quarta-feira, 22 de novembro de 2017

ANO 1949

Final da década do 40 Coaraci era município de Ilhéus, era um dos ricos municípios de Ilhéus.´
Os fazendeiros eram homens muito rudes, que tinham vindo a maioria de Sergipe, Alagoas, menos de Pernambuco e Ceara por ser mais longe. Eram homens provavelmente que tinham chegado nas décadas de 20 e 30, se embrenhado nas matas, abrido caminhos e abrindo as matas para prantarem os primeiros pés de cacau. Muitos desses homens vinha fugidos da seca, do cangaço, da policia, de alguns fenômenos causado pela saída do Brasil do regime do imperial e que acabara de entra numa ''Republica nessa mesma época, o Brasil estava em guerra contra o Conselheiro e seus seguidores na chamada ''Guerra dos Canudos'' Quase no mesmo ano avançava sertão a dentro a famigerada Coluna Preste fazendo suas vitimas.Vou falar aqui especificamente de João Vital um ídolo para mim, com os meus ídolos do cinema,  tomava conta da minha imaginação.
Certa vez eu tive a alegria de ver-lo pessoalmente, fique admirado com aquela figura sóbria, já bem velho, mas muito imponente calçado com um chinelo de couro cru, uma barba tingida de branco prateado, bigode farto, fiquei muito impressionado, ele estava na casa do seu filho Girú, homem muito respeitado por todos da cidade de Coaraci, agora emancipada. quando vou na Bahia faço questão de passar na quela casa que continua lá do mesmo jeitinho cheia de história, nas suas dependências.
Coaraci para mim era com uma cidade do Faroeste Americano, com boiadas , cavalhadas circulando por dentro, nas ruas empoeiradas da cidade, seus personagem magníficos, suas figuras fooclóricas da hora. Eu um menino deslubrado  com a vida que se apresentava pra mim nua, pra mim viver, eu queria esta sempre ali com meu povo, com meus bichos no mato , com meus passarinhos cantando. Meus heróis estavam todos ali, para mim ver. O rio com suas águas correntes, uma alegria viver, ver as grandes tropas de burros gazos, carregados de cacau entrando e saindo o dia todo, os tropeiros rudes, com sua tropa na mão.  A história estava sendo escrita.
Para nos só restava esperar o dia amanhecer todos os dias para brincar correr e nadar, com tudo eu tinha muito medo dos afogados que eu vi, que eu vi ser tirados do fundo do Almada, aquilo é muito assustador para mim, eram pessoa conhecidas que numa fatalidade se afogavam.
Lembro dos crimes, das festas da Igreja, dos Micaretas da Cidade, das festas de São João, São Cosme e Damião. Em frente a minha casa lá na Bahia tem um alto, chamado alto da velha Maria onde tinha um grande pé de tamboril, arvore sentenária, a Velha Maria uma fazendeira do seculo 19 tinha sido muito rica, tinha enterrado muito dinheiro, patacões de prata do tempo dos reis. As botijas de dinheiro de Dona Maria foram dadas pra mutos homens conhecidos de Coaraci e região. Falavam que meu pai tinha sido um feliz ganhador do dinheiro de Dona Maria.
João Peruna um dos mais famosos pioneiros de Coaraci, home que doou o terreno do cemitério de Coaraci também enterrou dinheiro. João Peruna foi um dos primeiros prantador de cacau da região de Coaraci, isso é avaliado pelo porte gigante dos seus pés de cacaus. São cacaueiros muito fortes e grossos. Peruna era um homem muito agitado, na fronteira da locura, tinha um irmão também muito nervoso, Uma vez João Peruna foi levar o irmão em Ilhéus pra uma consulta num certo psiquiatra da época, chegando lá medico perguntou: Quem é o paciente? diante dos dois, tal era a agitação que se apresentava ali naquela hora entre os dois homens. João Peruna eu conheci já no fim da vida, mas tinha outros fazendeiros forte por lá homens muito rudes que chegara na quelas pragas no começo do seculo. Tomé Grande um mulato muito forte que nunca causou sapatos, adorava anéis, tinha os cinco dedos das mãos cheio de anéis de ouro, andava com os pés rachados, também não gostava de montaria, eu nunca vi ele montado, tinha umas fazendas na região, era muito admirado por todos , por seu tipo quase selvagem e pelos anéis que trazia nos dedos. Acredito que esse tinha muitos potes de dinheiro enterrado. Coaraci era um verdadeiro seleiro de gente assim com muita histórias que não foi contada. Essas pessoas todos analfabetas, quando aparecia um dele letrado era, servia de grande admiração. Como dona Josefa charuteira que sabia ler, lia muito bem era uma pessoa de uma educação exemplar,  tinha uma família muito linda, pessoas de cor negra muito pobres, muito nobres também, falava baixo, lia muito, faziam charutos, eu gostava muito de ir na casa dela brincava com os seus filhos.
Sr Dantas era um fazendeiro, homem de fino trato vivia afastado da cidade cuidando de suas fazendas, muito educado, tratava as pessoas pobres com delicadeza o que não era comum naqueles tempos de brutalidade, devia ter uma coração muito bom, tinha um monte de filhos, os filhos estudavam na cidade. Uma curiosidade daquele tempo,  ''uma boa carteira de couro''  o homem era muito respeitado se tivesse uma bonita carteira recheiada,  um chapéu Ramezoni pra por no cabeça e pronto, era abridores de portas. Também uma capa de chuva trés coqueiro é claro um bom relogio de bolso. Omega Ferradura, uma bota sanfona. Na Bahia era assim. Para os pobres regime de escravidão ou seme-escravidão. Comer poeira no sertão,  beber Água barrenta e tomar banho de cuia, a comida os restos de feira, os meninos barrigudos cheios de vermes, sobrevivia de briza, se entrasse mais pra dentro do sertão era pior. Os fazendeiros não tinha pena dos seus trabalhadores. Vaqueiros colhedores de cacau, limpadores de roça trabalhavam sem proteção nenhuma, tinha um sidicato de trabalhadores  Rurais  que fiscalizava, para os abusos não serem maiores.
A vida muito difícil fazia os filhos criarem asas e voarem, vinham para o Rio, Salvador e São Paulo, esses jovens voltavam pouco tempo depois exibindo boas roupas, um óculo vistoso e um bom radio de pilha, com isso atraia outros e outros para a mesma aventura na cidade grande.
Em 1949 Coaraci era um pequeno município de Ilhéus, com uma população de talvez uns 6 a 8 mil habitantes, um comercio bom, tinha todas as nesscidades do povo, pouco trabalho na cidade, um pouco de trabalho para quem era pedreiro ou capinteiro, os sapatos furados eram disputados por muitos  sapateiros que tinha por lá que eu não vou citar os nomes, não sei se devo: Há vou citar os que eu me lembro só pra registra nessa história. Manoel Pecadão, sapateiro de salto Luiz XV, Valdomiro, Zélito, trabalhei de aprendiz com ele, tomava conta de uma banca de calçados na feira pra o Zélito, o meu ultimo trabalho lá em Coaraci, ia me esquecendo de  Mestre  Hilário sapateiro, os marceneiro eram Rock gago. Juquinha, Ludgerio Preto, os principais eram esses, tinha e ainda tem os farinheiros, os fateiros, os açougueiros, oh povo que come carne! Na rua do Campo tinhas as ''Mulheres Damas" que trabalhavam dia e noite sem parar. Rochinha era a dona de bordel mais célebre,  nas ruas soltos vários vendedores de quibe, mingau de milhos , arroz doce, no campo de fo-fotebool, vendedores de rolete de cana, refresco de tudo, ate de gengibre, muitas brigas de rua era uma festa a vida daqueles tempos, as segundas s feiras eramos despertados com os galos cantando nos quintais de todas casas.
Pomada  era um negro velho vindo do tempo do cativeiro,  filho de escravos, ''nascido depois da lei do ventre livre '' era o pai de Rei Zulu um negro com ares de nobreza que vivia pelas ruas de Coaraci enriquecendo a sua paisagem negro enorme, calado sempre.
Esse Brasil que eu estou falando era um sem bandidagem, blindado, não se falava em drogas, orgulho de ter vivido aqueles tempos e esses também para poder contar essa história,
Eram uns tempos muitos difficiles nos eramos muitas bocas nervosas, só pensávamos em comer, no lugar não havia empregos, lugar cheio de homens encostados, na cabeceira da ponte em rodas de conversas intermináveis, nunca compreendi essa forma de viver, aqueles homens picando fumo para fazer cigarro de fumo de rolo, as vezes enrolado com palha de milho para espantar os jatiuns, pernilongos e cobras. Era lindo de ver as roças de cacau carregadas os frutos amadurecendo nos pés.
Os donos, fazendeiros mãos calejadas, facões de 20 afiados para entrar em ação.
                                 
