segunda-feira, 8 de abril de 2013

O TUPINANBÁ.

Lembranças de infância da  pressa  que eu tinha, tinha pressa que o dia amanhecesse  logo para brincar tomar banho de rio, pescar ir caçar  passarinho, era muita pressa. Os dias eram muito longos as datas, as festas demoravam muito a chegar, Natal era uma eternidade, carnaval outra, a copa do mundo demorava século  pra chegar. Naquele tempo as atividades da gente começava muito cedo tínhamos que dividir muito bem o tempo, entre brincar, estudar e ajuda o pai a trazer comida pra casa, era assim. Hoje vejo os meninos sem fazer nada, os paraizinhos também sem fazer nada, sem criar nada, nas beiras dos parques num mundo completamente vazio, morro de pena deles, expostos as drogas, vejo isso e não posso fazer nada, pra mim é muito triste. No meu tempo agente fazia uma traquinagem na rua, ia pra casa morrendo de medo de apanhar,  hoje é tudo normal, aprontar, barbarizar, o pai está trabalhando, a mãe está trabalhando, o moleque está solto, começa a roubar o pai chega a noite as vezes o moleque esta dormindo, sai pela manhã deixa o moleque dormindo, moleque levanta 11:00hs e sai, a mãe também saiu pra trabalhar, o moleque entra em contanto com algum pequeno traficante da sua idade, ai os danos serão irreparáveis. A lei  hoje esta contra ele, mais ele pensa que está a seu favor, no meu tempo moleque também aprontava, mais levava coro do pai e da mãe, e se não levasse estranhava, meu pai está ficando mole. Nas cidades grandes só se salva os moleques ''Nerds''  Aqueles que já nascem com o Don... Mais volto a falar de mim, da minha infância no Sul da Bahia. Vou falar das tardes de domingos, no campo de futebol, já falei um pouco sobre esse assunto,  mais vou falar um pouco mais, do Tupinambá o time de futebol lá da cidade pra nos o maior time do mundo, lembro de alguns nomes de jogadores da época, não lembro de todos, lembro de Filhinho, Maninho, Fuzil, Antônio Circuite, Américo, João Relógio,  Zé Oleiro, Valdemar, e a torcida  que lotava o campo, os anos eram 53, 54, 55, 56, 57... a idade era 10, 11, 12, 13,14... uma verdadeira delicia de vida, que se manteve até hoje sendo eu garanto, só mudou os objetivos, as responsabilidades, mais a capacidade de brincar, de sorrir e até de chora permaneceu.Vivi aqui grandes momentos da minha vida sem medo enfrentei grandes e pequenos problemas, como a morte do meu pai em 1970, quando eu ainda, estava me acertando. Muitas vezes fico pensando será que eu fiz  bem de ter vindo, se eu tivesse ficado lá o que será que tinha acontecido? ai penso fiz bem sim , não sou pedra pra ficar parado num lugar só, aqui conquistei minha independência, não conquistei riqueza, mais tenho alguma coisa sim, pra que riqueza? pra ficar com pena de morrer? não ficar o tempo todo com medo de perder! ficar pobre não! estou  bem! tudo vale a pena quando conquistado com honestidade e luta limpa. Ultimamente estou voltando lá sempre, quando chego, tenho uma forte impressão, que nunca sai de lá, fico andando pelas ruas ninguém me para  pra conversar, algumas poucas pessoas ainda estão vivas, quem era menino estão da minha idade, quem já tinha 30,35 anos já estão com 80 85. E eu ali pelas ruas caminhando devagar, meditando, parando na cabeceira da ponte olhar o rio, fico olhando os peixinhos, um filme muito bonito passa na minha grande cabeça, dou um sorrisinho solitário ali e penso, penso, ouso as batidas da, da caixa nos desfiles de 7 de setembro, vejo Orlando e Edésio um de um  lado e o outro do outro lado formávamos um trio inesquecível, ali na escola e cadê esses meninos pra mim dar um abraço cadê? ai saio andando perdido nos meus pensamentos. Fez dois anos tive noticias do Quinda meu velho e grande amigo de infância quando eu for lá de novo vou fazer tudo para reencontra-lo.

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