quinta-feira, 30 de agosto de 2012

CONTINUAÇÃO de Uma Aventura nas Terras do Ouro.

Logo novo aprendi a montar, foi muito bom porque montar é muito bom a sensação de liberdade é muito grande, meu pai tinha um cavalo de campo. Cavalo de campo é um cavalo próprio para correr atráz de bois, eu montava nesse cavalo e dava umas boas galopadas, esse cavalo se chamava sabonete. Mais tudo não era flores não, eu tinha um irmão que morreu com cinco anos, era um menino diferente, muito bonito, até um tempo atráz minha mãe tinha uma foto dele, esse menino adoeceu e naquele tempo não era fácil se levar alguém no médico, pra começar as pessoas nasciam em casa, médico  só se a pessoa tivesse morrendo, o menino doente e um chazinho que sara e a doença foi tomando conta quando levaram o menino no médico o tal medico não descobriu a doença, era hepatite, os médicos de Coaraci não descobriu a doença, o menino inchava as pernas não tinha um pingo de sangue, os médicos não descobriu a doença.
Meu pai levou o menino em Itabuna, e o medico descobriu  e falou o menino tem hepatite, deu uns remédios e disse ele vai ficar bom. Mais naquela época tinha aqui uma epidemia de gripe, a gripe Asiática, o médico falou! ele vai ficar bom se não tiver a gripe Asiática, porem se ele tiver a gripe, ai não tem jeito, nesse mesmo dia quando meu pai vinha voltando, o menino veio brincando a viagem toda, meu pai feliz com o resultado da consulta, bem pertinho de casa o menino deu uma estremecida , e já entrou em casa chorando, com febre,,não dormiu  a noite, e não teve jeito, a profecia do médico se cumpria.
Fui vitima dessa gripe também, só que eu estava bem de saúde e não tive maiores problemas, quando ela me pegou eu estava entre a beira do campinho onde a gente jogava bola, Jogava bola! empurrava a bola pra lá e pra cá
, a gente passava o tempo todo jogando bola ali, mais nesse dia não teve baba. Baba é chamado até hoje, é aquele jogo formado entre
 colegas de fabrica em hora de almoço ou os babas mais formal entre uma rua contra outra, um Banco contra outro, uma fazenda contra outra essa modalidade é muito praticada até hoje.
Sim eu fui apanhado pela gripe Asiática  no momento que eu fui no campinho ver se tinha babinha, senti um grande calafrio e fui tratando de arranjar um lugar pra deitar, e deitei em qualquer lugar ali, o sol estava muito quente por que lá é assim, no nordeste é muito calor, e era verão, fiquei deitado ali sem ninguém ver, quando o sol começou a esfriar, o frio apertou, eu reunir forças, e levantei e consegui  chegar em casa, a bainha de facão já estava pronta pra trabalhar. Não foi usada dessa vez, mamãe percebeu que eu tava só o pó.
Vivia na cidade naquela época um velho solitário, chamava  Agapito. Agapito era um velho solitário que morava numa choupana, casa te taipa coberta de palha de coco babaçu muito comum naquele tempo por lá. Agapito já tinha atingido  aquela idade que agente da medo nas crianças num sabe? pois é, eu não tinha medo porque já tinha de 9 pra 10 anos um adulto já.
Ele dizia que tinha lutado na Guerra do Paraguai. Agente ficava horas ouvindo as historias dele. tinha um rapaz que gostava de atentar ele, as vezes ele estava descansando, e esse rapaz gritava de longe: Tá descansando corno veiooooo? O velho ficava louco, e o rapaz se aproximando o que, o que você falou seu corno? é lá as pessoas gostava muito de chamar os outros de corno. Corno não tinha o mesmo sentido que tem por aqui. Eu falei; tá descansando hei''  CORPO VELHO''Ai ficava tudo bem.





2 comentários:

  1. Muito obrigado por contar essas histórias, Flávio. Fiquei lendo lá na Band durante o programa, depois vim pra casa e terminei de ler. Chorei que nem um cão sem dono. Fico muito feliz de ser parte da nossa família de gente bruta, mas de bom coração.

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