Lá de traz da quela casa
tem um pé de mandaca,
nós vamos casar, nós vamos casar.

Lá no Terto uma grande fazendo de cacau estaria batendo todas as safras anteriores, alguns milhares de arroba seria colhida para para exportação, as tropas de burros e mulas estavam desconssando no pasto de capim para enfrentar a colheta e transportar para a rua, os ferreiros estavam preparando as ferraduras para eles.
Gude DE Giru neto de João Vital preparava os arreios da tropa, esse anos vai ter muito trabalho, tinha chovido bem, o trabalho ia ser muito duro, ia ter que aumentar o plantel de mulas e burros.

Meu pai soltava a voz subindo
a serra: Entre as mulheres que eu
conheco,
Tem uma que não esqueço,
quero esquece-la me esforço.
O nome del eu não digo,
não quero ter inimigo,
não quero ter inimigo,
não quero sentir remorço.

Não querendo cometer um desatino
vou partir sem ter destino, d
É nesse samba que eu digo
tudo que sinto, eu juro por Deus
eu não minto. Eu gosto da quela mulher.

E tome estrada e tome viagem e tome vontade de chegar. Os nossos animais fracos e cansados do já com a idade avançada, a viajem longa, peso da carga, ainda faltava umas duas horas pra chegar.
Os nossos animais tinam os seus nomes preservados decorado por  nos. eles eram também amados por serem os nossos colaboradores Paquinha, Ouro Preto e boneca eram os protagonistas da nossa tropa. Deus há de ter colocado eles em um paraizo, com pastos muito verdes para eles. Um dia espero ainda poder encontra-los,  eu acredito nisso, embora não me lembro bem o que foram feito deles, sim o que será que foram feito dos três? os três pareciam um. Não tenho ninguém para me responder essa pergunta. eu amava meus bichinhos. Boneca era uma mulinha de porte pequeno, muito docíl, agente brincava de passar por baixo da barriga dela era marron escuro. o ouro preto era pequeno quase preto. muito bom de carga, já a paquinha era bem agitada, não aceitava ninguém montando nela, era uma fera, era valente um temperamento muito forte nos nossos cminho tinha algumas ladeiras. Tempos muito marcante a minha  vida, foi um dos momentos mais importante nas nossas vidas, na minha então foi essencial, me tornei um forte a ponto de nunca ter medo de enfrentar a vida  como ele é.
Um dia numa uma daquelas passagens por aquele lugar da serra de João Vital passagem obrigatória nossa e de todos os viajantes com tropa eu vi um pé de laranja carregado pensei! vou pegar umas laranjas para levar pra casa e fui, subir no pé de laranja eu era a ainda subo em arvore até hoje  era bem alto, quando já tinha alcançado alguma laranjas me deparei com uma Jitirana verde, foi um susto terrivel, existe uma lenda que a Jitirana é uma cobra cego que vivem nas matas fechadas e que é terrivelmente venenosa, elas tem asas e voam, tem uma especie de ferrão no nariz, como elas são cegas, elas são esbarradas por arvores onde elas se chocam e ficam espetadas até morrer, eu desci da laranjeira a mil, rezando que nem católico. Meu Deus esqueci de pegar as laranjas que já tinha tirado.
Aquilo me pareceu que eu tinha me salvado por milagre. Credo...


CONTINUAÇÃO:

E assim com uma aventura atras da outra os anos iam passando lentamente, por que quando se é menino as horas não passa, os dias não passam, é assim que passam é assim que passam   passam os primeiros anos das nossas vidas. Juntamente com tudo isso vieram a  matricula na primeira escola, os primeiros contactos com os números e letras, professoras e outros meninos, em fim até  com Papai Noel, com as festas, iam ficando claras as fisionomias das pessoas, agente ia conhecendo os parentes, os avos, os tios, os vizinhos, em fim as professoras, é a fase mais importante das nossas vidas.
Entramos em contacto com o que é de sorrir e o que é de chorar, saber a diferença das cores, sabores, frio e calor e dor. Os dias são muito importante no começo da nossa vida, meninas, os meninos, a importância de você criar um animalzinho na fase  da sua infância. É a sua humanização.






REVISTA Menino Rei.

Eu gostei tanto,
tanto quando me contaram.
Que lhe encontraram bebendo
e jogando na mesa de um bar.

E que quando os amigos do peito
por ti perguntaram, um soluço
cortou minha voz, não me deixou falar...

Pintinho. gatinho, cachorrinho, tartarugas são bichinhos que os pais devem entregar a responsabilidade para as crianças, é muito saudável eu acho.
Não tinha a televisão para atrapalhar, não as falsas leis de proteção das famílias. as crianças cresciam com o que tinham em família, com os excessos  de amor, ou de indiferênça, Não tenho nada para reclamar. Os pais geralmente analfabetos não tinha muito que saber como criar os seus filhos, os criavam como tinham sido criados e pronto.


               REVISTA Menino Rei.

pERDA DE MAIS PARA UM CORAÇÃO PARTIDO.


