segunda-feira, 1 de agosto de 2022

LIVRO Revista  Estrada Real, 175, 176, 177, 178, 179, 180, 181.

LIVRO DE CONTOS. 


         O CONTO DAS PESSOAS INVISÍVEIS 


                Falar um pouco de um menino que já na segunda infância se atormentava com a ideia de não ficar na cidade que tanto amava e ama até hoje. Ainda pequeno era um grande aventureiro, pra falar a verdade, um sonhador que queria conhecer o mundo, como aventureiro  fora o seu pai que antes dos dezoito anos se atirou no mundo e foi parar  no Sul da Bahia.  Quando fez dezoito anos se picou para São Paulo. Mais antes,  ele ficava o tempo todo pensando,  pensando em coisas que geralmente as pessoas não pensam: Nos amores de infância, naqueles que ocorre quando você  é  pequeno, naqueles amores que queimam,  naquela menina que você amava e ela nem sabia que você existia, nunca ficou sabendo. Na sua cidade que você achava que era  grande. Achava mais não era. Você sempre achou a cidade grande por quer tinha dois cinemas, nas pessoas que jé eram velhas, enquanto você acabara de nascer praticamente, nas lutas dessas pessoas, até no homem que tirava areia de dentro do Rio para vender, pra construir uma cidade inteira. O homem da canoa Indígena do remo comprido, uma vara que ele remava e dirigia a grande canoa: O George Canoeiro. ''Sorrisão queimado do Sol'' Gostaria de pedir para o Vereador aquele com a sensibilidade mais apurada, mais aguçada, para não esquecer da quelas figuras lendárias, figuras folclóricas saídas  das paginas de algum livro de contos de outro mundo, que habitaram em Coaraci nos anos 40, 50 e 60. Não apagasse eles da memória do seu povo, não deixasse sumir, Vindo talvez do tempo do cativeiro Agapito, dizia ele que tinha lutado na Guerra do Paraguai. Gogo de sola, mulher louca que perambulava pelas ruas da cidade, Marca Passo um homem esquizofrênico da ruas de Coaraci,  Julia doida essa uma pouco agressiva, Mendengue um ser inofensivo, carinhoso tinha um discurso muito bom, muito inflamado em tempo de eleição, muito bom orador.  O fazendeiro Tomé Grande, pessoas interessante muito interessante. Algumas dessas pessoas fazia medo nas crianças, que Faziam as criancinhas se esconderem embaixo da cama, alguns acho que comia crianças. eu gostaria que essas pessoas não fossem esquecidas nas suas cidades.




 

                                                                                                                                      PG.175.                           

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Estradas Reais.

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           A cidade   fizesse uma homenagem justa a essas pessoas,  dessem a eles nomes de rua, de becos, de curva, de escola, de ribeirão, de morro, de pedra, de ponte essas pessoas marcaram a minha infância e a de muitas outras crianças de Coaraci. estou perto dos oitenta anos e tenho todos eles vivinhos na cabeça. Antônio Fateiro, Sr Tiano Cunha, Zé Dunda, Pé de Banha. Tenho muito carinho por essas pessoas a ponto de cita-los no meu livro, sem desmerecer homens como os da meia nobreza. Os Doutores que tantas vida salvaram.  a esses que lembrasse desses heróis que tanto fizeram pela nossa cidade, nossa Coaraci. Antonio da Bala, Dona do Hotel onde se hospedavam os Caixeiros Viajantes, Maria Anita Vascaína guerreira. Roxinha da Rua do Campo dona do melhor Bordel da cidade. As lavadeiras de Ganho incluo minha mãe nesse time de mulheres interessantes de antes das maquinas de lavar roupas. O Almada levantava cedo para receber essas mulheres com suas trouxas de roupas para lavar. Ali naquele senário bruto, esfregando batendo nas pedras e coarandores as roupas  dos anos 50. Eu navegava no meu barco de vela rasgada, sem vento, navegava, quando dava fome ia pra casa ver se tinha de comer, os tempos eram muito difícil e ainda é, não tinha do que o pobre viver, era uma comida só, feijão com farinha, não tinha pão de manhã para tomar café não tinha. Era uma pobreza absoluta, os homens velhos, os rapazes era de calças arremedadas eles chamavam de manchão no joelho, todas as roupas, dos pobres eram assim arremedadas, naquele tempos a pobreza era muito grande ainda não tinha as velhas e boas calças Jeans pra gente usar rasgadas kkk. Os meninos pobres andavam de qualquer jeito, maltrapilhos, não ganhavam brinquedos de natal, não tinha dias das crianças, os meninos da época não eram crianças direito, eram bichinhos. Como Indígenas  do asfalto, mais nem asfalto tinha na época. As ruas eram cheias, coalhadas de meninos descalços, meninos feios, a pobreza deixa o ser humano feio, os maus tratos deixam. Só nos restava, ir matar passarinhos para comer, matar a fome. Tinha umas três tipos de pobreza, 'O pobre, o muito pobre e o pobre de mais. Ainda é assim.



