sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Continuação 1964.

Em 1969 Fui despedido da Cindomel, numa espécie de birra dos donos da Empresa comigo, porque eu sofri um acidente de trabalho ali naquela empresa, foi um acidente grave onde quase perdi a mão direita numa maquina, me levaram correndo pra o hospital onde foram feito os curativos, depois de tira o RX da mão , foram constatada varias fraturas nos ossos da mão, além dum ferimento no pulso, fui pro seguro. onde fiquei por três meses. Nesse período estourou a Revolução o país entrou em estado de guerra, foram restringidos as companhias de seguros sofreram intervenção Federal. Foi o fim da picada, as vezes eu acho que tem coisas que só acontece comigo. Fiquei três meses em casa sem receber, fui falar com o patrão ele me falou: o que você quer que eu faça? você sofreu o acidente , eu lhe mandei pro seguro, é isso que eu tinha que fazer e fiz e ficou olhando pra minha cara, e eu o que dizer, dai num gesto de ''generosidade'' ele falou, os curativos você pode continuar fazendo no hospital, mais os ordenados você  tem que ir buscar no seguro, eu que estava com uma ferida quase decepando o pulso fiquei sem ação ali na frente daquele Tubarão. Em casa era eu e minha mãe que não trabalhava o que fazer machucado tinha que ir no centro de Guarulhos fazer curativo três vezes por semana sem dinheiro a Cindomel não me garantiu os salários de segurado.ia de um canto pra outro, ia na firma pra ver se amolecia o coração daqueles patrões que eram três, e nada até que me aconselharam a ir no foro procura o Curador do trabalho e fazer uma reclamação,  fui, fui no Foro e fiz a reclamação, contei tudo o que tinha acontecido, o Juiz Curador ditou uma carta que entreguei no departamento pessoal, o chefe do departamento pessoal me disse, essa carta não me diz nada. mais só serviu pra aumentar  não quero nada fúria dos patrões contra mim, andei discutindo com o chefe do departamento pessoal. Nada mudou, a firma manteve os curativos , mais não autorizou o pagamento do salário. Um dos patrões me propôs um empréstimo para ser descontado quando a situação fosse resolvida entre a companhia de seguro e eu. , eu aceitei o empréstimo de trezentos mil cruzeiros, que eu ia tirando na medida que eu ia precisando. nesse meio tempo eu fui levado a abri um processo contra a Cindomel.  Eu já tinha voltado a trabalhar. estava me readaptando ao serviço, já que tinha quase perdido a mão direita, quando estourou a primeira audiência, os patrões ficara enlouquecidos e me chamaram numa sala reservada, depois de uma longa discussão  eles me perguntaram depois de tentar me convencer que não era um bom negocio brigar com eles. Quanto você quer pra ir la no Foro retirar  a queixa? eu respondi a queima roupa: não quero nada.comecei vou ate  o fim. Mais se você ganhar aqui agente recorre até ganhar, eu vou até o fim. Falei pra eles dois, se vocês ganhar parabéns pra vocês. Mais se perder parabéns pra mim. Eles encerram a discussão e eu fui embora pegar o trem. Tenho o maior orgulho de ter feito isso, coisa de nordestino serio. Mais a nossa história não acaba ai, passaram três anos dessa discussão, mais ao longo desses três anos aconteceram muitas humilhações, chegaram até me manterem em uma sala de castigo sem direito a nada só ir no banheiro, mais isso não me abalou. Depois disso voltei aos poucos na produção,  voltei ao normal, recuperei os movimentos da mão, entrei na produção máxima fazia molas de automóvel, todos os tipos de molas, um belo dia o Advogado da Empresa me chamou pra fazer um acordo, e me ofereceu uma contia e eu aceitei esse acordo, recebi quinhentos contos, depois de uma semana do acordo eles me mandaram embora e uma semana ou duas depois me mandaram embora me demitiram os malditos.

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