Em 1949 foi quando começou tudo, a viagem para Bahia, uma verdadeira aventura para o diferente, o desconhecido, eu era muito pequeno, tinha acabado de perder três irmãs, morreram de sarampo na véspera da viagem, minha mãe estava sofrendo muito a perda, teve também que trocar o certo em troca do incerto, para seguir os passos do marido meu pai, que não ligava muito pra nos.
Minha mãe tinha um bom emprego numa fabrica de tecido, largou tudo, emprego, familiares, colegas de serviço e amigos de infânçia, adeus tudo!
Coaraci não era ainda uma cidade, pertencia a Ilhéus, era Ilhéus, chovia muito por lá, uma população mista, muitas pessoas que vieram de longe, muita gente de Santo Antonio de Jesus, Santo Amaro da Purificação e de outros lugares, a população coaraciense era muito pequena e jovens ainda.
Os filhos dos pioneiros estavam crescendo naquela terra  desbravadas, com suas matas abertas para o plantio do cacau,  chovia muito, mata Atlântica pura, madeira de primeira a ser derrubadas, muito jacarandá foram abaixo,  precisava preparar as primeiras mudas de cacau,
A lei era a do facão Corneta. Aqueles homens vindo do Sertão, de onde vieram corridos dos rigores da Republica recém implantado e dos Cangaços diversos e suas crueldades em busca da riqueza, de  justiça.  Com uma roupa no corpo enfrentaram dias e dias nas estradas de tropeiros, muitos vieram de carona, pra aquelas terras  abriram picadas nas matas ricas do Sul da Bahia, conheci alguns. desses sertanejos que até então  nunca tinham visto tanta chuva, meu pai foi um desses. Embrenhou-se nas matas do sul ainda rapazinho, aprendeu a profissão de carpinteiro, foi agregado dos tios que tinham chegado antes e abandonou o seu sobre nome de ''Macedo Lima'' pelo Oliveira Lima do Tio Américo. Isso ele falava pra gente quando estava de bom humor, o fato é que deixamos de ser Sergipanos para adotarmos como sendo a nossa terra a boa e querida Bahia, me desculpe Sergipe. Nunca mais voltei lá para ver como é, tenho os parentes ainda por lá.
Chegamos na Bahia no começo de 1949 para mim o amor a primeira vista, me apaixonei logo de cara pelo Rio Almada, esse rio levaria o meu bico, aquele que agente chupa quando criança, me tirou a inossençia, quando eu percebi que já estava grandinho para tomar banho nu, levou alguns pingos de lagrima para o mar, ou ''Lagoa Encantada'' Ilhéus. lavou muitas vezes a minha alma, saboreei muitas vezes os seus peixinhos fritinhos, fez muita diferença nas nossas vidas.
Briguei muito ao ver-lo quase morto da ultima vez que estive lá em Coaraci. foi o que eu vi. Oh rio Almada eterno seras. Farei de tudo para voltar sempre naqueles lugares, a onde eu tive os melhores momentos da minha infância inquieta.
Aos sábado a feira fervilhava, era a festa semanal, vinham gente de toda parte, também era o nosso local de trabalho, vinham cantadores de repente, repentistas, vinham com a família cantar e encantar pedindo esmola,  na verdade eram cantadores do Sertão,chorano eu vou ver mamãe eu vou ver... Sol quente na cabeça barriga quereno comer.
Como disse o Caetano Veloso de perto ninguém é perfeito.
 eu sempre tive as minhas imperfeições sempre ressaltadas, eu era briguento, errava mais do que acertava, curioso, astuto.
Sempre procurei ser respeitado pelos moleques da minha epóca e era.



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domingo, 5 de novembro de 2017

''SEMENTE DO AMANHÃ''

        REVISTA Meino Rei. 

O FALCÃO.

Caminho sobre ovos,
Sobre a arte, sobre as nuvens.
No sertão sou o Sol puro sem dó.
Sou sertanejo valente,
Sapateio em serpentes.
Os Gaviões Carcarás,
As Ariranhas azuis Onças pintadas,
As pardas meus bichos de estimação.
Sou Cavalo . Bicho cão.

Tou cansado de ser gente.
Estou cansado...
Tenho que tocar a vida e dançar
Mulé rendeira dos cabras de Lampião.
Falar minha própria língua,
Cantar o meu próprio hino,
vou cantar...

Eu sinto as horas passar.
Tó no fio da navalha,
Andando na corda bamba,
na contagem regressiva 
vou morrer...
Não sei dançar essa musica...
Não tenho tempo pra
um passo de cada vez.
vou dar dez.
Tou cansado de ser gente.
Fazer seda, fazer mel,
eu vou beijar as flores, avoar...
Ser Águia, ser Falcão.
Quero florestas desertas,
Rios de agua limpas pra
nadar, eu quero a paz.

             FIM

Autor: Euflavio Gois
SP 2017.


                         



                                                                                                                                                pg.83.
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quarta-feira, 9 de agosto de 2017

''DEZ ANOS DE ARTE '' Continuação.

REVISTA Menino Rei. 204, 205, 206.

O Menino Rei.

Dez anos de Arte.



           Pois é, autor desconhecido não. É uma peça em ''ITAPICURU PRETO'' trazido da Bahia, título ''ITAPICURU'' Colocarei a foto no final do texto. Ainda tenho a esperança de ver o Museu da Zona Leste de pé. Também tenho me arriscado nos pinces, tenho alguns trabalhos em telas. a pintura que eu mais gostei foi o ''Gatos na Luz'' pintei ''Favela'' São trabalhos que tem que ser prestado atenção, por ser arte, e assim sendo merecem respeito. Nesses dez anos na arte eu tenho observado, a  sua  importância no meu cotidiano, cada trabalho concluído me dar uma satisfação sem igual, é como eu ter dado a luz a algo. No processo todo de criação, eu estive em companhia do Frank, ele foi uma luz na minha vida, levantava junto comigo, tomava parte da minha vida, eu levava ele todos os dias para a sua voltinha no quarteirão, ele era um animal feliz depois de tomar o café e ele comer sua ração, começava o meu dia de arte ele me seguia para um ponto no quintal que eu chamava de Atelier a céu aberto e lá íamos  trabalhar, foram criado ali centenas de obras. Da Bahia pegamos muitos troncos de madeiras excelentes, troncos perdidos no meio do pasto viraram arte na minha mão, um tronco sem vida, as vezes chamuscado de fogo, de itapicuru ou até jacarandá da Bahia viraram arte. Eu trouxe  da Bahia, meu amigo Márcio Castro consegue essas madeiras pra mim e transformamos em arte, é muito gratificante, me sinto premiado A minha arte teve inicio quando nasci. Nasci em plena Segunda Guerra Mundial. Nasci um menino saudável, criativo, esperto, cheio de vida, minha mãe foi uma veterana de guerra, assim eu também fui, por quer eu estava na sua barriga sendo carregado por ela. Enquanto trabalhava na tecelagem, depois da jornada de trabalho, duas horas a mais como voluntária e eu juntinho na sua barriga, no dia 8 de outubro de 1943 quando eu nasci ela trabalhou o dia inteiro.A minha cidade ficava as escuras, com suspeita de submarinos inimigos nas suas águas, dizem...A nossa cidade assim como todas as cidades do nordeste se identifica muito com a arte popular, que aflora nas suas festas populares, nas feiras livres e etc. Sou de uma geração extraordinária, os meninos eram muito criativos. A rua era a sua escola, os meninos ricos viraram SENHORES.


 

                                                                                                                                              PG.204.


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.EREVISTA Menino Rei


               Eram preservados,  viraram médicos , engenheiros sei lá o que! os pobres alguns viraram  grandes artistas nas ruas do mundo, do seus mundos. O meu pai tinha a arte de Carpinteiro. Sim naqueles tempos as profissões todas eram chamadas de Arte: Ferreiro, Pedreiro, Carpinteiros, Pintor de paredes também, Escultor. Todos eram Artistas, muitos famosos. A arte era a principal atividade humana. As bordadeiras, modistas, ''a mulé rendeira'' Somos uma família de artistas, extremamente  inteligentes, tenho muito orgulho de pertencer a essa gente maravilhosa e procuro sempre honrar  e amar os meu antepassados, por ter me dado esse DNA. Apesar de não ter muitas informações sobre eles, sei apenas que o meu avo se chama Joaquim e só! meu pai não fala deles. Voltando aos dez anos da arte,  a arte esta  me trazendo muitas surpresas nessa vida, tenho buscado dar uma identidade aos meus trabalhos, dando-lhe uma identidade mista para as minhas esculturas, trabalhando o feio, rústico, torto, malamanhado, com o Frank junto eu viajava, dividia o meu tempo com ele e as escultura, a poesia e os passarinhos do quintal, me visitava todo s os dias.Todos os ano um par de tucanos me visitava vinham na época de coquinho, eles vinham por causa dos coquinho. Me chamam de artista temporão, não sei se é elogio ou não, vou levando a vida assim com um sorriso embaixo das  orelhas. O Frank se foi fez quarto ano, entristeci e ainda estou, aguardando fechar a cicatriz. Mais guardamos a cinzinha dele, o nosso consolo, me deixou sozinho com a arte, que está cada vez mais viva. Todos os dias faço ou dou continuidade a uma nova peça, as minha escultura não segue nenhum padrão ou estética, não tenho preocupação com projetos, ou simetria. As minhas São escultura livre, aproveito os contornos do meu material, escolho antes o que serve pra mim trabalhar a minha arte. já mudei muita coisa nesses dês anos de arte, a mente abriu, o trabalho que era simples, Ingênuo foi se transformando, sofisticando a cada dia, sobre as exposições: tenho feito algumas pequenas, mais já tive convite pra expor fora do país, mas o custo é muito alto.