                                                                                                                                             PG.176.

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           Eu não aceitava aquela vida, não via um futuro para quando eu crescesse, foi ai que foi se formando em mim uma vontade de voar para bem longe da li. O meu pai que ameaçou uma melhora de vida se perdeu, nos negócios  e começou a perder altura, perder o que tinha conquistado, como avião quando sofre pane e começa a cair. Aos 14 anos em diante lá no nordeste a vida fica muito difícil para o menino, para mim então ficara difícil. em dobro, eu que era e sou ainda muito atento até hoje com o que é certo ou o que é errado. Tive que arranjar uma sapataria para aprender a profissão de sapateiro, mais isso era muito pouco e a gente os aprendiz não ganhava nada, era muito cruel a vida. Não sei de onde a gente tirava alegria e até sorria. Mais os anos após  guerra foram maravilhosos,  foram maravilhosos os anos 40, os 50, os anos 60, 70 e 80. muita s. novidades uma grande revolução cultural começava a acontecer no mundo. A gente estava vendo as meninas crescerem, agente, observava os peitos das menina crescerem, alguma alguns cresciam mais, nesse meio tempo quando a imaginação da gente perde totalmente os limites, ex. que me aparece por lá andando nas ruas, uma mulher de calças comprida que nem homem. para mim foi de mais, eu queria olhar bem de perto os contornos da mulher mais tinha vergonha,  a mulher parecia muito a vontade. Eu era na baixa idade já um grande frequentador do cinema, o Cine Teatro Coaraci, jÁ tinha visto nua em pelo Brigitte Bardot, jÁ era amigo de Sofia Loren, Gina Lollobrigida, Elizabete Taylor, Ava Garden. O cinema foi a minha universidade na vida, foi o meu guia pra vida. Vou falar um pouco aqui do que os anos, as décadas de 40, 50, 60, 70, e 80 nos trouxe e nos deu de presente: Aquela mulher linda. de roupas de homem, sendo olhada por toda uma cidade, extasiada. Meninos e velhos puritanos de todas as religiões. Acho que ela se sentiu glorificada debaixo daquele Sol escaldante de Coaraci na Bahia, no Sul da minha Bahia, da Bahia de meu Deus. Os anos 60 me trouxe para vida, me trouxe pra car e aqui estou.



                                                                                                                                            PG.177.  

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        já os anos cinquenta me deu a sabedoria, os sentidos de reconhecer e respeitar os meus decendentes,  os meus antepassados, conhecer as cores, os sabores do mundo, o cheiro das coisas, a agua, o fogo, a alegria o sorriso, a tristeza o choro, me deu o cinema foi a a minha primeiro Universidade, me deu a oportunidade de reconhecer e separar o bem e do mal, e dai escolher  e seguir, poder correr, nadar, montar. ouvir o som do mundo e aplaudir as boas ações. Os três reinos da natureza: Mineral, Animal e Vegetal. Já os  anos sessenta me deu a coragem, a determinação de voar, muito cedo voei,  para uma cidade grande de verdade, que de tão grande eu nunca pude abraça-la  nunca me sentir em casa por isso. Mais os ano sessenta estava apenas começando, aqui eu me encantaria com o meu primeiro salário. O meu primeiro salário foi algo encantador, inesquecível,  eu pensava, será que eu vou ter todo mês? sim ia ter. A primeira ação foi ajudar minha mãe que tinha ficado na Bahia apertada. Os anos sessenta trouxe com ele uma nova Capital para o Brasil. ''Brasilia''  Como tinha planejado ainda na viagem procurei comprar umas roupinhas, me medir para ver se estava crescendo, e estava, comecei fumar cigarros finos, de filtros, tempos depois comecei beber que ninguém é de ferro. Nos anos sessenta  veio o a Revolução e o regime Militar. Os anos sessenta foi um anos de grandes surgimentos nas Artes, na Cultura, houve uma grande revolução no campo da Musica internacional e nacional com MPB. Maravilhosa com o surgimento de grandes movimentos musicais, com grandes jovens artistas de norte a sul, a musica internacional nos mandou os gênios The Beatles, The Rolling Stony, The Pink Floyd e também a invasão da musica Italiana, comprei um aparelho de som, e muitos discos de vinil.  também começou uma revolução consumista.  Agente que ia para os bares assistir televisão passamos a ir as lojas compra uma só para gente. Passou uns tempos  e todos tinham televisão, Atenas nas cumeeiras dos barracos, ate Parabólica. Nesse tempo e um pouco antes eu chorava muito por aqui, lembrava das minhas amigas, dos amigos dos Babas dos Campinhos de terra.




