quinta-feira, 28 de agosto de 2014

''A CAPELA''

Ainda muito pequeno,
nos confins da minha infância
na Bahia que já foi
a terra de Santa Cruz,
nos caminhos daqueles
tempos tão idos, de um
povo mais católicos,
e menos caóticos, andava.

      Pelos caminhos pintamos
      e bordamos capelas e cruzes.
      As capelas no alto, para serem
      vistas de longe, passeiam
      por elas serpentes e grilos,
      a noite vaga-lumes vagueiam
      a iluminar... Dizem que tem
      almas vivendo por lá!

Caminhos, um risco no chão
cortando o Sertão. Encruzilhada
e cruzes pelos caminhos E
eu passava por lá Sentia um frio,
danado, oh Jesus! me benzia e rezava
o credo. Eu tinha medo de cruz..

      Diziam o povo católicos:
      aquela capela é malassombrada!
      tem almas penadas vivendo
      por lá e desafiava: eu quero
      ver quem vai lá meia noite
      e diz; Eu vim aqui por aposta,
      não vou voltar sem resposta.

Eu era um menino veio
não tinha medo de nada,
matava baratas e cobras,
nadava em aguas profunda,
montavas em cavalos e jumentos,
galopava em avestruz, mais
tinha medo de cruz.

     Alguns homens destemidos
     valentes, sem medo aceitava
     a aposta. E ia... Voltava branco,
     tremendo, borrado, acabado,
     sem fala, batido, sem balas
     na agulha, na agulha.

                  FIM.

Texto de Euflavio Gois Lima.
AGOSTO DE 2014-São Paulo-BR.


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