                                                                                                                                           PG.205.

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REVISTA Menino Rei.



                Não tenho patrocínio, fica difícil. Carreguei nas costas forte o grande peso de não ser artista, o insuportável peso de não ser poeta. o incomparável peso de não ser escritor. Agora chega! por favor agora chega. Há dês anos exato eu disse; vou ser artista, vou ser escrito, vou ser poeta e fui ser, e sou. Não é que ser o que fui tenha sido ruim, ganhei força, aprendi ser o que sou, aprendi a me defender, tive que lutar com as armas que tinha, que tenho as mãos e o cérebro, frequentei os lugares mais insalubres e hostil dentro do galpão das fabricas, fiz coisas inacreditável, eu fiz. ''fui um guerreiro do fogo'' vivi a maior parte da minha vida dentro da fabrica no escuro de uma mascara de soldador, aquela que o soldador usar trabalhar, vivi num mundo só meu, por infinitos momentos infinitas horas dos meus  meus dias. Ainda estou vivendo assim.






 







                                                                                                                                            pg.206.
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euflavio
Agosto 9 de 2020

sábado, 5 de agosto de 2017

Cotinuação de ''DEZ ANOS DE ARTE''

REVISTAA Menino Rei. 200, 201, 202.

O menino Rei.


 Como eu estava dizendo, em casa sem fazer nada, não queria que a tristeza tomasse conta de mim, dai fui pra luta, inventei fazer arte, era o tudo ou nada, quando pequeno via minha mãe fazer burrinho de argila, bonequinha e cachimbo de barro. enfrentei, peguei um estilete e uma serrinha, ai estava pronto um escultor, isso esta fazendo dês anos, já com um acervo de mais de duas mil peças, estou feliz. A minha arte segundo um amigo Waldeck jé nasceu com uma identidade própria. Um trabalho rústico, sem a preocupação com a beleza estética, mas com personalidade e alma, minha arte é um clamor, traz em si o sentimento Nordestino, sertão puro, encontro na madeira morta tudo que eu preciso: dureza, cor e beleza, minha fonte, é os pastos, da Bahia com seus jacarandás  perdidos, esquecidos na manga, digo pastos, PAUS BRASIS, Aroeiras, Ipês, são as minhas madeiras. Minha arte não tem um preço, não faço com a finalidade de vender, não saberia me desapegar dessa companheiras que salvaram minha vida, eu podia ser um ser triste hoje, não sou, cada trabalho que eu ponho no mundo, me soa como se eu tivesse salvando do fogo, dos fim, madeiras maravilhosas que iria se perder no fogo das queimadas, eu transformas em esculturas não sei se lindas, mas esculturas com vidas, com sentimentos, com muita, muita poesia. 

Os meus principais títulos são '' Que são uma serie de dês quadros, que eu me inspirei na tela de ''Tarsila do Amaral'' ''Operários'' Depois vinheram: ''ITAPICURU'' ''CANUDOS''  ''CARAMURU'' ''XJNGU'' Um trabalho magnifico feito com um Dormente industrial, de carrinho de carregar materiais sobre trilhos, e uma serie muito grande de peças sem título, feitos, esculpidos em galhos de pau Brasil, esses trabalhos são muito especias. ''A ''CORUJA '' Um bloco de Peroba Rosa muito bonito, que antes de chegar em minhas mãos foi usado com cepo de cortar carne em Açougue, talvez por mais de cinquenta anos.




                                                                                                                                                   pg.200.

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REVISTA Menino Rei.

Dez anos de Arte continuação 



 

O trabalho que foi inspirado na tela operários de Tarsila do Amaral realmente é um trabalho esplendoroso. Me desfiz de três telas dessa serie, uma está com o Mestre Valdeck de Garanhuns, uma tá com um Diretor da Casa de Portugal e a outra esta com uma pessoa da fundação Tide Setúbal. 
Tenho tido muitas alegrias, com esse trabalho, tenho ganhado muitas vidas, não deixo de pensar nos grandes mestres das artes, jã que todos eles tiveram histórias fabulosas como ou melhores do que a minha, mas sigo, já não sou mais um jovem, mas os anos tem sido muito generoso comigo, porque estou sempre me descobrindo, meus olhos e mente muitos atentos, procuro andar lado a lado com o novo. Descobrir que  as arvores são minhas amigas as plantinhas também, ouso e sinto os seus olhares para mim. Eu tenho esse dom. Falar de um trabalho muito importante para mim, um Jesus Cristo crucificado, feito com um galho de Nêspera, fruta do nossos quintais. Esse trabalho por ser feito com um galho perfeito eu coloquei o título; em homenagem as nações indígenas; ''JESUS TUPY'' Jesus Tupy eu doei para a Igreja de São Francisco de Assis , esta na igreja de São Francisco de Assis no Ermelino Matarazzo.
Nesses dês anos de Arte eu tive a companhia integral do meu cachorro ''Frank Pedra.'' O Frank era um Pit BUL legitimo nasceu no Natal de 2002, eram 12 filhotes lindos,  escolhemos ele, eu não sabia que ele mudaria minha vida, pra melhor, me tornei um cara amoroso aos animais por sua causa, eu que era um bruto, um bruto de coração bom, mais um bruto.



                                                                                                                                       PG. 202

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REVISTA Menino Rei.

Escrevei o meu primeiro poema por causa dele. Ele era um lindo, morreu olhando pra mim. Fiz outra doação de uma peça maravilhosa para o museu da Zona Leste, idealizado por uma pessoa muito amiga e não tive mais noticia se o Museu saiu ou se vai sair um dia, isso é lamentável por que mexe com a boa fé da gente. Como ´foi esculpido em madeira muito nobre, vai aparecer daqui a  muitos anos, feito por autor desconhecido.                                                                                                                                            







                                                                          

.                                                                                                                                          PG.203

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5de agosto de 2020
euflavio

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

''DEZ ANOS DE ARTE''

Dez anos de Arte continuação

REVISTA Menino Rei. 197, 198, 199. [.


 

             Depois de caminhar por caminhos tortos, cheguei até aqui, nesse mundo maravilhoso da arte, e é aqui que eu vou ficar. SAI Ileso de uma jornada de mais de quarenta anos de um trabalho limpo, de um trabalho estrondoso, fantástico, fui soldador elétrico por mais de 20 anos, trabalhei em situações quase impraticável, mas digno, um trabalho fortalecedor. Trabalhei em uma industria de molas de 1962, até 1969. Fui muito feliz e aprendi muito nessas três industrias acreditem, sou muito agradecido a Deus por isso. Aposentado e ainda me sentindo jovem e forte. O que fazer agora? não estava rico, não tinha dinheiro algum, tinha uma casa velha cheia de mofo, e um carro caindo os pedaços. vim de um povo sem herança nenhuma, por tanto que tem que fazer e vencer sou eu. Imaginem num país que as oportunidades são totalmente medida pela sua boa aparência, aonde você tem que ter boa aparência para arrumar um bom emprego, se você é nordestino e pobre não tem jeito você tá lascado. Boa aparência em nordestino só se ele for rico, como rico ou filho de rico não vem pra São Paulo, então não tem nordestino com boa aparência por aqui. Mesmo assim eu não me abalei e. venci essa batalha sem me importar com bobagens. com 45 anos, diploma UNIVERSITÁRIO na mão eu caminhei.  45 anos e aposentado como mandava o figurino sem dinheiro igualzinho cheguei aqui em São Paulo, só que agora com 45  anos uma mulher e três filhos, uma adolescente e dois crianças ainda.



