segunda-feira, 4 de julho de 2022

Estradas Reais. 149, 150, 151.

Livro Revista.

anos 60 anos Dourados CHEGOU!


                  Os anos Sessenta se escorregavam pelos vão dos dedos, eu trabalhando numa fabrica de molas de automóvel, trabalho próprio para  homem rudes, sem estudo, de preferência chegado do Nordeste recente, que uma vez aqui viravam todos baianos. Não era fácil mais aos poucos íamos nos transformando em um daqui, com pouco tempo voltávamos e não éramos mais reconhecidos, falando diferente, falando na gíria e tal. Os anos se passando, aquEEela industria de molas ja começava a me desgastar, trabalho muito duro pra recém-chegados tudo bem, mais eu já estava me sentindo um daqui  e pá, me sentindo velho aqui. Ali na quela fabrica, eu já estava sentindo que não tinha futura, eu precisava arranjar uma empresa que eu pudesse conquistar uma profissão, essa empresa fabricava artefatos de chumbo, fundia chumbo o dia todo, quebrava baterias de carro para tirar o chumbo, fabricava cano, sifão de pia que era de chumbo naquela época, fabricavam chumbo de munição, respirava-mos fumaça branca carregada de chumbo o dia todo, ai me deu um desespero para sair, alem do mais eu não tinha como melhorar de salário ali. A empresa era gerenciada pelos próprios donos, que se revezavam lá dentro, o trabalhado sofria todo tipo de pressão psicológica, eu mesmo sofri um cárcere privado, quando me colocaram numa sala de um antigo escritório e falaram para mim sair só quando fosse no banheiro. Mais não vou entrar em detalhes, aguas passada. Pouco tempo eu sairia por ter colocado eles no PAU, mesmo assim ainda fiquei por lá nove anos. Sai de lá diferente, cresci uns dez centímetros, criei corpo de homem e pronto, pra mim só isso bastou.  Depois de vagar um pouco consegui entrar na IDEROL montadora de Truk em Caminhões, onde fiquei por três anos e meio. Perdi 40% da audição, mais ganhei uma profissão, uma boa profissão. Anos sessenta já tinha ido estava ativo o setenta com tudo, Brasil  Campeão. 90 milhões de almas brasileiras vivendo no pais, Eu! há eu estava firme e muito forte acreditando em mim e no pais. Na IDEROL não foi muito fácil não aprendi a soldar as duras penas.



                                                                                                                                       PG.149.

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Estradas Reais. 196 

Livro Revista..




Uma vez fui pego na hora do almoço queimando eletrodos, pelo próprio dono da firma que me perguntou quem mandou, se eu tinha pedido pra alguém? eu falei ninguém kkkk. Foi uma grande batalha que eu venci a de fazer a IDEROL REGISTRAR MINHA CARTEIRA COMO SOLDADOR ELÉTRICO registrou.  Sai fui embora. minha carteira registrada já com um ano e pouco de experiência maravilha. Do meio pra o fim dos anos sessenta e todo os anos setenta os salários foram se achatando até ficarem insuportavelmente chato causando o surgimento dos sindicatos fortes, sindicatos que antes eram decorativos na passagem, com o aparecimento de novos líderes, homens de raça, sem medo não teve outro jeito, fomos nós os trabalhadores que derrubamos os Ditadores dessa Republica de Bananas, pronto falei, e assim transformamos o Lula num Querido, transformamos no maior Presidente que essa Republica á teve. Vou voltando ao ponto : Naquele tempo eu tinha um olho no mundo e o  outro numa pessoa, mais antes em 1972 consegui arrumar emprego numa Multinacional, ai mudou total   a minha vida, a minha carreira, bom salário voltaria a escola, sempre fui fascinado pelo mundo dos intelectuais, assim que deu eu estava sentado no banco da Universidade,   onde me formei  Bacharel em ''Comercio Exterior.'' Toquei a vida mais um pouco. Aquele olhar que eu tinha na menina antes, sim casei com ela nasceram meus três filhos uns queridos,  me estabilizei na vida, Fiz ter valido a pena ter vindo pra São Paulo.  Aposentado hoje Poeta, Escultor em madeira, reconhecido, Escritor, historiador'' Sr eu não fosse eu! eu queria ser eu. ...kkkkkkkkkkkkk....  Um cara super admirado por todo, mais ainda por meus filhos. Super  vitorioso fazendo história na Arte. nunca me dei ao luxo de descansar.  Em São Paulo enterrei meu Pai e minha Mãe.


                                                                                                                                           PG.150.

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''BADONI-ATB''
Nos dezesseis anos que ali trabalhei,
fui um bravo lutados, fui!
Dominei o fogo e usei-o,
purifiquei o aço, cortei e dividi,
soldei, fiz um so.
Muitas vezes achei que estava no inferno,
mas acho que o inferno é melhor.
Escondido, atras de uma mascara, viajei...
Enfrentei tubarões, venci leões.
Fugir da morte varias vezes,
bebi a vida num só gole.
Como numa tribo, tive chefe,
eu era um guerreiro do fogo, era!
Venci batalhas terríveis.
Fui feliz, fui infeliz.
Cantei o canto da vitória.
Sorri, chorei. ''Fui reu e fui juiz''.
Também aprontei algumas.
Fui fiel, deixei amigos leais.
Construi Itaipu, Tucuruí e até Xingo.
Amarrei o burro aonde o dono mandou.
Soldei Petrobras, Tubarão, o porto,
''O Porto de Tubarão''
Há se o tempo voltasse?
Se o tempo voltasse eu voltaria sorrindo
pra meus amigo e inimigos também,
abraçaria todos, recitaria esse poema
ao som das marretadas na chaparia finas
e graças no doce inferno Badoni

 

E. Gois.

 


                                                                                                                                         PG. 151.

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