quinta-feira, 18 de abril de 2013

UM JARDIM ONDE AS FLORES ERAM PEDRAS E ESPINHOS.


  1. 1958. Eu com quinze  anos de idade um menino veio, cheio de responsabilidade, muitas coisas pra fazer, muitas coisas pra pensar, surgia na minha cabeça um forte pensamento, esse pensamento não me dava trégua, era o de ir pra São Paulo, ou Rio de Janeiro, isso era muito grande incontrolável. Precisava fazer 18 anos. Meu pai que tinha vivido um período de prosperidade agora enfrentava grandes dificuldades, os negócios não estava mais prosperando, eu sentia  as coisas ficando cada dia mais difícil em casa, as brigas, depois a separação, foi muito dolorosa pra mim a separação de meu pai e minha mãe, doenças meu pai não andava bem de saúde, tinha uma irmã que tinha nascido com uma enfermidade, um irmãozinho que tinha ficado doente. As coisas não andava bem, mais podia piora muito ainda e piorou. Num dado momento meu irmão mais velho pegou um tomou interno na coxa, foi muito duro naquele tempo os recursos médicos não eram como hoje, mais tinha o Dr Edebrando Pires medico muito conceituado na cidade, que atendendo a um pedido da minha mãe se deslocou do seu consulto e foi até a nossa casa ver o caso da meu irmão, chegando lá examinou o menino e constatou é um tomou no osso do femo, temos que rasgar. Imediatamente o Dr pediu que as crianças fossem pra longe dali do local, as crianças foram pra longe dali e só voltamos quando a poeira tinha baixado e baixado muito. E esse anjo digo Dr Edelbrando Pires ainda esta vivo morando em Salvador-BA. Mais não temos anestesia e se tivesse a anestesia não pegava, por causa da infeção, vamos cortar a frio, e já foi providenciando, foi uma loucura, tudo isso sem dinheiro em jogo. Na minha cabeça era como uma bomba. O Dr Eldebrando como um anjo operou meu irmão, meu irmão que gritava de dor como um louco, quando o bisturi do Dr atingiu  o local do infecionado, foi um alivio o doutor vendo a situação da nossa família não cobrou nada por aquele milagre que ele tinha feito acontecer, somos gratos a ele muito obrigado Dr Eldebrando Pires, muito obrigado. Meu irmão ficou uma espécie de um servo no bom sentido do Doutor. Pouco tempo depois desse fato nos perdia meu Irmão Edvaldo que contraio hepatite e morreu com a gripe Asiática, foi uma perca muito grande que abalou muito nossa família, eu sempre por ali vendo, e analisando tudo direitinho, os pensamento comendo meu juízo, pouco tempo depois perdemos mais uma irmã, ao completar 14 anos minha irmã que nascera com uma enfermidade ficou ruim e pouco tempo depois morreu. não sei como minha mãe pode suportar tudo isso e mais a separação, quando agente mais precisamos de meu pai ele foi embora, isso doeu muito. Meu pai me desculpe eu está contando tudo isso, nesse depoimento, mais foram fatos que povoaram minha infância, e tiveram grande importância na minha formação, erra é humano eu sei, mais tem coisas que você não querendo você não erra, por quer você vai fazer sofre muita gente inocente, como nesse caso depois de tantas perdas dois irmãos, meu pai abandona a casa, isso foi muito duro pra nois eu já tinha 16 anos eu acho, mesmo assim. Minha mãe uma pessoa muito dura, só Deus sabe como ela aguentou, a vida se tornou insuportável pra mim ali naquela cidade tão querida, onde eu tinha passado uma infância tão completa, repleta de brincadeiras e sorrisos. com 16 anos não via a hora de poder sai dali ir viver em outro lugar onde tivesse paz trabalho, descanso e pudesse até estudar, e foi o que aconteceu arrumei dinheiro com a venda de um bodinho que eu tinha, e quando completei 18 anos vim pra São Paulo onde tive minha vida virada pelo avesso varias vezes. Minha vida em  São Paulo não foi fácil fui mora em Guarulhos, enfrentei um preconceito muito grande naqueles tempo se você fosse nordestino você não arrumava emprego bom, você ficava só com as sobras de tudo, de emprego, de moradia, só os bairros mais afastados que aceitava você,  quando agente chegava em algum lugar  para qualquer coisa, vinha logo a pergunta: você é da onde? era sempre assim, pra bem da verdade agente chegava aqui muito zoado, mal vestido mal alimentado, mal tudo, falava muito  errado do nosso jeito baiano num sabe? eu era muito contido, falava bem pouco e só o necessário grassas a Deus.


Autor:EuflavioGois

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