                                                                                                                                                pg.197.

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    Dez anos de Arte continuação



Com um amigo e uma Brasília velha, arrumei um dinheirinho e fomos pra Minas Gerais compra queijo pra vender, não deu certo, fui vender e montar box de banheiro, não deu certo, fui vender melancia da feira, não deu certo, fui ser gerente numa fabriquinha de maquinas de lavar 
industrial numa quebrado, cheia de Cearenses morando dentro da fabrica, claro que não deu certo. Prestei concurso na Guarda Civil, na hora de tomar posse não deu, por motivo particular, não tomei posse. Prestei outro concurso na ''Fundação do bem estar do menor'' dai trabalhei 10 anos. depois dos 10 anos a coisa ficou insuportável pra mim , pedir demissão e fui pra casa. Já com 65 anos a começou  entra sena o Artista que morava em mim. Ou melhor a Arte começou a sair de mim kkkkkk.
Eu abri esse texto para falar com a arte que sempre esteve em mim saiu para respirar, para causar, para dizer: eu estou aqui em toda a minha plenitude. em forma concreta e abstrata, falada escrita, pintada e esculpida eu estou aqui! Cheguei só faz dês anos, está fazendo. Na arte eu encontrei comigo, eu encontrei a paz, encontrei uma vida novinha para viver. Eu já tinha feito umas tentativas com argila, até com giz, escrever nunca tinha passado pela minha cabeça, me arrisque e tem dado certo, embora eu, um péssimo usuária da língua portuguesa e tenho raiva dos pais dos burros, já fui comparado não sei sé ironicamente com: Mario Quintana, Fernando Pessoa, e Drummond.





                                                                                                                                                        pg.198.

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Dez anos de Arte continuação





Na poesia já fui comparado com Manoel de Barro. Nunca li nenhum dos autores citados. Hoje já tenho mais de cem 100 poemas escritos, estou com um livro de contos e poemas publicado e estou preparando outro, sem medo, eu vou sempre em frente, mas não tenho medo de recua, não tenho. Comecei esculpindo pequenas peças, com um estilete escolar, depois fui passando para peças maiores, com muito sucesso estou indo trabalhando, pé, perguntam: você vende? eu sempre digo não, tenho grande traumas de vendas.  artista não pode e nem deve ficar escravo do mercado, para o bem da criação. Esse meu trabalho é tão importante na minha vida que a cada peça concluída, eu coloco alma, coloco poesia, sentimentos nelas. 
Tenho já um acervo de mais de duas mil obras de arte e muito fôlego para trabalhar, me divertir, sim me divirto as fazendo. No momento estou concluindo sete trabalhos para o festival de curta metragem de cinema de Suzano-SP. 



                                                                  ''MARIPOSAS''                                              
                   
                                                           Acredito na felicidade dos Insectos
                                                           Das lavas e das Arvores.
                                                           Acredito na felicidade das 
                                                           Mariposas.
                                                           Acredito na alegria das cores.
                                                           No cansaço das Pedras.
                                                           Acredito na demência do homem.
                                                           Na falsidade  na mentira.

                                                                 Acredito no cansaço do Sol
                                                                 Na tristeza da Lua.
                                                                 Acredito no pombo da Paz
                                                                 Na centopeia no Centauro.
                                                                 Amo os seres que voam
                                                                 Adoro a alegria do Ipe 
                                                                 Amarelo florido distribuindo ouro.
                                                                 Pintando de amarelo a Rua.

                                                                              Fim. E.Gois. 

                                                                  
              





                                                                                                                                                        pg.199.
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                                                                                12. 





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euflavio escritor

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Minhas Lembranças.


O Menino Rei. 202, 203.

Minhas Lembranças solta.Palmas para George.


 

Não posso deixar de falar desse Grande Herói da minha infância: De George Canoeiro.
George Canoeiro era um rapaz solteiro que tirava areia do fundoAlmada com uma canoa indígena muito longa, ele era um grande guerreiro com sua canoa tirou areia a vida toda em Coaraci sua cidade do coração, tudo isso em baixo do meu olhar muito atento.
George era muito atencioso com nos as crianças frequentadores do nosso Rio.
Eu sei direitinho como ele tirava a arei no fundo do rio com uma lata de querosene adaptada para isso, ele ancorava a canoa enfiava a vara de remar e descia com a lata na mão lá embaixo ele enchia a lata de areia e subia, assim ele enchia a canoa e remava de volta para o seu pequeno porto de areia.
Esse grande Herói construiu, com sua canoa Indígena  ajudou construir uma cidade, a nossa cidade, dessa maneira: com areia tirada a mão. Carregada  até a beira da pequena construção no lombos de jegues, eu disse de jegue. Ele próprio negociava e media ali.
O George também foi um grande violonista, quando surgiu os primeiros trio elétrico na Bahia de Dodo e Osmar, o George tratou de chamar um companheiro que era bom no cavaquinho e montou o trio'' Elétrico de Coaraci''. ARRUMOU UM AMPLIFICADOR Arrumou e botou o Bloco digo o Trio Elétrico nas Ruas de Coaraci  foi um sucesso estrondoso nunca mais visto, minto, acho que ainda saiu uns dez anos nos Carnavais e Micaretas kkk. George receba a minha homenagem através desse conto. Lembro daquele sorrisão. Coaraci tem que lhe ser grato, o povo de Coaraci, tem que saber quem foi você meu amigo. O Rio Almada jamais o esquecera. Você poeticamente com sua canoa Indígena cheia ate a boca de arreia do Rio, para as construções da Cidade. A PREFEITURA, OS BANCOS, AS LOJAS, COLEGIOS AS IGREJAS, CINEMAS E SEMITÉRIO Você na sua solidão e ainda tinha forças para tocar o seu violão surrado a noite. Sinto uma paz somente de falar de você, os Heróis jamais deverão serem esquecidos jamais. Aonde você se encontrar receba.


                                                                                                                                       PG.202.

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REVISTA Menino Rei.

Você fez muito parte da história de um povo, valente vindo de longe, e parado ali em Coaraci, um dia, nos Macacos.  Acho que nunca vi o George na feira, ou na praça da cidade, nem no carnaval, nem na Igreja, era um homem da casa pra sua canoa de onde ele tirava o seu sustento pra si e pra sua mãezinha. Acredito que ele nunca tenha ido em Ilhéus, deve ter chegado com os primeiros, acredito, que tenha chegado quase junto com Ernesto motorista caminhoneiro e Silveira Alfaiate, e ficado ali até morrer, como os dois. Era preciso tomar muito cuidado com Coaraci, pois ele nao soltava as pessoas queridas, foi assim com Borginho, com Fala pra Ele, com seu Barcelar, com Varu, com Reginaldo meu irmão, com Clarindo Teixeira, com Paulo Preto, com Zeca Branco, com Seu Dole, com Seu Zacarias Bonina, com Seu Tiano.  Com Pedro Procopio, com Zé Dunda, com Antonio Fateiro, Com Ricardo Neto, com Ricardo técnico de Radio, com Tonho da bala, com Maria Anita Vascaína, com Sindu da pensão, co, Ludugerio marceneiro. Com João e Elizer Batalha o primeiro Sub Delegado. As  Professoras Carmem Dias, Professora Dejanira, Professora Irene Ri. digo Irene Fita, Professora Perpetua, e Liana Rocha. 
Nome da parada. E vocês outrora meninos, ou que ainda não tinam nascido saiba quem foi o George  Canoeiro. Certamente deixou no fundo do  Almada a sua juventude, pegando arreia lavada como agente da época comprava. vejam que legado esse homem do sorrisão deixou. Lavei a alma em falar dele, e nem tive tempo de me despedir do George  











                                                                                                                                  PG.203.