                                                                                                                                       PG.178.                          

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            Do arreião  Rio, das caravelas ferroando agente, e agente como bichinhos brincando de tirara elas dos buraquinhos com um talo de capim. As lembranças vinham e tome choro em silencio. Eu a flor da pele me escondia pra chorar. Chegou, ou chegaram os anos 70 e já levou o meu pai embora. Fora isso de levar o meu pai embora, os anos 70 foram muito bons para mim, conseguir um ótimo emprego numa multinacional, já com profissão as duras penas, conseguir construir minha casa,  já não estava mais sozinho. Em 77 me casei em São Paulo com uma Mineira. Aqui conquistei muitos amigos. Me realizei profissionalmente, passei a visitar a minha cidade de três em três anos. Um dia conversando com o meu irmão mais velho, numa visita que fiz, a ele, ele olhando bem nos meus olhos me falou: Meu irmão você é um cara retado. Bem isso foi o maior elogio que eu já recebi de alguém e vindo do meu irmão mais velho isso tem peso dois.  Se aproximava a década de oitenta eu já não estava mais sozinho, ja estavam nascendo os meus filhos. Nessa década a de oitenta eu entraria na Faculdade para me formar e ter um diploma Universitário, uma das muitas realizações da minha vida. Os anos oitenta foram na musica muito bom, muito boas recordações boas. O mundo em alta, o trabalhador e suas conquistas, o trabalhador conquistava o carro ou o carro conquistava o trabalhador, o trabalhador passaram a construir garagem nas suas casas. São Paulo passou a alargar suas Ruas e Avenidas. Várias centenas de e Quilômetros de Viadutos e Túneis   foram construídos nessa década. Eu me aposentei nessa década, as grandes industrias começaram a irem embora  abandonar São Paulo, a ir para o interior, as grandes chaminés foram se apagando, muitas ainda estão de pé lindas e solitárias eu gosto fotógrafa-las.   Sobraram os prédios em  grandes,  instalações  vazias, grande lembranças das maquinas e caldeiras que não  paravam nunca, abandonados essas gigantes  companhias deixaram de existir, vamos ver alguns exemplos: A VASP. Industrias Reunidas Francisco Matarazzo, Vicunha, Moinho Santista.


 

 

                                                                                                                                             PG.179.                                                                                                                                     

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               Lembro que os funcionários da VASP ostentavam os Macacões, com aquele bolso bordado a palavra VASP, acho que iam em festas com vestidos neles. Enquanto nos os nordestinos, junto com aquele menino do inicio desse relato ficavam com os empregos mais humildes, muito mais com  as fundições, caldeirarias, e construções civil. Vejo com saudade a minha São Paulo hoje com o grande deserto de Saara, favela de Heliopolis gigantesca, vejo as Ruínas da Fabrica da Cervejaria Antártica Paulista, aqui nos arredores de onde eu moro. Lá pela Barra Funda outro tanto de fabricas velhas desativada pra não dizer abandonada. Chegaram os anos noventa e dois mil São Paulo esvaziado de grandes fabricas, e abarrotado de gente desempregado e aposentado. Dois e vinte São Paulo sem industrias para empregar o seu povo. sobraram, e estão sobrando motoqueiro nas ruas.  

   


                                                                                                                                         









                                                                                                                                        PG.180.                    -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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Poesia.


                                                                   Sapateio


                                                     Tenho vontade de pisotear 

                                                       O chão onde nasci

                                                      Onde vivi até agora

                                                     Há se eu pudesse voar

                                                    Voaria para longe daqui

                                                       Viveria bem longe

                                                   Longe dos recursos diversos

                                                             Faria versos

                                                       Do modernismos barato

                                                      Ia viver perto bem peto 

                                                    Das grandes Arvores e das

                                                                   Pequenas

                                                 Cria galinhas pequenos bichos

                                                Nadaria em aguas recém nascidas

                                                          Daria voos rasantes.


               E.Gois.

                                                                                                                                  PG.181.

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