos, Cigarras

                                                                 Cantos de pássaros diversos 

                                                                 Em versos adoro

                                                                 De gias e rãs 

                                                                 Zumbidos.. Flores e botões.

                                                                  

                                                                Borboletas de todos tamanhos e cores 

                                                                As arvores gigantes murmuram 

                                                                Murmuros de vidas ativas

                                                                É mistérios da Florestas 

                                                                Com Rios e lagos. Ipês Amarelos

                                                                Brancos e roxos aonde o Sol 

                                                                Nasce e se ponhe que Deus

                                                                Proteja as arvores das  perversas Serras  Estil


                                                                                             FIM.

 

 

                                                                                                        pg.41.  

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Estradas Reais.


                                                                                                                         


                                             ''MAMÃE''


                                   Da barriga da minha mãe

                                   Vim para casa nem sentir

                                   Quando vi estava eu ali

                                    Deitado numa rede de pano 

                                   De pano de rede

                                   Um candeeiro bico na boca 

                                   Pea não chorar


                                  Lá fora um mundo novinho 

                                  Pra mim ouvi e ver

                                  Um Sol a brilhar muitas cores

                                  Flores amores mil

                                  A Lua as Estrelas o Céu


                                  Eu um menino iria crescer

                                  Aparecer deram para mim um 

                                  Um nome de homem 

                                  Carrego alegre carrego feliz


                                                                                                                                          pg.42.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Estradas Reais.

       

                                 Da barriga da minha mãe

                                 Vim para casa nem sentir

                                 Quando vi estava ali 

                                 Achei engraçado sentir 

                                 Cheiro sabor sentir dor

                                 Sentir medo prazer chora 

                                 Sorri estudar escrever depois

                                 Ler dizer sim dizer não e sai                                 

                                 E sai por ai...

 \

                                                  FIM.




                                                                                                                                    pg.43.

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Estradas Reais 

Livro Revista.

                                                 ''Confissão''                                

                                        

                                            Queria ver-te Nua 

                                            Como vejo Nua as Flores

                                          '' Não vejo as Flores vestidas ''

                                            Meu amor eu não as vejo

                                            Queria ver-te cantando sorrindo

                                            Ao levantar .

                                            Queria ver-te sorrindo para mim 

                                            Eu queria.

                        

                                           Ha mais não tenho mais todo

                                           Esse tempo eu acho...

                                           Mais se eu tiver verei

                                           Verei por essa Luz.

                                            Por essa luz verei.

                                            Nua você.


                                                     Fim.

                             

                                                                                       


                                                                                                                                         pg.44.

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