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terça-feira, 20 de junho de 2017

''O VÔO''

        ''O VÔO''
             

A minha imaginação cria asas:
Cria asas e voa!
Abre as asas e voa!
Voa e ganha as alturas,
junto com os meus pensamentos
e caneta, vamos escrever!
Procura a companhias
dos amigos urubus,
para não voar sozinho.
Eles voam soberanos
bem alto, eles voam.


Vejo do alto nesse vôu,
o grande mundo real!
Pedras Gigantescas na paisagem,
me inundo com tanta beleza,
tenho ilusão de ótica, me embriago!
Pequenos seres humanos
eu vejo aqui do alto, parecem
formigas, pontinhos negros.
Carrego comigo sonhos.
Rolos de sonhoskkk.

Em bigorna de aço malhei o
aço com as mãos, com os braços.
Aqueles mesmo do abraço sim!
Esses mesmo do abraço.
Já vivi muitas vidas e
tenho tantas outras para viver,
Eu vi queda do muro,
A abertura da China.
Vi dois Eclipse do Sol.

Vou visitar mais uma vez
O Reino dos animais.
Dizer um Olá pra os Tigres,
Gorila, Cobras Corais, as,
Ararinhas Azuis, os Leões,
Os Micos Leões Dorados e
os Lobinhos Guaras.
As Onças Suçuaranas, as pintadas.

Já no final da viagem
rasgo pedaço de nuvem
para escrever sobre o frio
das alturas, as delicias de voar.
os olhos dos Urubus companheiros
também as cores do amor.
rasgo pedaços de nuvens,
escrevo sobre a beleza da terra
e a maravilha do mar,
Sobre o nascer do Sol e o por.


                  FIM.

Autor: Euflavio Gois
Em Junho de 2017-SP.


               






quinta-feira, 15 de junho de 2017

segunda-feira, 8 de maio de 2017

'''SR. JESUINO''

Estradas Reais Livro Revista.



              Tenho muito boas lembranças da primeira infância, muito boas, lembro de muitas coisas, coisas do arco da velha pra minha idade de de três,  quatro e cinco anos, mas poucas lembranças da presença do meu pai, lembro muito dos medo da época, medo de veio, de doido, tinha um veio chamado Zé Barateiro, que eu tinha muito medo, também com um nome desse o que vocês querem? minha: mãe se agente chorava e chorava muito por causa da sua ausência ela falava perai que eu vou chamar o Zé Barateiro, eu vou chamar Conceição doida, fomos cuidados por Sinhá Olinda,  Sinhá Terta e outras que eu era muito pequeno não lembro o nome obs. Embora pequeno eu sou até hoje.  A presença da minha mãe, embora também poucas, por motivo dela trabalhar fora, como já falei em outros post. ou textos, minha mãe trabalhava fora e nos éramos cuidados assim como as famílias moderna, só via a minha mãe a noite quando ela voltava da fabrica de tecidos. Meu Pai nessa época estava  trabalhando no Sul da Bahia, mais precisamente na região de Ilhéus,   não tenho nenhuma lembrança marcante dele, só lembro da minha mãe desesperada por quer meu pai o Sr Jesuíno tinha escrito em carta, dizendo que ia buscar a família pra o Sul, digo pra Bahia, que tinha encontrado um amigo que estava  lhe ajudando muito, esse homem se chamava Zezé  Meneses  um comerciante. Esse homem teria arranjado uma casa onde nos iriamos morar e moramos nessa casa sim, por pouco tempo.

                                                                                             PG.18.

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Estradas Reais Livro Revista.



                  Esse período foi um período de horror para nos, para minha mãe, os efeitos dessa carta foram um terror, minha mãe uma pessoa de cabeça muito quente, ficou muito desesperada, teria que pedir a conta da fabrica de tecidos, nesse meio tempo passava por a nossa região um grande surto de sarampo que levou três das nossas irmãzinhas, não me pegou por sorte eu acho, num período muito curto foram embora Eunice, Creuzinha e Maria Luiza.
Logo depois dessas meninas morrerem meu pai apareceu para carregar nos para o Sul da Bahia, ai eu já tinha Cinco anos de idade, minha mãe largou tudo pra traz, familiares, pai, irmãos, amigos e emprego para conhecer o desconhecido total e ainda enfrentar preconceitos de toda sorte, sim a nossa vida inteira foi lutando contra preconceitos, não arrancou pedaços somes pessoas fortes, todos da nossa família.
Meu pai sempre foi um homem muito temperado, não era um Leão nem um ratinho era um lutador nunca deixou passarmos muita dificuldade, sempre tivemos uma certa estabilidade, sempre moramos em lugar com chuvas regulares, era carpinteiro, com já disse não gostava muito da profissão, não gostava de receber ordens, nem eu, chegamos em Coaraci em 1949 ele trabalhava fazendo esquadrilhas, janelas, portas, tudo que era madeiramentos em prédios, em Itabuna-BA ele trabalhou num prédio do Dr. Vito Maron, depois foi trabalhar por conta própria.



                                                                                              pg.17. 

Fez um carrinho bem feitinho, arrumou um amigo e sairam pra o mato compra carneiro e tudo que se mexia, matava e colocava no carrinho a carne e saia vendendo nas ruas de Coaraci, logo lhe arranjaram um apelido de ''Carneiro Gordo'' 
que pelo que eu sei ele gostava muito desse apelido, depois montou uma banca na feira e ampliou os negócios, passou a negocia com manteiga e requeijão. Ali eu e meu irmão já estávamos grandinhos e ajudávamos muito nesses serviços até que chegou os anos 60 e eu tinha virado a cabeça para vim pra São Paulo, dai os negócios dele não iam muito bem , ele resolveu de ultima hora vim também e veio comigo e aqui ficou até o ano de 1970 quando ele faleceu.  
O que eu posso dizer do meu pai? Ele era bonito pra os padrões nordestino, era inteligente, um homem bruto, beirado ser ignorante, mas tinha o coração bom era devoto, cantava gostava de assovia, quando ele pegava a assovia eu tinha um pouco de vergonha dele era divertido, tinha preferencia por determinados filhos, bebia mas não era um viciado em bebida, muito vaidoso. morreu com 55 anos em São Paulo. em maio de 1970.




                                                                                 PG.17.


                                           

    



sábado, 6 de maio de 2017

Fase NEGRA NA CAMINHADA

REVISTA Menino Rei.
Dez anos deArte, PG. 212, 213.
Fase limpa.

            Hoje estou vivendo o melhor momento da arte. Estou!    Estou vivendo na Arte uma fase extraordinária, uma fase de muita criação que eu não sei por quer vou chamar de ''fase de luz na criação'' Na poesia escrevi vários textos. Textos com a minha fisionomia, com formatos biográfico, ou biológicos, onde eu coloco muita força, muita vida, sentimentos, alma, luz e  liberdade. Um voou rasante sobre a realidade nua, crua.
Em 2016 quando eu perdi meu cachorro Frank eu pensei que não ia dar mais. Era tanto a integração entre ele e eu que causava ciumes nos meus filhos. nos meus. O Frank realmente mudou a minha vida, vida que até antes dele chegar não tinha arte, poesia só tinha trabalho e vazio. ''Eu era um vazo vazio'' Lembrança dele me assistindo esculpir uma Coruja, uma sensação, uma alegria de ter ele ali o dia todo, ou a tarde toda, ou ainda a manhã todo me olhando com aquele olhar de cachorro. Lindo muito lindo aquilo, um verdadeiro querido. Pra ele ''Vulto Branco'' Falar da poesia que é uma paixão mais nova e vibrante também assim com a escultura. Vaga lume, O Beija Flor a Flor, o Beija Flor, Raposa Serra do Sol, Histórinha são poemas da safra de 2016- 17. Meu poemas são poemas vivos com azas, voam em forma de Beija flor, Abelhas , Ben-te-vis e Urubus.



                                                                                                                                        PG. 212.

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REVISTA Menino Rei. 

Dez Anos De  Arte.




Nessa fase encontrei a forma exata,  onde uma coisa parecem com a outra, as esculturas são imensamente poéticas, eu tenho uma maneira inexplicável de colocar sentimentos, vida, almas nelas. 
As minhas caminhadas tem sido deliciosas, os caminhos tortos me divertem, me divertem as travessias, cada corte, me traz muitas satisfações, cada cor das madeiras, defeitos me desafiam.
Essa arte sempre esteve em mim sem eu saber, em fim cada coisa no seu tempo, estarei sempre atento, aberto para novos formatos, na arte e na vida. Fico muito feliz quando recebo criticas conscientes, também elogios, delicadezas, comentários me arremessam para o alto. Eu só tenho procurado ser um bom filho de Deus agora, amo essa coisa da transformação, gosto de trabalhar o feio, o degradado me traz obras mais bonitas, tenho sido uma pessoa consistente, uma pessoa pura com uma missão eu acho. 
Durante mais de 30 anos fui um bem sucedido metalúrgico, obediente, nunca quis ter cargos de superior, nuca quis ser usado pelo capital, nunca! sempre soube a minha importância, a minha importância, a minha importância. 
Fase negra no sentido brilhante, no sentido magnifico, puro que eleva transforma, jamais falaria fase cor de rosa.kkkkk  






                                                                                                                                   PG.213.

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quinta-feira, 4 de maio de 2017

UMA FORTALEZA CHAMADA MINHA MÃE.

REVISTA Menino Rei. 165, 166, 167,

Cabra Retado.



 

Sempre estive perto da minha mãe, nas alegrias e principalmente nas tristeza: Era 
favinho faça isso, favinho você já fez o que eu mandei? era assim, o tempo ia passando eu ia crescendo as responsabilidades ali junto, ia pra o rio com ela lavar roupas, lavar fato de carneiro. para mim parecia que só tinha eu, mais era assim, eu fazia tudo sorrindo, não lembro de ser um reclamão, com meu pai a mesma coisa, ele matava carneiro e eu era o seu ajudante em tudo, o meu irmão mais velho que Deus o tenha reclamava de tudo que ia fazer, mais fazia.
Em 1961 eu vim pra São Paulo sozinho com 18 anos, aqui eu tinha promessa de trabalho, mais só promessa num sabe? Vim assim mesmo espirito aventureiro, deu 18 anos não esperei nem um mês e já estava na estrado. Minha mãe ficou, só viria um ano depois. Veio com os meninos mais novos,  o mais velho, o mais velho só veio trazer ela e voltou em seguida, aqui estava eu e meu pai que já era separado da minha mãe, chegaram aqui em 1962 não lembro o mês, ai eu já estava trabalhando, ganhando o salário mínimo que na época era bom, sim era bom não lembro quanto equivalia se trazido par os dias de hoje, só sei que dava pra pagar um aluguel e fazer mais algumas compras, só eu tinha idade de trabalhar formalmente, tinha um irmão e duas irmãs, tinha três irmãos homens também um grandinho e dois pequenos. Ana Maria que estava ficando mocinha foi trabalhar em casa de família, os patrões também pobres, só que estabelecidos a Eulina também, era só pra diminuir as bocas, o Evilásio também era danadinho também arrumou um jeitinho de sé encostar em alguém em troca da comida, só restava eu, minha mãe e os dois pequenos fomos se virando como dava, meu pai ajudava um pouquinho, também.


                                                                                                                                     PG165.

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REVISTA Menino Rei

Nessa vida vivemos três anos, eu trabalhava pertinho de casa vinha almoçar em casa, almoçava ouvindo novela de radio, sim novela do meio dia no Radio kkk
eu achava aquilo uma delicia, eu apesar de tantas dificuldades nunca atrasei um aluguel, mais não tem nada tão ruim que não possa piora, o dono da casa pediu a casa, e agora? eu fiquei sem saber o que fazer, procurei meu pai para falar com ele que tinha mais tempo de procura outra casa pra nos, meu pai deu ajudou a procurar, casa para alugar o dono da  casa que nois morava tinha uma certa pressa, meu pai estava demorando de arrumar outra casa, eu não podia faltar no serviço, também era muito besta não ia saber conversar, com donos de casa de aluguel, não ia. Nesse chove e não molha, meu pai me contou meio vacilante, que tinha comprado um terreno num lugar muito remoto, que chovia quase todos os dias, o lugar se chamado Itaim Paulista, alivio. Me disse ele bem assim: ''Flavinho eu comprei um terreno estou construindo dois cômodos já está coberto de telha você quer ir com sua mãe e os meninos pra lá? já marcamos o dia de eu ver a casinha com ele, ai fui com ele fiquei encantado com aquela possibilidade de não pagar mais aluguem era um lugar alto, sem nenhuma possibilidade de enchentes. Lugar totalmente desabitado, pouquíssimos moradores, eu iria me tornar um Pioneiro naquele lugar que morei até 2015. Quero dizer que chegue no jardim dos Ipês em Setembro de 1965 e fiquei até outubro de 2015, Cheguei em um bairro sem nenhuma estrutura e deixei totalmente urbanizado, lutando junto com dona Donata minha valente mãe.
Vou relembra uma das maiores façanha feita por minha mãe: Ainda lá na Bahia o meu irmão mais velho amanheceu um dia gritando de dor como um louco, foram chamado todos os benzedores do lugar, feito tudo que era de reza e simpatias para curar a dor desse meu irmão que se chamava Reginaldo e que é falecido hoje.


                                                                                                                                               PG.166.

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REVISTA Menino Rei. 

     

Minha mãe amarrou  um pano na cabeça  como ela fazia sempre que ia sair e saiu como louca buscar o Dr Edelblando  na casa dele na Rua Vasco da Gama se não me engano, e trouxe ate em casa, Edelblando era uma pessoa tão do bem que não precisava muita coisa para tira-lo de casa numa emergência, o Dr pegou sua pasta medica ou maleta onde é guardado os equipamentos médicos e correra lá para casa sem carro com um dos braços meio que balançando sem muito controle, era uma meia que paralisia não sei, eu não o vi mais depois que vim pra cá, espero ver-lo ainda, mesmo sem carro, naquela época carro era coisa só de rico. Chegando em casa o meu irmão estava gritando de dor o Dr o examinou e falou pra minha mãe mande os meninos ir brincar na rua e esquente uma água, arrume uns panos limpos. o menino esta com um tumor interno grudado no osso da cocha, fêmo vamos rasgar a perna dele! Pegou o bisturi acho que o bicho se chama isso e tirou o tumor. Meu irmão se tornaria  um grande amigo da família Pires. eu vim pra São Paulo logo em seguida e aqui tivemos eu e minha mãe outras lutas de tirar o fôlego. Dona Donata foi uma honra muito grande ter lutado ao seu lado, sobre o seu comando.



                                                                                                                                        PG. 167.

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quinta-feira, 16 de março de 2017

''O CANTO DO CISNE BRANCO''

Minha terra também tem
Palmeiras a onde
cantam os sabiás
os Ben-te-vis, os Juritis
que Palmeiras lindas aquelas,
que terra linda aquela,
com frutas deliciosas,
com gente maravilhosa
e foi ali que eu nasci
andando em carros de bois,
matando cobra coral.

Tomando banho de rio,
andando em mata fechada,
me pendurado em cipó
como fazia Tarzan ali
pertinho do mar, ali
pertinho do mar!
Boiada solta nas ruas
parecia um Pamplona
no dia de sua festa,
tinha missa aos Domingos,
tinha também futbool.

O Sol nascia mais cedo
ia embora mais tarde.
Os dias er5am mais longos ,
pareciam infinitos
naquele mudo de Deus.
Eu levantava bem cedo ia
pra escola estudar,
só pra ver as menininhas
fita rosa nos cabelos e
sandálinhas nos pés.
Até os dias de chuva
parecia bem melhor,
tinha mais verde,
mais água limpa nos rios,
mais passarinhos cantando,
mais alegria no ar.
Coloridas borboletas.
abelhas fazendo mel,
arruaceiros bem-te-vis.

Todo mes a lua cheia
ia lá nos visitar, é difícil
esquecer.
Sentado em uma pedra
um menino a pescar,
varinha fina na mão,
os peixinhos pirracentos
passa pra lá e pra ca,
pra minhoquinha nem
olhava e o menino ali
pescando sem nenhum
peixe pegar.
Aqueles tempos tão distantes
ele teima em ir buscar.
São lembranças limpas,
vivas, restauradas.
Vivacidade misturadas a
ingenuidade, isso é
bonito é muito lindo
meu rapaz.

FIM.
Autor: Euflavio Gois Lima.






ARTE CONTEMPORANEA ''XILOGRAVURA DESSE EUFLAVIO MADEIRART GOIS.
MARÇO  DE 2017














SÃO PAULO BRASIL.

quinta-feira, 9 de março de 2017

'' O CAFÉ DA MINHA INFÂNCIA ''

REVISTA Menino Rei.

 O café da minha Infância 

                      Levantava bem cedinho para poder viver mais. Para nos crianças, os dias são bem curtos, as noite ao contrario são bem longas, agente fica loucos para amanhecer logo o dia pra poder gente poder brincar. Eu levantava cedinho acendia o fogo de carvão, as vezes o carvão era muito ruim, as vezes molhado, outras madeira ruim quando  o carvão era feito,  de madeira ruim ou estava molhado ficava ruim de acender  ficava difícil de acender o fogo. Eu xingava mais não tinha jeito, eu sempre tinha presa, muita presa para brincar, ir pra o Rio tomar banho, nadar.
Eu já grandinho fazia o café, eu sempre fui um menino amado, acho que até mais amado do que os outros kkkk O nosso café assim como o de todo mundo naquela época era torrado em casa, cada pessoa tinha o seu sabor de café herdado  dos seus antepassados.
Minha mãe usava caldear oie de torrão que era levado ao pilão FLAVINHO VEM PRA O PILÃO PISAR O CAFÉ!! e lá vinha eu chorando pilar o cafe.
O café era pilado e peneirado até ficar no ponto, meu Deus que sofrimento. tenho saudades desse tempo, desse sofrimento. As brincadeiras  sempre ficava por último, se desse, lembro dessas coisas com muito amor.
lá na rua a vida passando, pessoas nascendo outras morrendo, na roça o cacau sendo colhido por homens e suas crianças que trabalhavam em regime de quase escravidão, sim porque a escravidão neste país nunca se acabou, balela, só mudou a maneira de se castigar o escravo digo o trabalhador.
Animais e  pobres eram tratados com poucas diferenças.
mas lá fora tudo normal o menino filho do pobre não iam a escola porque tinha que ajudar o pai na luta ou a mãe, minha mãe pegava uma trouxa imensa de roupa e ia para o rio lavar levava um ou dois filhos junto.



                                                                                                                                                                                                                                                          PG.20.

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Enquanto ele lava a roupa os meninos ficavam brincando ou pescando por ali era muito legal, o dia era muito agitado pára as famílias com muitos filhos, nas éramos em sete oito irmãos menores, todos ali na barra da saia da mãe, tinha dois mais velhos do que eu, eu sempre fui o mais usado nos afazeres eu acho.
A nossa cidade era muito pequena, tinha se emancipado recentemente, não tinha muito o que fazer, meu pai era carpinteiro, mas autônomo, só trabalhava quando aparecia algum telhado para ele fazer, e todo ano chegava mais uma boca pra se sustentada kkkk 
 uma vez, ou outra era chamado para trabalhar, fazer alguns telhado de casa, cancela ou até mesmo um curral, fazer uma janela de cedro, resumindo essa história: não tinha nada pre fazer. Fomos ao todo doze filhos.  
mesmo curral. vida muito precária, falta total de informações do mundo lá fora, eu tinha sempre a preocupação que me acompanhava que era o dia da minha mãe torrar o velho e bom cafe caldeado que eu tinha que pisar, passar no pilão.
Saia na rua e la estava o grande pé de Tamboril cheio de passarinhos cantando: Anum, bem te vis, sabiás, muitos urubus, voltava paro o pilão, precisava terminar logo para brincar.
Minha mãe sempre muito braba, eu não podia falhar eu estava sempre devendo, meu pai era meio desligado com agente tudo era minha mãe, agradar, castigar, rezar pra nóis, pedir a Deus, não dava sossego pra Deus, qualquer coisinha ''meu Deus acudi-me '' e tome promessas pra tudo que é  santo, deixava os santos tudo doidos. 
Quando chovia  pra nóis era uma festa sinal de rio cheio, o céu escurecia agente corria para cavar minhocas para ir para o rio pescar, céu de chuva sinal de peixes na mesa, sempre dava certo ir pescar com esse tempo de chuva a água ficava nova, peixes em festa e nóis também.
A relação da minha mãe era tão próxima com Deus e com os santos do céu, que eu acho que quando eu chegar no céu eu serei reconhecido. os santos do céu vão chamar Deus e vão falar: Deus olha quem chegou! aquele menino cujo a mãe  não dava sossego pra nóis, era promessa, terço e tudo, ele chegou! mande ele entrar! Deus vai falar kkkkk.




                                                                                                                                                                                                                                                       PG.21.

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             ESTRADAS REAIS.

Sabe aquele café torrado em casa, caldeado com açúcar, agente tomava com manteiga e requeijão picado e farinha, era o nosso cafe da manhã, lá em casa não faltava manteiga e nem requeijão, meu pai O Sr carneiro gordo como era conhecido na cidade nunca regulou, ele tinha barraca de requeijão e manteiga, e carne de carneiro na feira, era o meio de vida dele, deixou a profissão de carpinteiro e foi ser comerciante. Muito bons tempos aqueles, muita infância, muito riso muita liberdade a cidade de Coaraci era minha, é ainda ...
 café. coisa que nunca mais eu vi e nem tomei mais aquele café que nem lembro mais se era bom ou não, o fato é que o café era torrado, num determinado momento da torragem era colocado uma quota de açúcar que era caldeado junto com o café até formar uma especie de rapadura que era levado ao pilão, pilado e peneirado ate ficar bem fino o pó.

 

Autor: Euflavio Madeirart Gois,

Março de 2017.






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